Plenária lotada, discursos cheios de esperança, aplausos de confiança e ouvidos atentos. Assim ficou a Câmara Municipal de Açailândia na manhã dessa terça-feira (21). A maior parte do público era de moradores do bairro Piquiá de Baixo que acompanharam uma audiência de aproximadamente três horas. O evento tinha como objetivo apresentar o projeto urbanístico e habitacional no novo bairro dos moradores de Piquiá.
A população do bairro é composta por aproximadamente 300 famílias que há três décadas convivem com um alto teor de poluição gerado pela atividade siderúrgica da região. Com um histórico de mortes e inúmeros casos de doenças, a Associação Comunitária de Moradores do bairro passou a trabalhar ativamente na busca por um novo local de moradia. Com o apoio de entidades não governamentais e da Promotoria de Justiça do Município conseguiram um terreno para serem reassentados.
Os moradores estão motivados com os passos que têm dado rumo ao direito de ter uma moradia digna. Nessa terça-feira foi feita a entrega simbólica do projeto urbanístico e habitacional do novo bairro. Essa é mais uma etapa na efetivação do reassentamento. Edvar Dantas, presidente da Associação de Moradores disse estar confiante que vai dar tudo certo. Ele fez a entrega do projeto urbanístico para a Prefeita do município, Gleide Santos, para o Promotor de Justiça, Leonardo Tupinambá, para o Secretário Executivo do Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Estado do Maranhão (Sifema), Marcos Souza e para o Defensor Público, Igor Arruda.
Além de receber o projeto em mãos, as autoridades presentes assistiram a apresentação feita pelos técnicos da Usina CTAH, empresa escolhida pelos moradores para a elaboração do projeto. Segundo o Defensor Público, Igor Arruda, a entrega do desenho urbanístico representa a terceira etapa na efetivação do reassentamento, que é a aprovação do município. “A quarta etapa será a definição de quem vai fazer parte do financiamento”, afirmou.
Para o Promotor de Justiça, Leonardo Tupinambá, o caso de Piquiá de Baixo é peculiar. “Nós podemos conseguir um financiamento próprio para o caso de Piquiá, sem precisar contar com a imposição de projetos como o Minha Casa Minha Vida e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, declarou.
Após a audiência pública, as autoridades participaram de uma reunião fechada para dar encaminhamentos para o projeto e já definir as possíveis funções de cada instituição para a construção do novo bairro. O Secretário Executivo do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos, Antônio Filho, ainda declarou que “nós não podemos aceitar que depois desse projeto pronto, políticos façam promessas sem fundamentos. Nós somos capazes de devolver a dignidade plena para essas pessoas”.
Rede Justiça nos Trilhos
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