Há alguns anos os dados a respeito do aumento do PIB dos Estados do Nordeste têm crescido acima do aumento médio do PIB do Brasil. Isso pode ser o resultado de esforços de várias instituições públicas e privadas do Brasil no sentido de diminuir os desequilíbrios regionais no País. Mas, há muito o que ser feito para que o padrão de vida médio das pessoas que vivem naquela região fique em um nível muito próximo dos que vivem nas regiões Sul e Sudeste.
Para se ter uma ideia mais clara de tamanha disparidade, em 2010, o PIB per capita da região Nordeste representava apenas 37% do PIB per capita do Sudeste. A comparação do PIB per capita de alguns estados do Nordeste com o do Estado de São Paulo é ainda mais vexatório. O PIB por pessoa do Maranhão representa apenas 22% do Estado de São Paulo, o do Piauí apenas 23%, o de Alagoas, 26% e o da Paraíba, 28%.
Para que essa vergonhosa situação não perdure por muito tempo, é fundamental elevar a velocidade da acumulação de capital físico e humano da região Nordeste muito acima das observadas nas regiões mais desenvolvidas. No entanto, é preciso fazer muito mais que isso. É preciso que as pessoas tenham cidadanias e possam viver, de fato, dignamente de forma muito mais clara e com muito mais prosperidade do que estão vivendo atualmente.
O descompasso entre o ritmo de crescimento econômico do Nordeste e o de seu processo de desenvolvimento pode ser observado por meio de vários indicadores socioeconômicos e ambientais. Por exemplo, o índice Fiijan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), que uma variação do índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, é constituído por três conjuntos de variáveis com igual ponderação: emprego e renda, educação e saúde. Os resultados do IFDM para o ano de 2010 mostram que, dos 1.794 municípios do Nordeste, apenas 5 apresentaram alto índice de desenvolvimento; 1.221 tiveram IFDM baixo ou regular e 1.420 apresentaram baixo valor no componente emprego e renda.
Mesmo com esses resultados tão acanhados e vergonhosos, o Nordeste foi a região brasileira que mais teve melhora no período de 2000 a 2010: 97,8% (1.748) dos municípios da região apresentaram crescimento do IFDM. A políticas públicas, principalmente aquelas de cunho social, tem tido, na grande maioria, uma visão de curto o médio prazo. Na maioria das vezes, o planejamento para a melhora do padrão de vida das pessoas da região no longo prazo padece de seriedade e efetividade. O Nordeste ter que ter um padrão parecido com o das regiões mais desenvolvidas do Brasil, mas não somente por meio de esmolas ou de ajuda gratuita.
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