Mesmo depois de a maioria dos líderes da Câmara decidir descartar a realização de um plebiscito para discutir uma reforma política com efeitos para as eleições de 2014, o líder do PT na Casa, José Guimarães (CE), disse que o partido vai insistir na ideia, proposta inicialmente como constintuinte exclusiva pela presidente Dilma Rousseff. O plano é recolher assinaturas para tentar viabilizar um projeto de decreto legislativo propondo a consulta popular. Vale o desgaste?
O posicionamento é arriscado, ainda mais porque tomado na fase política mais importante antes da eleição presidencial. Não bastasse, os próprios deputados petistas reconhecem as dificuldades para avançar com a proposta na Casa. São necessárias 171 assinaturas para que a proposta comece a tramitar, mas, além do curto prazo, outra dificuldade é a falta de consenso sobre o conteúdo do plebiscito. “Se aparecer uma proposta de plebiscito que recolha assinaturas, esta Casa poderá votar, não vai se furtar a votar, mas, mesmo vindo, o plebiscito só terá validade para 2016″, avisou o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).
O PT está contando com o apoio das bancadas do PC do B e do PDT, o que reuniria pelo menos 138 parlamentares em torno da proposta. “O PT considera que dá, sim, para realizar o plebiscito em 2013. Nossa missão agora é recolher as assinaturas para conformar a ideia do decreto para a convocação do plebiscito. Esse negócio de tempo hábil quando se quer faz, quando se quer consegue”, disse José Guimarães.
“Enterrado”
Líder do PMDB, o deputado Eduardo Cunha (RJ) debochou, dizendo que a proposta do plebiscito com uma reforma política em 2014 “foi enterrado e já teve até a missa de sétimo dia”. Segundo ele, o PMDB pode até aceitar discutir uma consulta popular em 2014, junto com as eleições, para não “ter custos”. “Não queremos despesas”, ponderou.
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