Por Tom Coelho, educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. www.tomcoelho.com.br
Mobilidade. Este é um dos maiores desafios de um mundo com sete bilhões de pessoas. E não apenas para as grandes cidades.
Não é o direito, mas a capacidade de ir e vir que está comprometida. Dia destes, devido a uma chuva intensa e prolongada, levei quase duas horas para percorrer seis quilômetros.
A questão ambiental está em voga. Porém, poucos percebem que um carro trafegando a uma velocidade média de pedestre consome mais pneus e pastilhas de freio, aumenta sua depreciação e eleva o consumo de combustível às alturas, despejando mais gases de efeito estufa e poluindo ainda mais o ar.
A falta de transporte coletivo em quantidade e de qualidade impede a integração do automóvel com as redes de ônibus, trem e metrô. E mesmo as estações inauguradas recentemente não dispõem de edifício-garagem para estimular o motorista a rodar menos com seu carro.
A mobilidade não é apenas um problema de infraestrutura viária, mas de saúde pública. Afora a perda material, há efeitos intangíveis e de difícil mensuração. Primeiro, o tempo das pessoas, que deixam de cumprir compromissos e realizar tarefas diversas porque estão presas no trânsito. Reuniões canceladas, clientes e pacientes não atendidos, produção que deixa de ser gerada.
Segundo, o estresse. A paciência, a tolerância e o equilíbrio emocional são colocados à prova ao extremo, trazendo à tona o que há de pior nas pessoas. Motoristas que não dão passagem a pedestres e a outros veículos, motociclistas que trafegam irresponsa-velmente em alta velocidade pelo corredor formado entre as faixas de rolagem, gente que ocupa assentos preferenciais no transporte coletivo e não os cedem a quem de direito.
Aliás, são os mais pobres os que mais sofrem. O desenvolvimento econômico empurrou os trabalhadores para a periferia das cidades, exigindo-lhes despertar no final da madrugada para se dirigirem ao trabalho, desperdiçando até seis horas diárias para ir e voltar.
Nossa sociedade está privando as pessoas do convívio familiar e minando a saúde de seus trabalhadores. Aumentam os acidentes de trabalho, em decorrência do cansaço e da desatenção durante a atividade laboral, bem como os acidentes de trajeto. Crescem o absenteísmo, o presenteísmo, as doenças profissionais e psicossomáticas.
Enquanto os governos não fazem sua parte, mitigando os já mencionados problemas de infraestrutura, é premente repensar as relações de trabalho, incentivando o trabalho à distância, mediante uma gestão por confiança capaz de prescindir da presença física dos colaboradores na sede da empresa. Precisamos avançar na qualidade da conexão de banda larga para estimular as videoconferências. São muitas as questões que podem e devem ser resolvidas on-line ou por telefone. O trabalho SOHO (small office, home office) é uma necessidade hoje e não do futuro.
É evidente que temos uma legião de trabalhadores operacionais que jamais poderão ser incluídos neste sistema. Ainda nos anos de 1990 eu pretendia implantar uma jornada flexível, mas era impraticável dentro de uma atividade industrial na qual o processo produtivo é sequencial. Se o responsável pelo corte do aço decidisse chegar mais tarde, os soldadores não teriam matéria-prima para trabalhar, comprometendo todo o sistema…
Por fim, cabe também um alerta aos profissionais. Conheço uma empresa que oferece café e pão com manteiga às oito horas da manhã aos seus vendedores apenas para exigir-lhes a presença no escritório antes de saírem à rua para as visitas agendadas, impedindo que alguns resolvam simplesmente dormir até depois das dez, expondo mais do que sua falta de profissionalismo, a ausência de comprometimento.
Não é o direito, mas a capacidade de ir e vir que está comprometida. Dia destes, devido a uma chuva intensa e prolongada, levei quase duas horas para percorrer seis quilômetros.
A questão ambiental está em voga. Porém, poucos percebem que um carro trafegando a uma velocidade média de pedestre consome mais pneus e pastilhas de freio, aumenta sua depreciação e eleva o consumo de combustível às alturas, despejando mais gases de efeito estufa e poluindo ainda mais o ar.
A falta de transporte coletivo em quantidade e de qualidade impede a integração do automóvel com as redes de ônibus, trem e metrô. E mesmo as estações inauguradas recentemente não dispõem de edifício-garagem para estimular o motorista a rodar menos com seu carro.
A mobilidade não é apenas um problema de infraestrutura viária, mas de saúde pública. Afora a perda material, há efeitos intangíveis e de difícil mensuração. Primeiro, o tempo das pessoas, que deixam de cumprir compromissos e realizar tarefas diversas porque estão presas no trânsito. Reuniões canceladas, clientes e pacientes não atendidos, produção que deixa de ser gerada.
Segundo, o estresse. A paciência, a tolerância e o equilíbrio emocional são colocados à prova ao extremo, trazendo à tona o que há de pior nas pessoas. Motoristas que não dão passagem a pedestres e a outros veículos, motociclistas que trafegam irresponsa-velmente em alta velocidade pelo corredor formado entre as faixas de rolagem, gente que ocupa assentos preferenciais no transporte coletivo e não os cedem a quem de direito.
Aliás, são os mais pobres os que mais sofrem. O desenvolvimento econômico empurrou os trabalhadores para a periferia das cidades, exigindo-lhes despertar no final da madrugada para se dirigirem ao trabalho, desperdiçando até seis horas diárias para ir e voltar.
Nossa sociedade está privando as pessoas do convívio familiar e minando a saúde de seus trabalhadores. Aumentam os acidentes de trabalho, em decorrência do cansaço e da desatenção durante a atividade laboral, bem como os acidentes de trajeto. Crescem o absenteísmo, o presenteísmo, as doenças profissionais e psicossomáticas.
Enquanto os governos não fazem sua parte, mitigando os já mencionados problemas de infraestrutura, é premente repensar as relações de trabalho, incentivando o trabalho à distância, mediante uma gestão por confiança capaz de prescindir da presença física dos colaboradores na sede da empresa. Precisamos avançar na qualidade da conexão de banda larga para estimular as videoconferências. São muitas as questões que podem e devem ser resolvidas on-line ou por telefone. O trabalho SOHO (small office, home office) é uma necessidade hoje e não do futuro.
É evidente que temos uma legião de trabalhadores operacionais que jamais poderão ser incluídos neste sistema. Ainda nos anos de 1990 eu pretendia implantar uma jornada flexível, mas era impraticável dentro de uma atividade industrial na qual o processo produtivo é sequencial. Se o responsável pelo corte do aço decidisse chegar mais tarde, os soldadores não teriam matéria-prima para trabalhar, comprometendo todo o sistema…
Por fim, cabe também um alerta aos profissionais. Conheço uma empresa que oferece café e pão com manteiga às oito horas da manhã aos seus vendedores apenas para exigir-lhes a presença no escritório antes de saírem à rua para as visitas agendadas, impedindo que alguns resolvam simplesmente dormir até depois das dez, expondo mais do que sua falta de profissionalismo, a ausência de comprometimento.
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