No Brasil, tem-se argumentado que a educação do País está em um nível muito bom. No entanto, a baixa qualidade da educação básica e das faculdades, e a pouca oferta de ensino profissionalizante é uma realidade que ajuda muito a atrapalhar a inovação, a produtividade e a competitividade das empresas.
Em um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é feito um balanço das necessidades para que o setor industrial possa obter maiores taxas de crescimento sustentáveis. Esse estudo, “Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022″, foi realizado em nove meses pela com participação de cerca de 500 representantes empresariais. No documento é realizada uma análise dos desafios do Brasil para os próximos dez anos na área industrial e apresenta dez pontos que a entidade acha fundamentais para melhorar a produtividade e a competitividade.
Os resultados em termos de qualidade da educação estão muito aquém do nível de recursos investidos na área. O investimento em educação no Brasil representa 5,7% do PIB, percentual próximo ao de países como Holanda, França e Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, na última avaliação do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, realizado pela OCDE), em 2009, o Brasil ocupou a 54ª colocação, enquanto a Holanda ficou em 9º lugar, a França em 25º e os EUA em 26º.
No gráfico abaixo, estão relacionadas as notas médias que os alunos de 15 anos de idade de diversos países obtiveram em uma prova de matemática.
A situação fica mais difícil quando a matéria avaliada é a matemática. Nesse caso, os alunos brasileiros ficam na 57ª posição. Esse estudo avalia alunos de 15 anos de idade. Somente 15% dos jovens brasileiros acessam o ensino superior, o que equivale a 4 milhões de pessoas, sendo que a taxa de conclusão é de apenas 15,2% dos ingressantes. Em 2010, havia cerca de 10 milhões de graduados no Brasil (10% da população adulta brasileira), enquanto no Chile essa taxa é de 25% e, na média da OCDE, de 30%.
No gráfico abaixo, é apresentada a quantidade de engenheiros para cada 10 mil habitantes em diferentes países.
A falta de profissionais qualificados em determinadas áreas é um gargalo para a inovação e para o desenvolvimento. No nível superior da área de tecnologia, a situação brasileira é vexatória: apenas 0,16% da população entre 20 a 29 anos frequentavam um curso desse tipo em 2007, enquanto 11,26% das pessoas na mesma faixa frequentavam cursos de graduação em outras áreas do conhecimento.
No estudo da CNI é destacada a “escassez de engenheiros”, cuja atividade possui um impacto amplo sobre os mais variados setores e atividades, notadamente na indústria. Somente 5% dos graduados no Brasil formam-se em engenharia. Enquanto o país tem dois graduados em engenharia para cada 10 mil habitantes, no Japão, são 10,2 e na China, 13,4. O problema que vai além disso, refere-se à qualidade dos profissionais formados, principalmente nas universidades privadas, que, em grande parte delas, é oferecido ensino de baixa qualidade.
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