O IBGE acaba de publicar mais um trabalho sobre a influência que cidades exercem sobre outras cidades e as mudanças que regiões e cidades tiveram ao longo dos anos. Esse trabalho intitulado “Atlas do Censo Demográfico do IBGE mapeia mudanças na sociedade brasileira” é muito importante para entender a dinâmica de nosso País. A seguir apresento alguns trechos da publicação, ao final deste texto eu deixo um link que levará ao trabalho completo.
Ao longo do século XX, o número de municípios cresceu de 1.121, em 1900, para 1.890, cinquenta anos depois. Na última década, esse número passou de 5.507, em 2000, para 5.565 municípios em 2010 (em 2013 existem 5.570 municípios). Dado o forte caráter descentralizador da Federação após a última Constituição Federal, a multiplicação das unidades de poder local constitui elemento intrínseco de compreensão da geografia da população brasileira, uma vez que a criação de um novo ente federativo constitui, em si, fator de interiorização de parcela da população.
Os censos brasileiros mostram que a população experimentou sucessivos aumentos em seu contingente, no período 1991-2010, tendo crescido 1,29 vezes, embora a velocidade do crescimento venha diminuindo progressivamente. Entre 1991/2010, a taxa média geométrica de crescimento anual passou de 1,64% entre 1991 e 2000, para 1,17% entre os censos de 2000 e 2010, refletindo a continuidade do processo de declínio da fecundidade no país.
Os índices mais altos de eficácia migratória – relação entre o saldo migratório e o volume total de migrantes (imigrantes + emigrantes) – são vistos nas capitais regionais, que demonstram maior poder de atração quando comparadas ao nível metropolitano. Mesmo no Nordeste, tradicionalmente uma região de emigração, não há perdas populacionais significativas nesse patamar. Enquanto algumas capitais regionais se destacam na estrutura produtiva do país, como Campinas, Santos e Sorocaba (SP), outras exercem forte centralidade devido às funções político-administrativas que exercem como capitais estaduais, a exemplo de Vitória (ES), Porto Velho (RO) e Palmas (TO).
A maioria das capitais regionais parece atrair migrantes oriundos de centros de diversas hierarquias urbanas, principalmente em áreas como o interior de São Paulo, para onde se deslocou parte da produção, lembrando que a geografia dos fluxos está estreitamente associada às mudanças observadas no mercado de trabalho. Observa-se ainda que o migrante com maior escolaridade amplia suas possibilidades de deslocamento e opções profissionais, num contexto de alterações nas relações de trabalho. O que predomina hoje são, assim, fluxos mais diversificados e não aqueles onde predominam excedentes populacionais com baixa qualificação.
No espaço de quase um século e meio, a educação no Brasil tem se modificado lentamente. O percentual de pessoas alfabetizadas saiu de 18,6% da população livre e 0,1% da população escrava, em 1872, segundo o Recenseamento Geral doBrazil daquele ano, para 82,6%, em 2010. Mais recentemente, contudo, observam-se melhorias expressivas nos indicadores de educação entre o período intercensitário 2000/2010, bem como no que se refere aos aspectos redistributivos de renda, mas, em escala nacional, mantém-se o padrão geral de desigualdade regional na comparação entre o Sudeste, Sul e Centro-Oeste com o Norte e o Nordeste.
O rendimento da área rural do país representa 46,1% daquele da área urbana, em nível regional tal distanciamento varia de 44,0%, na Região Nordeste a 62,8% na Região Sul. Na escala macrorregional, as diferenças nos rendimentos médios mensais das pessoas de 10 anos ou mais de idade (com rendimento) colocam o Centro-Oeste e o Sudeste à frente, com valores mais elevados e próximos (R$ 1.422,00 e R$1.396,00, respectivamente), o Sul, na posição intermediária (R$ 1 282,00), seguido, em ordem decrescente, pelas regiões Norte e Nordeste, com, respectivamente, R$ 957,00 e R$ 806,00. Nesse contexto, cabe observar que o rendimento do Nordeste representa 56,7% daquele auferido pelo Centro-Oeste.
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