O Brasil apresentou significativa redução de desigualdades entre os municípios nos últimos 20 anos, com alta do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da ordem de 50%. Esse aumento, no entanto, não contribuiu para melhorar a situação do país como um todo, que além de ficar em 85º lugar dentre as nações do mundo com melhor IDHM, apresenta – em comparação com países da América Latina – índices abaixo do Chile (40º lugar), Argentina (45º), Uruguai (51º) e Peru (77º). Os dados são resultado do mapeamento intitulado “Atlas Brasil”, divulgado hoje (29) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
O trabalho, um recorte do Brasil com dados comparativos dos últimos 20 anos, apresentou os últimos índices do IDHM nos 5.635 municípios brasileiros. Toma como base a avaliação de indicadores sociais, sobretudo os relacionados a educação, longevidade e renda. De um modo geral, o IDHM apresenta números de 0 a 1 para cada indicador. O índice geral, no país, saltou de 0,493 observado em 1991 (considerado muito baixo) para 0,727 (considerado alto) em 2010.
Dos três principais indicadores, o que apresentou mais destaque nos municípios brasileiros foi a Educação. Nas duas últimas décadas, o índice subiu 128,3%. Mesmo assim, ainda é considerado baixo: saiu de 0,2788 em 1991 para 0,637 em 2010. Para os responsáveis pelo estudo, esse aumento reflete o crescimento do fluxo escolar da população jovem no mesmo período e o nível de escolaridade da população adulta. O IDHM Longevidade, por outro lado, registrou crescimento de 23,2% nos últimos 20 anos. Em outras palavras: resultou em um aumento de 9,2 anos na expectativa de vida ao nascer no país, entre 1991 e 2010. Já em relação ao IDHM Renda, o crescimento foi de 14,2%, o que representou R$ 346 de aumento na renda per capita mensal dos municípios brasileiros. Mas a diferença entre os municípios com maior e menor IDHM Renda per capita é gritante.
Dos 5.665 municípios brasileiros, 74% deles, ou 4.122 municípios possuem entre médio e alto IDHM. Já 25% (1.431 municípios) possuem baixo ou muito baixo IDHM. A observação mostra uma boa melhoria, já que em 1991, 85,8% dos municípios brasileiros tinham IDHM muito baixo. Também leva ao entendimento de que o país está conseguindo reduzir disparidades de desenvolvimento humano em suas regiões. Além destes municípios, se destacam 0,8% do total (ou 44 deles) que possuem IDHM considerado muito alto.
Quando o índice é avaliado em relação a unidades da Federação, constata-se que o melhor IDHM (o mais elevado) é observado no Distrito Federal (de 0,824). O DF, levando-se em conta todas as suas regiões administrativas, tem o maior IDHM Renda (0,863) e um IDHM Educação de 0,742. Os piores índices, em compensação, são observados nos estados nordestinos de Alagoas (0,63 DE IDHM) e Maranhão (0,639).
Atualmente, o Brasil é considerado um dos países com alto desenvolvimento humano, com expectativa de vida de 73,8 anos, média de escolaridade de 7,2 anos e renda per capita anual de US$ 10.152. Mas os dados não são atualizados totalmente. Os indicadores da educação são de 2005, e os de saúde e renda, de 2010.
O IDH mede o nível de desenvolvimento humano de determinada região. É a terceira vez que o órgão da ONU realiza o levantamento sobre a situação nos municípios do país – outras duas edições da pesquisa foram divulgadas em 1998 e 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário