A população foi às ruas em todo o Brasil dizer que não quer mais o estilo de governo que tem. Não falou das instituições nem da forma. Falou do conteúdo, de como, nas regras vigentes, os políticos e governantes, principalmente os do período lulopetista e de Dilma Rousseff, tratam a coisa pública.
A popularidade da presidente despencou. Ela fugiu da final da Copa das Confederações no Rio, domingo último, por medo de ser vaiada –assim como o governador do estado e o prefeito da cidade maravilhosa.
A presidente, cuja jactância em chamar-se “presidenta” mostra seu grau de comprometimento com o conteúdo de governo – ou seja, nenhum, a não ser com a forma, põe na mesa uma discussão fora de época, de tom e de propósito. A população que tomou as ruas e assustou os poderosos não pediu reforma política, mas reforma dos políticos, dos métodos, da forma de agir, da tunga que promovem no erário, da indecência, do compadrio, da corrupção, da impunidade, da falta de gestão qualificada e por aí afora.
É fácil ver a tentativa desesperada de desviar a atenção e sair do foco das manifestações. Dilma jogou na mesa nacional uma discussão tola, extemporânea, seja plebiscito, consulta popular ou reforma política. Dê-se o nome que quiser, a tradução é uma só e, como sempre, de acordo com o modo de agir vigente e contra o qual a população de manifesta: engodo.
O governo federal, surdo às ruas, propõe uma reforma desnecessária no momento, O que o povo quer é que se acabe com o desperdício, as mordomias, a desfaçatez com o dinheiro publico, as prioridades erradas, os desvios, a roubalheira.
Dona Dilma quer mudar o sofá da sala para impedir ”traições”, quando na verdade deveria estar debruçada sobre questões como reduzir os ministérios, cortar mordomias, prender corruptos, demitir incompetentes, limpar o cenário político podre.
Incomoda-me o fato de as pessoas que discernem, as que foram às ruas, inclusive, aceitem esse tipo de desvio do foco dos movimentos e perderem tempo se entregando a debates sobre o assunto.
Diga não à discussão sobre reforma da Constituição. Política ou não, por plebiscito ou consulta, ou seja lá o que for, diga um “não” retumbante e exija, se preciso nas ruas de novo, que o governo corte na carne, que o Congresso corte na carne, que o poder público em geral, corte na carne, em vez de tentar desviar o assunto para um debate em que sai do foco e coloca a culpa nas instituições.
A mídia, como sempre, ou tola ou ingênua ou de má-fé, sei lá, alimenta em manchetes e mesas redondas esse debate inócuo, falacioso, em vez de focar a pauta no que é preciso: a reforma do governo e não da Constituição ou do Estado.
Atenção pessoal das mídias sociais, da imprensa, os que se rebelaram contra tudo que errado que o poder público e os maus políticos (e maus empresários também) fazem a País : vocês estão fazendo jogo que significa tudo contra o qual estão lutando, com legitimidade.
O fato é que o estilo lulopetista/dilmista de governar é o que está na berlinda.
O resto é cortina de fumaça, falácia, desvio, spray de pimenta nos olhos dos anifestantes. Não caiam nessa. A receita não pode funcionar sob risco de desmoralizar uma página de cidadania escrita em paz e com maturidade. Os malfeitores ,aproveitadores, não contam.
Bradem aos 4 ventos : estão tentando seguir nos enganando… Exijam cortes nos ministérios, nos gastos inuteis, prisão de bandidos condenados, melhoria pratica,efetiva, já, dos hospitais, sem desviar para importação – ridícula – de médicos, quando o problema é a falta de estrutura de atendimento. Melhoria já nos transportes. em vez de planos mirabolantes.
Exijam melhores salários para professores. Exijam que criem vergonha na cara. Se não, daqui a pouco também estarão importando população para votarem no Brasil.
Por Paulo saab, jornalista e escritor. http://www.franciscocastro.com.br/blog/
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