“As próprias centrais sindicais, mesmo todas juntas, como CUT, CGT, Força Sindical, entre outras menos votadas e representativas, mostraram que não conseguiram fazer sombra à força da participação espontânea, quando ela irrompeu em junho. O movimento, quando aconteceu, deixou as centrais confusas. Achavam que tinham o monopólio de levar manifestantes para as ruas e foram surpreendidas. O movimento de ontem foi convocado para mostrar que elas ainda sabem como encher avenidas com seus seguidores”.
A frase é da jornalista Miriam Leitão, sobre as manifestações “oficiais” nas ruas, na última quinta-feira. São do jornalista Josias de Souza as frases que se seguem, comparando as manifestações de rua dos jovens e essa das centrais sindicais patrocinadas pelo governo e pelo PT, que ele chama de pelegada.
“A rapaziada é o desejo de futuro. A pelegada é o destino-pastelão. A rapaziada é novidade. A pelegada é o mesmo. A rapaziada é decifra-me. A pelegada é devoro-te. A rapaziada é namoro. A pelegada é tédio conjugal. A rapaziada é dúvida. A pelegada é óbvio ululante. A rapaziada é Fora Renan. A pelegada é o bigode do Sarney. A rapaziada é poesia. A pelegada é pedra no caminho. A rapaziada é abaixo a corrupção. A pelegada é a perspectiva de inquérito”.
Outra frase de Josias de Souza é muito relevante: “Foi colocado a prova as duas formas de organização: interação e participação! Ficou comprovado que a interação é de domínio público enquanto a participação é de domínio de alguns.
Agora, é escolher qual forma a pessoa quer vivenciar – o velho ou o novo.
O que ficou bem claro é a crise de representatividade dos governos federal, estaduais, do Congresso Nacional, das assembleias legislativas, das prefeituras, das câmaras de vereadores, do poder judiciário, dos sindicatos, das suas centrais sindicais.
O que ficou bem claro é a crise de representatividade dos governos federal, estaduais, do Congresso Nacional, das assembleias legislativas, das prefeituras, das câmaras de vereadores, do poder judiciário, dos sindicatos, das suas centrais sindicais.
Na prática, todo o Sistema está sendo rejeitado nas ruas. Há que se reconstruir um Sistema representativo e digno do crédito da sociedade.
Os próximos governantes não sairão mais dos conchavos políticos, mas de compromissos lineares pactuados com os anseios da sociedade. Mas isso preciso ser construído. Falta experiência e falta metodologia.
Porém, quem quebrou a inércia a partir do inconsciente coletivo, será capaz de desenhar o projeto do novo Brasil, justo e diferente de tudo que hoje não representa mais os quase 200 milhões de brasileiros.
Por Onofre Ribeiro, jornalista em Mato Grosso.
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