segunda-feira, 8 de julho de 2013

Práticas de convivência com a seca onde moram 65% das pessoas pobres do Brasil

Hoje, 16% do território brasileiro sofrem com a desertificação e seca, abrangendo 1.488 municípios (27% do total), e 32 milhões de habitantes (17% da população). Nestas áreas habitam 65% dos cidadãos considerados pobres do país, com 8 milhões de pessoas sendo afetadas diretamente com a seca e a desertificação. Para promover o uso sustentável do semiárido, com geração de emprego e renda para a população que habita a região, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) lança, nesta quinta-feira (04/07), em Salvador, o Plano Safra do Semiárido.
No Brasil, o processo de desertificação é consequência do uso inadequado dos recursos florestais da Caatinga e Cerrado. Práticas agropecuárias sem manejo correto dos solos, uso inadequado dos sistemas de irrigação com a consequente salinização, superpastejo animal na pecuária extensiva comprometendo a regeneração de espécies e as ações de desmatamento provocam processos erosivos e esgotamento dos solos. Diferente das secas, que são fenômenos naturais, a desertificação pode ser evitada, por isso a importância de ações de convivência sustentável com a semiaridez para combater a desertificação.
O Plano Safra é demanda da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD) e busca difundir boas praticas de convivência com a semiaridez que promovam a segurança alimentar, hídrica, energética e da biodiversidade, de forma articulada com outras políticas públicas, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Além de sistemas produtivos inclusivos para a convivência com a semiaridez, o plano capacitará, ainda, extensionistas para que os sistemas produtivos propostos sejam viabilizados”, explica o diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e secretário-executivo da CNCD, Francisco Campello.
Campello informa que a comissão colaborou diretamente com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na elaboração do Plano Safra do Semiárido, para que a proposta assegure o apoio à convivência sustentável com a semiaridez, apoiando práticas agropecuárias em base ecológica sustentáveis, de conservação do solo e manejo integrado de uso múltiplo dos recursos florestais – sistemas de manejo silvopastoril, agroflorestal e extrativismo sustentável e energético. “Também sugerimos tarifas diferenciadas para apoiar a implantação dos Programas Estaduais de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca”.
Por Sophia Gebrim, publicado originalmente no site do Ministério do Meio Ambiente.

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