Um certo preconceito que existe com relação às pessoas que moram em favela em comunidades (como muitos querem chamar!) esconde uma riqueza grande em termos de renda e poder de compra. Além disso, boa parte da população que vive nesse tipo de habitação, ao contrário do que muita gente pensa, possui acesso a todos os meios de comunicação, principalmente as novas mídias.
De acordo com um estudo feito pelo Data Favela, uma parceria do instituto Data Popular com a Central Única de Favelas (Cufa), e divulgado em 20 de fevereiro de 2012, os moradores das favelas brasileiras possuem uma renda anual de cerca de R$ 56 bilhões. Esse valor é quase o Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia.
De acordo com a pesquisa, feita a partir de entrevistas e análise de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) com os da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o consumo popular triplicou nos últimos dez anos. No entanto, apesar do potencial de consumo de uma população de cerca de 12 milhões de pessoas, esse nicho de mercado ainda é pouco explorado devido, principalmente, ao preconceito.
Dois terços dos moradores de favelas do Brasil pertencem à metade mais rica País. Nos últimos dez anos, a parcela de moradores de favelas que pertenciam à classe baixa caiu de 60% para 32%, enquanto aquela considerada classe média subiu de 37% para 65%. Para o governo brasileiro, pertencem à classe média pessoas com renda familiar por indivíduo entre R$ 291 e R$ 1.019 ao ano. Considerando essa classificação, o País tem atualmente mais de 100 milhões de pessoas na classe média.
De acordo com o estudo, 69% das pessoas que moram em favela utilizam dinheiro como forma de pagamento. Além disso, cerca de 70% de todos os moradores das favelas vão ao shopping toda a semana e a metade come fora toda semana.
Há 10 anos, apenas 40% dos moradores tinham celular. Atualmente, 90% deles possuem esse meio de comunicação. Em 2002, somente 3% da população das favelas tinham computadores, atualmente mais de 40% das famílias os possuem. Nesse mesmo período, a média de anos de estudo subiu de quatro para seis anos. Segundo a pesquisa, os jovens têm papel fundamental na atividade econômica e na organização social das favelas. São eles, por exemplo, que orientam os pais na aquisição de serviços, como TV por assinatura, e decidem as marcas de alimentos e o consumo de eletrônicos.
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