Os movimentos populares que tomaram conta dos centros urbanos no País sinalizam que há uma certa decepção dos cidadãos com os Poderes Públicos.
É uma pena que os governantes e a sociedade não tenham compreendido os posicionamentos do empresariado, baseados na realidade inquestionável de que os brasileiros pagam muito e recebem pouco dos governos. A astronômica carga tributária, os altos custos burocráticos e o descontrole das finanças públicas integram a pauta sistemática das entidades representativas. Talvez pelo preconceito contra os empreendedores, a sociedade não reconheceu a gravidade desses alertas sistemáticos.
É uma pena que os governantes e a sociedade não tenham compreendido os posicionamentos do empresariado, baseados na realidade inquestionável de que os brasileiros pagam muito e recebem pouco dos governos. A astronômica carga tributária, os altos custos burocráticos e o descontrole das finanças públicas integram a pauta sistemática das entidades representativas. Talvez pelo preconceito contra os empreendedores, a sociedade não reconheceu a gravidade desses alertas sistemáticos.
Também não percebeu a correção da tese empresarial de defender total prioridade para investimentos na infraestrutura do país e do nosso Estado. O “custo de não fazer”, calculado pela Agenda 2020 no Rio Grande do Sul, mostrou que o desperdício provocado pelos congestionamentos de trânsito poderiam propiciar a construção de novas estradas. Mas pouco foi feito.
Se o preconceito mascarou e desconsiderou as posições e propostas dos empresários, hoje se vê que o contribuinte brasileiro descobriu, por outras vias, que a elevação dos preços das passagens de ônibus urbanos _ o estopim das manifestações _ pode resultar da soma de ineficiências do setor público, tendo como parte visível a cunha fiscal incidente nessas tarifas, mas que também se forma a partir da falta de conservação da antiquada malha de vias públicas.
Mais ainda: o bom hábito dos consumidores diante dos preços estáveis, a partir do controle da inflação, começou a se esvair pela gastança dos recursos arrecadados dos mesmos cidadãos que, agora, se convencem de que não recebem as contrapartidas equivalentes em serviços de saúde, segurança, educação e na qualidade do transporte coletivo.
Não se admitem os casos de vandalismo, a baderna das minorias oportunistas infiltradas nas manifestações, e a negação ao direito de ir e vir das demais pessoas. O que se deve retirar de tudo isto é um novo aprendizado.
Fica evidente o cansaço e o desencanto dos cidadãos. Quem captar a lição que vem da democracia, terá que se lançar não só com um novo discurso, mas assumir formalmente o compromisso de novas atitudes e práticas, especialmente na gestão pública.
Por Heitor José Muller, Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs)
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