Sempre tive perguntas no meu coração com respeito ao jejum, ficava muitas vezes querendo entender os motivos e tinha a expectativa que um dia o Senhor Jesus falaria comigo sobre este assunto. Certa manhã, em jejum, ouvi claramente a voz do Senhor me impelindo para meditar sobre o tema.
Jz 20.26: Um Levita foi à cidade de Gibeá com a sua concubina. Os homens desta cidade estupraram, até a morte, aquela mulher. Então o levita cortou a mulher em doze pedaços e os enviou para as doze tribos de Israel. Os filhos de Israel juntaram 400.000 homens de guerra e subiram contra a tribo de Benjamim, que por sua vez juntou 23.000 homens de guerra. Os filhos de Israel confrontaram a tribo de Benjamim, mas eles não se arrependeram. Os filhos de Israel foram consultar ao Senhor sobre se deveriam ou não lutar contra os seus irmãos. A resposta do Senhor foi que eles deveriam lutar contra a tribo de Benjamim. Assim eles fizeram e na primeira investida morreram 22.000 homens de Israel. Eles retornaram a presença do Senhor e perguntaram novamente e receberam a mesma resposta. No segundo ataque morreram mais 18.000 homens de Israel. Desta vez eles subiram a presença de Deus com choro e jejum, então o Senhor lhes concedeu a vitória.
A tribo de Benjamim estava em pecado, os filhos de Israel tinham consultado ao Senhor e receberam direção de Deus para lutar, mas quem sai derrotado são os filhos de Israel. Isto nos mostra que mesmo tendo uma palavra de Deus a vitória só será conquistada com jejum.
Es 4.3-17: Hamã arma um plano para matar Mordecai. Quando este fica sabendo começa um jejum e assim também sucede com cada judeu que fica inteirado deste plano. Quando a Rainha Esther toma conhecimento do fato, ela orienta a Mordecai e a todos os judeus para entrarem em um jejum de três dias. Depois desse jejum, ela iria falar com o Rei. Esther arma um banquete para o Rei e Hamã, mas não fala nada. Quando o Rei volta para os seus aposentos, ele fica com insônia. Um escravo é chamado, pelo Rei, para ler o livro de crônicas e este livro é aberto na história que conta o que Mordecai (que coincidência) fez pelo Rei. Neste exato momento, Hamã estava se aproximando dos aposentos do Rei. O Rei aproveita e pergunta para ele: “o que deveria ser feito para honrar um homem que agradou ao Rei”? A situação é revertida.
Existia um plano para matar Mordecai, mas Deus inverte toda a situação. O que mais chama atenção aqui é que não existe nenhuma ação humana, pois após o jejum de três dias a Rainha não teve oportunidade de falar com o Rei. O Senhor agiu, após o jejum Deus se moveu. Foi uma ação sobrenatural de Deus. Depois sim, permitiu que a Rainha falasse.
Is 58.1-14: Aqui temos um jejum equivocado. Um jejum que desagrada a Deus. E que jejum é este? Cuidar do próprio interesse, exigir que se faça o nosso trabalho, contendas e rixas.
O Senhor nos fala do jejum que ele escolheu. E qual é? Soltar as ligaduras da impiedade, desfazer as ataduras da servidão, deixar livres os oprimidos e despedaçar todo o jugo.
Depois disso vem uma série de promessas do Senhor: Romperá a tua luz como alva; a tua cura brotará; tua justiça irá adiante; a glória do Senhor será a tua retaguarda; clamarás e o Senhor te ouvirá; gritarás por socorro e ele dirá “eis me aqui”; o Senhor te guiará; fartará a tua alma; fortificará os teus ossos; os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás o fundamento de muitas gerações e serás chamado de reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável.
As condições para isto são: Se abrires a tua alma ao faminto; fartares a alma aflita; se desviares o pé de profanar o dia do Senhor e de cuidar dos teus próprios interesses.
O Senhor demanda que nós declaremos: Que o tempo com ele é deleitoso, de honrar este tempo, não seguindo os nossos caminhos, não pretendendo fazer a nossa vontade, nem falando palavras vãs.
O contexto aqui é que o mesmo povo que jejuava, era o mesmo povo que escravizava. Por isso, o Senhor não se alegrava do seu jejum, pois jejuavam para o Senhor mudar algo que eles mesmos praticavam. “UMA COISA É JEJUAR PARA QUE TUDO ISTO SE REALIZE, OUTRA COISA É JEJUAR PARA EU REALIZAR TUDO ISTO”. O Senhor nos pede para declarar que o tempo com Ele é deleitoso, que tremendo. Isto está aqui para mostrar que o Senhor percebe o nosso coração e deseja que nos deleitemos na presença Dele e não cheguemos a Ele como se fosse um peso, uma obrigação. Portanto, mudemos o nosso coração na nossa relação com o Senhor.
