Na verdade, quer queiram ou não, um dos principais, senão o principal, vilões de todos esses problemas no trânsito no Brasil são os condutores de veículos que não respeitam às leis, as outras pessoas e a elas próprias. O desrespeito no trânsito é algo corriqueiro que deixa indignado quem é do bem, quem respeita as leis existentes e, acima de tudo, respeitam as e muito mais respeitam a vida e o direito dos outros. Não resta nenhuma dúvida de que a agressividade e o estresse da maioria dos motoristas são os vilões do trânsito.
O poder público também possui culpa grande nesse problema. Em primeiro lugar, faltam investimentos que levem à melhorar no trânsito, que façam com que haja fluidez no tráfego nas nossas cidades. Já que existe uma preferência clara pelo transporte individual é necessário que os automóveis encontrem condições e vias que possibilitem o tráfego e que os congestionamentos e as lentidões sejam coisas raras. Sem que sejam realizados aportes de recursos, tanto públicos quanto privados, para a construção de vias e ampliação das existentes atualmente não se pode ter fluidez no trânsito. A tendência é que fique cada vez pior. Cada vez mais teremos mais congestionamentos, stress, aborrecimentos e custos mais altos toda vez que tirarmos o carro da garagem para andarmos e trafegarmos pelas cidades do Brasil.
Ao mesmo tempo, o poder público é responsável pela violência de todo tipo e natureza no trânsito em razão da escassez na aplicação das leis existentes. De cada infração cometida no trânsito e que é punida existem milhares de outras que não sofrem nenhum tipo de punição punida. As pessoas cometem os mais diferentes tipos e gravidades de infrações nas ruas, avenidas e rodovias no Brasil sem que sofra nenhuma punição.
Assim, elas cometem de forma contínua porque sabem que raramente serão punidas e para elas é sempre bom levar vantagens com relação aos outros. Falta coragem e pulso firme das autoridades para punir porque os infratores são muitos e possuem muita força e passam a criar conceitos como a “indústria da multa” ou outros termos para descrever políticas que levem à moralização e à humanização do trânsito. A verdade é que até o momento quase nenhuma autoridade teve coragem de aplicar o código de trânsito no Brasil.
As pessoas devem ter o bom senso e ao menos o senso de honestidade, de caráter e de pessoa que faz a coisa certa e cometam tantas transgressões no trânsito brasileiro. Não existem desculpas de que a lei de trânsito é desconhecida pelos motoristas porque todos eles ao tirar o documento que permite dirigir ou ao renová-lo são obrigados a mostrar que conhecem bem o que é proibido e o que é permitido fazer no trânsito no Brasil.
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