terça-feira, 21 de maio de 2013

Juiz autoriza realização de DNA nas ossadas de trabalhadores rurais assassinados



17/05/2013
O Juiz Marcos Adriano Ramos Fonsêca da comarca de Maracaçumé no Maranhão, aceitou  na quinta feira,  15/05, o pedido de Autorização Judicial para Translado de Materiais Genético dos trabalhadores Gilberto Ribeiro Lima e Vanderlei Ferreira Meireles, assassinados em 13 junho de 2008.
O pedido do Translado para a realização de DNA, foi feita pelo Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán- CDVDH/CB em agosto de 2011. O objetivo da realização do exame é a identificação dos trabalhadores para fins de comprovação do crime cometido.
O exame de DNA será realizado em Goiânia e toda despesa será custeada pelo Centro de Defesa Carmen Bascarán que adquiriu recurso para este fim através de um Termo de Ajustamento de Conduta repassado pelo Ministério Público do Trabalho do Maranhão.
A família das vitima agora estão mais esperançosas pelo desfecho desta longa jornada que se inicio em junho de 2008, quando com o apoio do Centro Carmen Bascarán iniciou a luta pelo resgate dos corpos da fazenda.
O CDVDH/CB aguarda a confirmação de que o Instituto Médico Legal de Imperatriz foi oficiado para imediatamente dá encaminhamento ao processo de translado.
O crime
Gilberto e Vanderlei foram assassinados na fazenda Boa Esperança, de propriedade de Adelson Veras Araújo, localizada no município de Centro Novo do Maranhão, dentro da Reserva Biológica do Gurupi (REBIO do Gurupi). As informações apontam que os dois trabalhadores foram cobrar recebimentos de diárias trabalhadas que há tempos não recebiam. O resultado foi o assassinato dos dois.
Vários acusados no envolvimento do crime foram presos preventivamente após varias denuncias de movimentos de Direitos Humanos da região e também quando o caso chegou a ser noticiado no Fantástico da Rede Globo em janeiro de 2011.
Crimes comuns
É lamentável, mas necessário se registrar que este é um dos poucos casos de assassinatos de trabalhadores rurais nesta região, onde se localiza a reserva REBIO do Gurupi, que tem um acompanhamento mais permanente de alguma organização da Sociedade Civil. Há denuncias de que um único proprietário tenha assassinado 14 trabalhadores de sua propriedade além de muitos outros casos. As dificuldades de acesso à região têm facilitado, além desses crimes, a prática de trabalho escravo, a grilagem e o desmatamento descontrolado da reserva, a agressão a povos indígenas entre outras infrações.
Comunicação CDVDH/CB

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