O discurso de Dilma teve forte conotação de campanha eleitoral, muito embora ela quizesse disfaçar, quem assistiu atentamente o percebeu como um gesto claro de campanha. Os seus adversários mais claramente declarados realmente sentiram que havia intenções eleitoreiras até no figurino que a presidente usava. Isso, inclusive, entrou na redação de uma representação ao Ministério Público impetrada por um partido da oposição. De acordo com essa representação, “Dilma usou roupas vermelhas no pronunciamento oficial numa clara referência às roupas vermelhas utilizadas na campanha de 2010, fazendo alusão à cor do seu partido”.
Um que não é da oposição, no entanto poderá entrar no jogo da disputa eleitoral só, o que eu acho muito improvável, é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Embora ele negue que seja candidato à presidência da República, no entanto tem se comportado como candidato fazendo inaugurações, posou para fotos e liberou seus correligionários para que lançassem “à revelia” sua candidatura. Vários de seus correligionários afirmam que ele será candidato mesmo. Na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados lançou o deputado Júlio Delgado de minas Gerais e quase levou a eleição para o segundo turno e no Senado não apoiou a eleição de Renan Calheiros (AL).
Com várias jogadas de Eduardo Campos, o governo está tentando de todas a formas minar as suas forças e evitar que ganhe mais musculatura a ponto de em 2014 ter força suficiente para lançar a sua candidatura e fazer frente à Dilma e ao governo do PT. Nesse jogo, o jogador mais ativo, pelo qual todas as jogadas passam por ele, é o ex-presidente LULA. De acordo com informações vindas dos bastidores, ele está disposto a sacrificar a candidatura do PT ao governo do Estado de São Paulo para apoiar o vice-presidente Michel Temer ou alguém indicado por ele. Isso, evidentemente, evitaria maior debandada de eventuais apoiadores que deixariam de apoiar a candidatura da presidente para apoiar a de Campos.
A oposição que existe desde a eleição de Dilma também tem fazido várias jogadas visando preparar o terreno para a disputa para valer e 2014. O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência, vem se reunindo constantemente com figura proeminente do PSDB e de outros partidos e simpatizantes visando traçar estratégias de campanha em sua candidatura. Entre em desses encontros, ele se encontrou com o governador paulista, Geraldo Alckmin, e com o ex-governador José Serra para negociar a composição da nova direção do partido, que assumirá em maio. Apesar dele já ter sido escolhido o candidato do partido à presidência por Fernando Henrique, é fundamental que vença as eleições dentro do partido em maio próximo. Se realmente conseguir convencer a ala do partido em São Paulo na eleição para presidir o partido, então poderá já por a campanha na rua para a eleição para a presidência da República.
Esses são apenas três grupos que poderão se enfrentar. A grande dúvida é se realmente Eduardo Campos vai ser mesmo candidato. Dilma e Aécio serão, sem nenhuma dúvida, candidatos a presidência da República. Além desses, existem outros que poderão também ser candidatos ao cargo mais importante do País. Entretanto, para esses outros ainda está muito cedo. Exceto aqueles candidatos de partidos pequenos que todas as eleições se candidatam.
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