Agora, como a fórmula de remuneração da poupança passou a TR + 70% da Selic para os depósitos novos mesmo mantendo a regra antiga TR + 0,5% ao mês para os depósitos até 03 de maio de 2012 o governo ganhou graus de liberdade para diminuir os juros no País. Entretanto, infelizmente, existem alguns problemas que podem vim juntamente com a redução da remuneração da poupança. Portanto, os efeitos podem ser muito maiores do que os diretamente sentidos pela menor remuneração da poupança.
O primeiro e maior problema é o descontrole da inflação. Por exemplo, se a Selic for de 7,25%, a TR é praticamente nula, significando que a remuneração da poupança é de 70% da Selic para os depósitos feitos a partir de 4 de maio. Como 70% de 7,25% são 5,08%, isso quer dizer que os novos depósitos rendem anualmente esse percentual, enquanto que os antigos rendem 6,17% – taxa anual do rendimento mensal de 0,5%. Se a inflação for maior que 5,08%, quem depositou na poupança a partir de 04 de maio incorreu em perda visto que o rendimento será menor do que a inflação.
Nos patamares dos rendimentos que a poupança está tendo atualmente e ao se realizar as previsões de inflação para o ano de 2013, tem-se um péssimo negócio investir na poupança. Quem tem depósito antigo é aconselhável até deixar lá, mas se for depositar agora ou se tem depósito feito a partir de 04 de maio de 2012 é bom averiguar alternativas melhores.
O segundo problema é o risco de descasamento muito bem lembrado pelo economista Fabio Giambiagi. De acordo com ele, isso pode ocorrer em qualquer nível de inflação para uma Selic igual ou inferior a 8,5%. Esse problema pode se acentuar se a maior parte dos depósitos for antiga, com custo de captação será de 6,17 %. Mas independentemente da proporção de depósito com remuneração na nova fórmula ou na antiga, haverá o desencontro entre o percentual em que os depositantes são remunerados e o que os agentes que financiam recebem dos tomadores de empréstimos.
De qualquer forma, a mudança na remuneração da poupança além de poder causar esse desencontro na entre os bancos pagam para quem aplica o dinheiro na poupança e o que eles recebem emprestando esse dinheiro, geralmente por meio de contratos de financiamento imobiliário, e a redução do rendimento nas aplicações na caderneta de poupança proporcionou ao País ter condições de reduzir as taxas de juros. O grande problema, muito provavelmente o maior problema, é que existem outros fatores não relacionados com a poupança ou empréstimos de recursos oriundos desse tipo de aplicação que influenciam muito os juros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário