Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, em Mato Grosso (MT), pediu ao governo estadual a retirada de seu nome do prêmio de jornalismo organizado pela Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae/MT). A solicitação é uma resposta à nomeação de Janete Riva como secretária de Estado de Cultura. Desde julho, seu nome consta da “lista suja” de trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Na semana passada, o Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso (FDHT/MT) divulgou nota de repúdio à nomeação de Janete e pediu sua exoneração. O governador do estado, Silval Barbosa, no entanto, afirmou que não voltaria atrás da decisão.
Em 1º de fevereiro, durante o seminário “1970-2012: A Luta pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil”, realizado em São Félix do Araguaia, dom Pedro recebeu uma placa em sua homenagem por sua atuação em defesa dos direitos humanos e no combate à escravidão contemporânea.
Ao recebê-la, o bispo dedicou-a aos escravizados. Thiago Gurjão Alves Ribeiro, procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, lembrou que Casaldáliga escreveu relatórios detalhados apresentando dados sobre casos específicos na década de 1970 em plena ditadura militar, com o “estado brasileiro então tomado de assalto pelo totalitarismo”.
Por Repórter Brasil
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