Um índio morreu na manhã desta quinta-feira (30) após confronto com a Polícia Federal na fazenda Buriti, em Sidrolândia (MS). A informação foi confirmada pelo hospital Elmíria Silvério Barbosa.
De acordo com a unidade, quatro índios chegaram feridos ao hospital pela manhã. Um deles foi baleado e morreu por volta das 10h. Os outros três apresentam ferimentos leves e continuam internados.
Segundo a Polícia Federal, os policiais foram até o local cumprir um mandado de reintegração de posse na fazenda, que foi invadida no dia 15 de maio. A PF afirma que os índios atiraram contra os policiais e que eles apenas se defenderam. Nenhum policial ficou ferido.
O coordenador local da Funai (Fundação Nacional do Índio), Jorge nas Neves, disse que cerca de 1.500 índios foram surpreendidos pela manhã com a chegada de aproximadamente 100 policiais.
Segundo Neves, "o clima é tenso" no local. Ele diz que o índio morto tinha 35 anos.
CONFLITO
Os índios terena já haviam se recusado a deixar a fazenda no dia 18. No mesmo dia, os donos da fazenda também não quiseram sair e receberam voz de prisão para liberar a área e não aumentar ainda mais a tensão.
A fazenda pertence ao ex-deputado estadual Ricardo Bacha (PSDB-MS), 64. O ex-deputado diz que a área pertence à família dele desde 1927 e que já foi invadida em 2003. Bacha afirma ainda que tem duas decisões da Justiça Federal favoráveis a ele.
Já a Funai diz que a fazenda Buriti está em área declarada como de posse permanente dos índios terena.
Segundo a Famasul, federação que representa os ruralistas em MS, em todo o Estado há ao menos 57 fazendas invadidas por índios.
DEMARCAÇÕES
Neste mês, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) criticou a Funai por falhas no processo de demarcação de terras indígenas e disse que o governo prepara um novo modelo, em que outros órgãos do governo seriam ouvidos.
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