O endividamento das pessoas com o sistema financeiro do Brasil elevou-se novamente ao final do primeiro trimestre de 2013. De acordo com o Banco Central (BC), as dívidas das famílias correspondiam, em março, a 43,99% da renda anual. No fim do primeiro trimestre de 2012, era de 42,37%.
Para o BC, parte do aumento do endividamento nos últimos anos está ligada ao crédito habitacional. Se forem excluídas as dívidas com a compra de imóveis, o endividamento fica em 30,48% da renda em março, ante 30,54% em fevereiro. Em março do ano passado, estava em 31,17%. No último dia 24 de maio o Banco Central divulgou um comunicado com dados e informações sobre as taxas de juros nas operações de crédito e inadimplências verificadas nos últimos meses. Vale a pena transcrever parte do comunicado a seguir:
“A taxa média geral de juros das operações de crédito, computadas as operações com recursos livres e direcionados, manteve-se em 18,5% a.a. em abril, registrando redução acumulada de 4,1 p.p. nos últimos doze meses. Nos empréstimos às famílias, a taxa média de juros recuou 0,1 p.p. no mês e 5 p.p. em doze meses, situando-se em 24,3% a.a. A variação mensal decorreu da retração de 0,1 p.p. no crédito livre, taxa de 34,4% a.a., destacando-se os declínios em cheque especial e crédito pessoal, e do aumento de 0,1 p.p. nas operações envolvendo recursos direcionados, taxa de 6,7% a.a., para a qual contribuíram as elevações nas taxas médias dos créditos imobiliário e rural.
A taxa média de juros nos financiamentos a empresas manteve-se em 14% a.a., nível que vem se repetindo desde janeiro, assinalando, no entanto, diminuição de 3,4 p.p. em relação a abril de 2012. Nas operações com recursos livres, a taxa média para pessoas jurídicas cresceu 0,4 p.p., ao atingir 19,2% a.a., refletindo, principalmente, o aumento nas contratações de capital de giro.
O spread bancário referente ao total de crédito do sistema financeiro, computadas as operações com recursos livres e direcionados, acompanhou a trajetória das taxas ativas, registrando estabilidade no mês e recuo de 3,1 p.p. nos últimos doze meses, situando-se em 11,7 p.p. em abril. Osspreads relativos aos créditos livres e direcionados corresponderam a 17,9 p.p. e 2,7 p.p., respectivamente.
A inadimplência do sistema financeiro, referente a operações com atrasos superiores a noventa dias, manteve, pelo terceiro mês consecutivo, a taxa estável em 3,6% do crédito total, menor nível desde janeiro de 2012, acumulando retração de 0,3 p.p. nos últimos doze meses. Nos créditos às famílias, a taxa recuou 0,1 p.p. no mês, para 5,3%, decorrente da queda de 0,1 p.p. no segmento livre e da estabilização em recursos direcionados. No financiamento corporativo, o indicador de atrasos cresceu 0,1 p.p., ao atingir 2,3%, refletindo acréscimos respectivos de 0,1 p.p. e 0,2 p.p. nas contratações com recursos livres e direcionados.”
Além das informações acima, o BC também divulgou dados relativos ao comprometimento de renda das famílias, considerando dados mensais de renda e prestações pagas aos bancos. De acordo com o BC, as prestações correspondiam, no terceiro mês do ano, a 21,66% da renda mensal dos trabalhadores, ante 21,84% em fevereiro. Verificou-se que houve queda em relação a março de 2012, quando o comprometimento estava em 22,91% da renda.
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