segunda-feira, 8 de julho de 2013

A Rede Globo de Televisão será um dos principais alvos dos manifestantes em 11 de julho

O domínio da Rede Globo sobre o principal mídia do Brasil – a televisão – deve ser duramente questionado nas marchas e concentrações populares marcadas para a quinta-feira 11, o Dia Nacional de Lutas com Greves e Manifestações.
Nas capitais, pelo menos dois atos convocados especificamente para protestar contra a Globo foram marcados em São Paulo e Porto Alegre, nos respectivos portões das sedes da emissora.
No manifesto de convocação do ato Contra o Monopólio da Globo, há uma série de justificativas do porque a emissora foi escolhida como alvo. Há argumentos técnicos, que apontam para a existência, na prática, de um enorme desequilíbrio no poder da emissora sobre diversos setores da mídia eletrônica. “A Globosat participa de 38 canais de TV por assinatura e tem poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que juntas controlam 80% do mercado”, lembra o texto.
Outras afirmações são políticas. “A emissora opera como um partido político”. Abaixo, a convocação e os motivos dos organizadores do protesto em frente à Globo em São Paulo e Porto Alegre:
1º grande ato contra a Globo + Monopólio da Mídia em SP
11 de julho, concentração a partir das 17h,
na Pça Gal Gentil Falcão -
ao lado da estação Berrini de trem
PORQUE UM ATO NA FRENTE DA GLOBO?
MONOPÓLIO
O cenário na televisão brasileira é de quase monopólio. Na TV aberta, a Globo controla 73% das verbas publicitárias, embora tenha 43% da audiência. A Globosat participa de 38 canais de TV por assinatura e tem poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que juntas controlam 80% do mercado. No Rio de Janeiro, o grupo controla os principais jornais, TVs e rádios, situação que seria proibida nos Estados Unidos e em vários países da Europa, onde há regulação democrática da mídia.
PROMISCUIDADE POLÍTICA
Várias das afiliadas da Globo pelo Brasil são controladas por políticos de direita envolvidos em inúmeros escândalos. A família Sarney controla a TV Mirante (GLOBO) no Maranhão e Fernando Collor controla a Gazeta (GLOBO) em Alagoas. A Globo construiu seu império a partir da relação promíscua com o regime militar, que lhe garantiu o acesso a toda a estrutura da Telebrás e a expansão nacional do seu sinal.
CORRUPÇÃO
A corrupção é marca da Globo desde a fundação. Seu crescimento na década de 60 se deu a partir de um acordo técnico ilegal com o grupo Time-Life, que mereceu uma CPI, mas foi abafado. Recentemente, veio à tona uma operação fraudulenta da empresa para sonegar impostos na compra dos direitos de exibição da Copa do Mundo de 2002. Além disso, a empresa vende espaços editoriais para divulgação de filmes e artistas, numa verdadeira grilagem eletrônica que a faz absorver recursos incentivados do cinema nacional.
MANIPULAÇÃO
A emissora opera como um partido político, direcionando o noticiário jornalístico a partir de suas opiniões conservadoras (seu ‘programa político’) e buscando definir a agenda pública a partir de entrevistados que têm visões alinhadas. A mudança na abordagem dos protestos simboliza bem a transição entre a deslegitimação e a tentativa de cooptação a partir de sua própria pauta. Momentos grosseiros de manipulação, como o das diretas já ou a eleição de Collor, ainda existem, mas perdem espaço para uma manipulação mais sutil, sofisticada e cotidiana.

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