No dia 05 de julho, a favela do Moinho organizou seus moradores e foi às ruas pedindo regularização fundiária e urbanização da comunidade. Embora esteja na região central de São Paulo, a favela não conta com saneamento básico e, segundo moradores, já sofreu mais de 10 incêndios nos últimos 10 anos. O último grande incêndio causou a remoção de 480 famílias e a implosão pela prefeitura do prédio mais afetado. Para impedir o acesso à área próxima da demolição, a gestão Kassab construiu um muro de concreto armado no limite da favela.
O prefeito Fernando Haddad, quando em campanha para a prefeitura, usou imagens da favela e prometeu a urbanização. No entanto, recentemente a Secretaria da Habitação respondeu um email, que foi publicado em matéria da Agência Pública, em termos de “erradicar a favela“, oferecendo unidades habitacionais que ainda não estão prontas na região da Ponte dos Remédios, a 13 km do centro, e da Rua do Bosque, na região da Água Branca.
Os moradores da Favela do Moinho fizeram reunião com o Prefeito Fernando Haddad, que prometeu a retirada do muro construído na gestão Kassab. A medida de contenção poderia ganhar caráter trágico, sobretudo numa favela com tantos históricos de incêndio, pois o muro obstruía uma via de evacuação em caso de necessidade de fuga. A retirada do muro se fazia necessária por laudo do corpo de bombeiros.
Como a promessa do Prefeito não foi cumprida, os moradores organizaram neste domingo, 04 de agosto, um evento com música e com apoio de vários outros movimentos sociais, para a Derrubada do Muro da Vergonha.
Usando marretas e britadeiras, os moradores levaram toda uma tarde para derrubar apenas um pedaço do muro, que era composto por uma trança e metal e concreto. Curiosamente, o muro contava com material mais resistente do que qualquer casa da Favela do Moinho.
Somente no histórico recente, a prefeitura já implodiu um prédio e construiu um muro extremamente resistente para lidar com a questão da favela. Seguimos esperando o momento em que a prefeitura começará a fazer saneamento básico e processos de urbanização, demandas concretas da comunidade local.
Para saber mais sobre a organização dos moradores da favela do Moinho, todas as fotos e vídeos estão disponíveis na página deles no Facebook: https://www.facebook.com/moinhoresiste
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