A oposição concenta esforços nesta semana pela coleta de assinaturas para instalar no Congresso Nacional uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para grandes grupos empresariais. Apenas para o grupo EBX, de Eike Batista, a instituição financeira concedeu mais de R$ 10 bilhões em financiamentos. A operação provocou, até o momento, um prejuízo de R$ 462 milhões para o banco, que adquiriu ações do grupo que se encontra em dificuldades financeiras.
Proposta pelo PPS, DEM e PSDB, a CPI teria o objetivo de investigar não só as operações com as empresas de Eike, mas todos os contratos firmados nos últimos anos pelo BNDES. Reportagem divulgada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que o banco adiou prazos de pagamento às vésperas do vencimento de empréstimos e relaxou exigências técnicas para o EBX .
Documentos enviados ao Congresso apontariam prazos adiados e exigências relaxadas em 15 contratos firmados no valor de R$ 10,7 bilhões com o grupo entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012, com juros baixos, garantias em ações das próprias companhias ou bens que ainda seriam adquiridos. “Fica claro que o governo está usando o banco para beneficiar alguns grupos especialmente escolhidos pelos consultores de alto valor de mercado do PT”, avalia o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR).
“Queremos investigar não só o caso que envolve as empresas de Eike Batista, mas todos os contratos do BNDES. É muito dinheiro envolvido e há suspeitas de balanços maquiados”, diz Bueno. De acordo com o parlamentar, o caso do grupo EBX atinge diretamente a credibilidade do BNDES. “As denúncias de favorecimento colocam em risco a credibilidade do governo brasileiro perante o mundo”. Para que a CPI seja instalada são necessárias assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.
Do 247
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