Os manifestantes montaram acampamentos improvisados e levaram comida para o local, onde estão desde as 5h00 de terça-feira (5).
Na manhã de terça (5) teve início uma manifestação popular no município de Santa Rita, localizado a 85 quilômetros de São Luís, às margens da BR – 135. Organizada por moradores do município, a manifestação conta com a participação de comunidades vizinhas comoRetiro São João da Mata, Mata dos Pires, Companhia, Sítio do Meio, Cariongo, Carionguinho, Oiteiro dos Pires e Vaca Morta, todas situadas próximas a Estrada de Ferro Carajás, em concessão à empresa Vale.
Nos últimos tempos as obras de duplicação da estrada de ferro tem se acelerado. Após um embargo judicial que parou a obra durante 45 dias, uma licença de instalação foi dada pelo IBAMA à Vale em novembro passado, autorizando a duplicação de mais de 700km de trilhos.
De acordo com uma moradora presente no local, a reivindicação principal é pela construção de um viaduto para facilitar a passagem de pessoas e veículos sobre a estrada de ferro e diminuir os riscos de acidentes. “A Vale vem prometendo construir esse viaduto desde 2009, e até agora nada. Somos parte de diversas comunidades que precisam atravessar a ferrovia com segurança. Já não aguentamos mais esperar”, afirmou.
Os moradores ainda ressaltam os impactos ao meio ambiente causados pelas obras. “Nossos igarapés estão sendo entupidos impossibilitando o sustento de centenas de famílias. Sofremos com a poluição provocada pelo minério de ferro transportado sem cobertura nos vagões que se dispersa pelo ar causando problemas respiratórios, com a poluição sonora devido à frequência da passagem de trens, há casa nas comunidades que estão rachadas devido à trepidação das locomotivas e nossas estradas estão sendo destruídas devido aos carros pesados que agora circulam frequentemente em nossas estradas”, relatam os moradores em uma proposta enviada à Vale.
“Fechamos a estrada que dá acesso ao canteiro de obras, mais especificamente no povoado Carionguinho e a partir de agora nenhuma máquina vai passar por aqui”, afirmou uma moradora, ainda nas primeiras horas da manhã de terça feira.
Durante a tarde de terça (5), o clima ficou tenso quando um engenheiro da Vale esteve com os manifestantes e apresentou uma “declaração de intenções”, com um cronograma de trabalho. De acordo com esse cronograma o viaduto só estaria pronto daqui a dois anos. “Um papel desse aqui, não adianta nada", disse um morador. "Inclusive, ano passado eles trouxeram um papel desse igualzinho", prosseguiu.
O movimento é pacífico. São mais de 200 pessoas que protestam não só contra a falta de um viaduto no município, mas contra todos os impactados mencionados. Já são três dias de protesto. Os manifestantes montaram acampamentos improvisados e levaram comida para o local, onde estão desde as 5h00 de terça (5). Pretendem ficar o tempo que for necessário para solucionar o problema. Eles também estão fazendo contato com autoridades e representantes de diversas instituições, incluindo a Procuradoria da República, onde já tramita um inquérito civil a respeito do problema apontado pelos moradores.
Rede Justiça nos Trilhos
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