sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os números das finanças do governo estão muito fracos nos primeiros meses de 2013

As contas do governo estão desfavoráveis nos últimos meses, com decadência acentuada vinda de diversas áreas da economia brasileira. Os resultados do mês de março e o acumulado nos três primeiros meses do ano foram os piores para o mês e para o trimestre desde o ano de 2010.  A justificativa do Banco Central (BC) para a redução da receita do governo é que a arrecadação mais fraca reflete principalmente dois fatores: A redução de impostos e contribuições concedidas a setores selecionados e a defasagem entre a recuperação da atividade e a melhora da receita.
 Somente em desoneração de tributos (renúncia fiscal) foi um valor superior a R$ 40 bilhões em 2012. Entretanto, mesmo com todo esse esforço do governo, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu só 0,9% e o investimento produtivo encolheu 4% no ano passado. Nos três primeiros meses de 2013, o superávit primário do governo foi de 2,72% do PIB. No mesmo período de 2012, esse número foi de 4,45%. Já há no governo e no mercado a certeza de que a meta de 3,1% do PIB para o superávit primário não será atingida.
 Evidentemente que existe uma relação entre a piora das contas públicas e o baixo crescimento da economia, mas as ações do governo poderiam ser realizadas com tendo em mente a redução do pagamento de elevadíssimos valores referentes aos juros da dívida pública. Esse item ainda consome boa parte dos valores que o governo arrecada da população brasileira. Somente para se ter uma idéia, de janeiro a março do ano passado, foram gastos 4,86% do PIB em juros e no mesmo período deste ano foram 4,24% do PIB.
 O valor dos juros é tão alto que mesmo com o grande esforço que o governo faz para obter o superávit primário, ainda assim o setor público teve um rombo de 2,79% do PIB foi o saldo geral do setor público no primeiro trimestre deste ano. Se isso não bastasse,  o governo tem continuado a endividar-se. A dívida bruta cresceu 12,5% em 12 meses terminados em março último.
 Os números do governo federal, mostram que houve uma expansão dos gastos. De janeiro a março, a receita total foi 3,9% maior que a de um ano antes, enquanto a despesa foi 11,5% superior à de janeiro a março de 2012. A Previdência arrecadou 8,8% mais que nos primeiros três meses do ano passado, mas gastou com benefícios 14,3% mais que em igual período de um ano antes.
 O governo deveria aumentar o nível de investimento e reduzir, pelo menos um pouco, os gastos com custeio. Mas o que se observa é algo um pouco diferente disso. Sim, houve um aumento do investimento em relação ao primeiro trimestre do ano passado, mas as despesas de custeio aumentaram muito mais. Com a forte demanda interna que ainda existe na economia brasileira, é hora de haver mais incentivo na produção. Esses incentivos não deveriam ficar restritos apenas em renúncia fiscal, mas algo que envolvam política cambial, tarifas de importação, entre outras.


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