terça-feira, 4 de junho de 2013

“Vocês terão muitas tribulações” (Jo 16,33)


Nota de solidariedade ao CIMI
23/05/2013
A coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra CPT divulgou hoje Nota Pública de apoio ao CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e aos seus profissionais, que tem enfrentando problemas no exercício legal de suas atividades. Dois jornalistas do CIMI foram impedidos de exercer livremente seu trabalho. Um foi agredido pela polícia legislativa da Câmara dos Deputados e o outro teve seus equipamentos apreendidos ilegalmente por um delegado da PF, no Mato Grosso do Sul.
Cimi é uma entidade ligada a Igreja Católica criada pela Coordenação Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB no ano de 1972 com o objetivo de lutar pelo direito à diversidade cultural dos povos indígenas. Busca fortalecer a autonomia destes povos na construção de projetos alternativos, pluri-étnicos, populares e democráticos frente ao desrespeito a seus direitos e à tentativa de integração destes povos às demais sociedades.
Clik no link leia mais e confira a nota da CPT.
“Vocês terão muitas tribulações” (Jo 16,33)
Nota de Solidariedade ao CIMI 
A Coordenação Nacional da CPT quer expressar através desta Nota sua mais irrestrita solidariedade ao Conselho Indigenista Missionário, CIMI, e a seus agentes pelos constantes ataques e agressões que vêm sofrendo nos últimos dias, em decorrência do apoio à luta dos povos indígenas na busca de seus direitos. Ruy Sposati, jornalista e agente pastoral do CIMI, foi proibido, por ordem judicial, de entrar no canteiro de obras da usina Belo Monte, no Pará, para fazer a cobertura da ocupação organizada pelos indígenas no começo de maio. 
No último sábado, 18, o mesmo Ruy, foi impedido de desenvolver sua função, quando acompanhava os índios Terena, atingidos por ordem de reintegração de posse da fazenda Buriti,  no município de Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul, que haviam ocupado no dia 15, território já declarado como de ocupação tradicional indígena, em 2010. Ruy teve seus equipamentos confiscados de forma ilegal e arbitrária pelo delegado de Polícia Federal, sob a alegação de não conhecer o CIMI, equipamentos que até a presente data não foram devolvidos. Em abril, outro jornalista e agente pastoral do CIMI, Renato Santana, foi agredido pela polícia legislativa, que o espancou e quebrou seus óculos ao acompanhar a ocupação dos indígenas do plenário da Câmara dos Deputados. 
As agressões aos povos indígenas que reivindicam o respeito aos territórios que ocupam, ou a reconquista daqueles dos quais foram espoliados, o direito de serem ouvidos e o respeito às normas constitucionais vigentes e aos tratados internacionais assinados pelo Brasil, se multiplicam e crescem como uma avalanche. Da mesma forma atingem os que os apoiam, de modo particular o CIMI. 
Estas agressões partem dos ruralistas, que se intitulam proprietários de imensas áreas, muitas delas sem qualquer respaldo legal, encontram ressonância e amplificação no Congresso Nacional, com sua Frente Parlamentar da Agropecuária, passam pelo Judiciário, ágil e rápido na emissão de liminares e sentenças a favor dos autonomeados “proprietários” e chegam ao Executivo que, para impor a ferro e fogo seus projetos minerários, hidrelétricos e outros, convoca as forças de repressão para que nada impeça sua execução.  
A coordenação nacional da CPT, ao mesmo tempo que externa sua solidariedade, deseja aos irmãos e irmãs do CIMI que permaneçam atentos, firmes e fiéis, pois “o Senhor é nossa força” (Sl 27,1). Ele nos diz hoje, como disse a seus discípulos. “Vocês terão muitas tribulações. Mas não tenham medo, eu venci o mundo” (Jo 16,33)



Coordenação Nacional da
Comissão Pastoral da Terra - CPT

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