domingo, 28 de julho de 2013

O poder do sexo para a economia

O filme de Pernas para o Ar 2, da Globo Filmes, que retrata uma executiva protagonizada pela atriz Ingrid Guimarães se aventurando no mundo dos acessórios sexuais, levou quatro milhões de pessoas aos cinemas brasileiros neste ano e arrecadou R$ 44 milhões. É o filme nacional mais assistido em 2013. Por seu turno, a literatura erótica ajudou a consolidar a ideia de que entre quatro paredes tudo é válido para apimentar e tornar mais prazerosa a relação. A trilogia 50 tons de cinza, da escritora britânica E. L. James, apelidada de “Pornô para Mamães”, já vendeu 70 milhões de cópias no mundo. Estima-se que tenha gerado vendas de US$ 440 milhões para a americana Random House, que edita a obra em inglês, alemão e espanhol, o equivalente a um terço de sua receita em 2012. 
No Brasil, editado pela Intrínseca, do economista Jorge Oakim, ultrapassou a casa dos quatro milhões de exemplares. Essa mudança comportamental abriu caminho para que grandes empresas investissem na área. É claro que antes de entrarem nesse mercado apoiaram suas decisões em muitas pesquisas com os consumidores. O conservador Walmart é um exemplo disso. Antes de colocar acessórios sexuais em suas prateleiras de higiene feminina, a rede, fundada por Sam Walton, teve de ser convencida pela centenária empresa Church & Dwight, maior fabricante de camisinhas dos Estados Unidos e de vibradores populares. Ela encomendou, em 2008, um estudo à Universidade de Indiana sobre o uso de vibradores pela população americana. 
Mais da metade (52%) das mulheres respondeu já ter usado e 80% delas afirmaram que o fizeram em uma relação sexual com o parceiro. Foi o suficiente para convencer a gigante do varejo a investir no negócio. A aposta no filão do erotismo feita pela Eudora, marca do grupo paranaense Boticário, criada em 2011, também foi precedida por pesquisas com quatro mil consumidoras, que embasaram o lançamento de uma linha de produtos eróticos batizada de Entre 4 Paredes.“Constatamos um potencial enorme de consumidoras dispostas a comprar acessórios sem ter de passar por uma luz vermelha ou aqueles ambientes carregados dos sex shops”, diz Rodrigo Navarrette, gerente de perfumaria e cuidados com a pele da Eudora. 
Na Europa, o maior símbolo de que o sexo não é mais um tabu no mundo dos negócios é a megastore da grife italiana Giorgio Armani, em Milão. Sem perder a elegância, a Armani optou por vender nessa loja produtos da empresa OhMiBod, conhecida por ter criado um vibrador de design minimalista, dotado de uma tecnologia que sincroniza a intensidade do aparelho de acordo com a música que está tocando no celular. Os aparelhos custam entre US$ 80 e US$ 130. “Sinto que estamos em meio à revolução sexual 2.0”, disse Suki Dunham, fundador da OhMiBod, à rede de tevê americana NBC. Na internet não foi diferente. 
A Amazon estreou no segmento com 37 mil itens em 2005. Sem alarde, sem investimento de marketing e sem preconceito, o portfólio foi se ampliando e hoje oferece mais de 60 mil produtos. A maior varejista online do mundo tem de tudo: vibradores de diversos formatos e tamanhos, bonecas infláveis, itens fetichistas como correntes, entre muitos outros. Os consumidores recebem suas encomendas em uma caixa da Amazon como qualquer outra, driblando assim qualquer tipo de constrangimento. Mas não foi sempre assim. Há não mais que uma década, os sex shops, como são conhecidos os templos do erotismo, eram ambientes lúbricos e soturnos. 
Por João Varella, leia mais clicando aqui

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