Zc 8.19: Aqui o Senhor determina uma série de jejuns programados e estabelece como ele quer que seja a atitude do povo quando estiver de jejum: 1º. Regozijo; 2º. Alegria; 3º. Festividades solenes.
A atitude que o Senhor requer não é de pesar, mas sim de muita alegria e deleite. Que o jejum não seja um peso para nós, mas um momento de grande proveito na presença do Senhor. Jesus sabia muito bem disto, pois é exatamente isto que ele recomenda para fazermos quando jejuarmos (Mt 6.16-18).
Mt 4.1-11: Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Incrível isto. O diabo não veio no 1º dia, nem no 10º, nem no 20º, nem no 30º, mas esperou até o momento que Jesus teve fome.
Depois de um jejum longo devemos estar atentos, pois o inimigo virá para nos fazer cair, a fim de que o jejum não alcance o seu propósito diante de Deus. Com o Senhor ele teve que esperar 40 dias, pois só aí Jesus teve fome. Conosco bastam 12 horas e já estamos sentindo fome. Então ele virá com dores, com mal estar, a fim de te fazer quebrar o jejum antes do tempo. Com isso ele alcança o seu intento, pois nos torna pérfidos (aquele que quebra o seu contrato) e isto é pecado. Se determinares fazer um jejum e estabeleces o tempo, se algo suceder que tenhas que mudar procure a autoridade que está sobre a tua vida para te cobrir nesta mudança, ou seja, não tome a decisão sozinho.
At 13.1-2: A liderança da igreja estava reunida em jejum e oração. Então ouviram o Espírito Santo lhes dizer: “Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado”.
Havia uma prática de oração e jejum e em meio a isto fica fácil Deus falar e nós ouvirmos. Em Jerusalém quando, os apóstolos, perceberam que estariam envolvidos demais em atividades que lhes roubaria o tempo de oração e do ministério da palavra, eles estabeleceram diáconos. Sábia decisão (At 6.1-6).
Jl 1.13-14: Foi apregoado um jejum para todo o povo. O motivo é que toda a terra estava sendo assolada e acabada. Mas para Deus reverter o quadro tinha uma ordem: primeiro os ministros tinham que se humilhar e buscar e depois todo o povo – 1º cingi-vos de pano de saco (humilhai-vos); 2º lamentai; 3º uivai; 4º passarem a noite vestidos de pano de saco; 5º promulgai um santo jejum; 6º convocar uma assembléia solene; 7º congregar os anciãos; 8º congregar todos os moradores desta terra (ninguém fica de fora); 9º reunir no mesmo lugar; 10º clamar ao Senhor.
A terra que está ao nosso redor não está assolada? Não teríamos que iniciar o jejum pelos líderes e depois todo o povo? Existem situações entre nós que nunca são resolvidas, nós falamos que somos uma família, mas ainda não sentimos uns as dores dos outros. Creio que existem situações que todos deveremos ser conclamados a orar e jejuar juntos pela mesma causa (1ª Co 12.26).
CONCLUSÕES:
Mt 9.14-15: Neste tempo os discípulos não jejuavam, pois o Noivo estava com eles. O Noivo não está mais conosco. Portanto, é chegado o tempo de jejuar.
Não temos que jejuar somente por situações específicas, mas sim ter uma prática de jejum. Jesus não jejuava por uma coisa específica, mas tinha uma prática de jejuar. Esta prática o capacitava com unção, graça e força espiritual, ou seja, estava sempre preparado.
A Palavra do Senhor nos manda orar sem cessar. O jejum é mais um ingrediente para fortalecer a oração. O jejum seria a enzima da oração.
Jejuar sem orar é passar fome. Não tem sentido algum fazer isto. Aqueles que jejuam enquanto estão trabalhando deverão substituir o horário da alimentação por tempo em oração.
No jejum encontramos uma arma poderosa contra os desejos da carne, pois quando nos abstemos dos alimentos estamos abrindo mão do desejo mais forte que existe em nós. A maioria das pessoas pensa que o desejo sexual é um impulso incontrolável, mas temos descoberto que o mais incontrolável dos impulsos é o da alimentação. Uma pessoa poderá passar a vida toda sem ter uma relação sexual e por isso não morre, mas se resolver não comer certamente morrerá. Não percebemos a força deste impulso porque nos alimentamos constantemente.
Quando aprendermos a controlar este impulso em Cristo, através do jejum, os outros desejos da carne serão fáceis de controlar, já que consideramo-lo como o mais forte dos apelos da carne. Não foi por acaso que o Senhor nos mandou jejuar, abrir mão desta necessidade colocada por ele em nós. O Senhor sabia o que estava pedindo.
Muitas das vezes fico a imaginar que o jejum praticado atualmente (ficar sem ingerir carne bovina) está redondamente deturpado...
ResponderExcluirMessias
Cuiabá-MT