Justiça manda prender quatro por incêndio em boate de Santa Maria

Policiais civis do Rio Grande do Sul começaram, na manhã desta segunda-feira, a cumprir um mandado de prisão expedido contra quatro pessoas por conta do incêndio na boate Kiss, da cidade de Santa Maria, que deixou 231 mortos, neste domingo (27). A ordem foi dada pelo juiz Régis Adil Bertolini e possui caráter temporário, válido por cinco dias.

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Informações preliminares dão conta de que, entre os suspeitos já presos, estão um dos proprietários da boate e dois músicos da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no momento em que o fogo começou.

Conforme a Defesa Civil, o fogo começou na espuma de isolamento acústico, quando um dos integrantes da banda que se apresentava acendeu um sinalizador --efeito pirotécnico--, que atingiu o teto. O guitarrista Rodrigo Lemos Martins disse à Folha que um segurança da boate e o vocalista da banda tentaram apagar o incêndio, porém o extintor não funcionou.

Oitenta e duas pessoas permanecem internadas em hospitais da cidade e outras 39 foram transferidas para Porto Alegre.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que 20% dos feridos tiveram queimaduras consideradas graves, que correspondem a mais de 30% do corpo. A maioria sofreu intoxicação respiratória. Para auxiliar o socorro, o ministro apontou ainda que cinco médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, vão para ser encaminhados para o local.

Um velório coletivo das vítimas acontece desde a noite de ontem no CDM (Centro Desportivo Municipal) e grande parte dos enterros está previsto para acontecer nesta segunda-feira. No início da manhã de hoje foi feito um ato ecumênico no ginásio, celebrado pelo arcebispo da cidade, dom Hélio Adelar Rupert.

Incêndio em casa noturna no RS

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Neco Varella/Efe

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Familiares no enterro de uma das vítimas de incêndio em casa noturna de Santa Maria, no RS

FATALIDADE

A direção da boate Kiss divulgou uma nota ontem afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio que matou 231 pessoas a uma "fatalidade". A maior parte das vítimas morreu por asfixia e mais de cem pessoas também ficaram feridas.

"Lamentamos sinceramente a extensão da tragédia que excedeu a toda a normalidade e previsibilidade de qualquer atividade empresarial, creditando o terrível acontecimento a uma fatalidade que somente Deus tem condições de levar o consolo e o conforto espiritual que desejamos a todos os familiares e ao povo santa-mariense, gaúcho e brasileiro", diz a nota.

O secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, informou que o plano de combate a incêndio da casa está vencido desde agosto de 2012. Já a Polícia Civil afirmou que a casa estava com o alvará de funcionamento vencido também desde o ano passado, mas estava em processo de renovação.