terça-feira, 16 de julho de 2013

É necessário repensar os princípios que devem nortear a justiça salarial e social no Brasil e lutar contra a corrupção

Outro dia lia o jornal Gazeta Russa e me chamou a atenção uma matéria: os cidadãos russos estão preocupados com a corrupção e não toleram mais as grandes fortunas de parlamentares e servidores públicos.
Recentemente os russos saíram às ruas fazendo atos contra a corrupção, portando cartazes que diziam: “Parem com as propinas”.
Este fato revela semelhanças com o que está ocorrendo no Brasil. Assim como na Rússia, aqui a população está cansada de todos os dias ler, ouvir ou ver notícias de atos de corrupção dos governantes no poder Executivo, Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais, no poder Legislativo e Judiciário, nada escapa. A grande maioria destes atos perpetrados por políticos ou servidores públicos que recebem altos salários no Brasil tem um teto de R$ 28.059,29, mas que pode chegar ao dobro com vantagens adquiridas, enquanto o salário mínimo é de R$ 678,00.
Este dado revela que, mesmo com altos salários, pessoas não estão satisfeitas e se corrompem para satisfazer sua ganância, buscando realizar seus desejos de usufruir tudo que o mundo globalizado oferece de conforto e luxúria.
Na Rússia, de acordo com recentes pesquisas, o povo considera “rico” quem ganha cerca de 110 mil rublos, cerca de R$ 8 mil.
Vejam a comparação entre um país milenar, considerado uma das grandes potências mundiais, em que o povo considera rico quem ganha mais de R$ 8 mil e o Brasil, um jovem país em que as lideranças políticas e dos poderes constituídos acham que ganhar de R$ 8 mil a R$ 28.059,29 ou mais ainda é pouco e precisam mais.
O que os brasileiros consideram riqueza em termos salariais?
Hoje, o povo brasileiro está nas ruas, entre tantas outras razões, contra a corrupção que governantes, poder Legislativo e Judiciário, não conseguem mais controlar.
É pouco ganhar de R$ 8 mil a R$ 28 mil, enquanto outros servidores ganham menos e a maioria do povo vive com R$ 678,00 e não tem educação, saúde, segurança e transporte de qualidade, ou uma aposentadoria digna, que seria o mínimo que todos os brasileiro deveriam ter e os governos não oferecem?
Poucos ganham muito, acham pouco e se corrompem. O povo cansou e está nas ruas. Vamos dar um basta na corrupção.
Precisamos repensar os princípios que devem nortear a justiça salarial e social em nosso país e cerrar fileiras contra a corrupção.
Por Jocelin Azambuja, advogado

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