terça-feira, 2 de julho de 2013

Quem querer ganhar o poder no Brasil não poderá buscá-lo por meio do liberalismo econômico

No Brasil não existe lugar para o liberalismo econômico na política. Qualquer partido ou movimento oposicionista que o defenda está fadado ao fracasso. A questão não é privatizar os serviços públicos, mas  estatizar as funções do Estado, assim consideradas pela grande maioria dos brasileiros: transporte coletivo, educação, saúde, etc.
Nós, os brasileiros médios, jamais abraçamos a chamada ética protestante do trabalho, mesmo entre os evangélicos. A nossa linha de pensamento é divergente. Ao mesmo tempo que queremos liberdade política desejamos a presença estatal atendendo as demandas sociais. Jamais a maioria do eleitorado irá apoiar um candidato que transmita a ideia do cada um por si conforme as suas potencialidades, mesmo que por suposição. Corremos sim o risco do aprofundamento do controle do aparelho estatal pelos que prometem atender a todas as necessidades.
Conservadorismo moral e liberalismo econômico podem andar de mãos dadas em outros países, porém aqui, sob pena de exclusão da política partidária, devem ser separados. Existe lugar para a criação de um partido conservador forte e competitivo eleitoralmente, desde que no campo social abrace a fraternidade. Ridicularizar e combater programas como o bolsa família ou o Prouni apenas transfere votos para o petismo, em sentido amplo, embora a maioria desses eleitores não apoie os demais pontos da agenda igualitarista.
As manifestações que estão ocorrendo praticamente não atingiram a imagem do ex-presidente Lula, caso seja candidato em 2014 é o favorito absoluto para retornar à presidência da república. Isto porque possui méritos na visão de praticamente metade do eleitorado. Sendo que a sua maioria não é formada por petistas. Para estes o que importa é a sensação que o progresso material irá continuar em suas vidas. Seja uma casa mais confortável ou um carro novo. Aqui existe a lógica, a melhora nos padrões da subsistência é a primeira prioridade do homem. O resto fica para ser decidido depois.
O principal nome da oposição é o tucano Aécio Neves, a Marina é uma dissidente do regime. O quê pode ser dito dele? A única coisa real é que não possui biografia para suportar quinze minutos de debate com qualquer outro candidato disposto à vitória. Suas realizações políticas não atravessam as montanhas de Minas, a sua vida pessoal é um descalabro e as suas ideias sobre os assuntos moralmente polêmicos possuem a consistência de gelatina. Mais um indicado para a derrota.
Desde a redemocratização os políticos brasileiros que não se filiam explicitamente à esquerda foram pautados pela mídia. Assumiram como popular o sentimento das redações. As suas falas são voltadas para a repercussão que terão na imprensa, não entre o povo. Todos foram cooptados pelo progressismo. Qualquer posicionamento passível de ser rotulado como conservador ou reacionário, pelos cosmopolitas que controlam a difusão das notícias, foi indevidamente abandonado em busca dos aplausos dos deformadores de opinião.
No Brasil de hoje somente a situação possui discurso. A oposição vaga em busca de um.
Por Jorge Nogueira Rebolla    http://www.franciscocastro.com.br/blog/

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