sábado, 13 de julho de 2013

O que deve ser feito para que haja inovação no setor público brasileiro?

A grande questão que se apresenta: como estimular a inovação no setor público? Em geral, não há o reconhecimento do sucesso e penaliza-se profundamente o fracasso.
Uma das saídas – sugerem – seria o Prêmio de Jornalismo instituído pela Consad (Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração), visando estimular as reportagens sobre gestão pública.
Não é por aí. É prática pontual, que se aplica às velhas formas de jornalismo, não às formas pós-redes sociais. Muito mais eficiente seria instituir um prêmio para as melhores práticas de gestão.
Um administrador ousa, até corre riscos, pelo reconhecimento.  Todo processo inovador enfrenta problemas, que precisam ser superados até sua consolidação. No meio do processo, a probabilidade maior é o gestor ser bombardeado pela velha mídia, que dará manchetes para cada problema surgido, muitas vezes inviabilizando o trabalho.
Mesmo quando há o reconhecimento, parte de jornalistas sem conhecimento aprofundado do tema – já que não existem jornalistas setoristas de gestão pública. Assim,  a construção da reputação acaba sendo repassado para mãos leigas.
Isso ocorre em todas as profissões. Quem se lembra do Dr. Pagura? Era um neurologista que, durante algum tempo, foi apresentado como uma sumidade, quase um milagreiro pela imprensa leiga. Seu mérito? Conseguir atender no Hospital Albert Einstein, ter uma boa assessora de imprensa e um conhecimento ralo de medicina por parte da mídia.
Todos os especialistas ridicularizavam sua suposta competência. Mas por algum tempo tornou-se o preferido dos artistas e socialites devido ao falso milagre de recuperação do coma a que foi levada a modelo Cláudia Liz.
A construção da reputação tem que ser dos pares, dos especialistas, de quem tem domínio do tema. E a divulgação tem que ficar sob controle das próprias organizações do setor.
Para sair do gueto e ganhar a opinião pública, não basta a figura clássica do assessor de imprensa.  Cada organização tem que montar sua própria agência de notícias, gerar seu próprio noticiário e mantê-lo no seu site e dispará-lo para sites de notícias.
Cada vez mais, o jornalismo online caminha para a gestão da notícia, recebendo as notícias primárias diretamente das fontes, como as Agência Senado, Justiça, Câmara, os sites e twitters dos diversos Ministérios Públicos estaduais, de ONGs etc.
Acabaram os séculos do velho modelo, no qual o veículo – e o jornalista – eram os donos da informação, recolhiam os dados com os especialistas mas não abriam mão de definir o que era ou não relevante para seu leitor. Como o repórter, em geral, não é especialista, acaba focando em aspectos menores da notícia, na pequena intriga, na curiosidade, deixando de lado o relevante.
Daí a importância das diversas categorias profissionais, associações empresariais, sindicatos, ONGs, instituições públicas passarem a ser, cada vez mais, as geradoras das suas próprias notícias.
Esse é um dos principais aspectos do novo modelo de jornalismo que está brotando.

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