quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Será que as empresas preferem contratar quem é empregado em outra empresa e não quem está desempregado?




Passar muito tempo desempregado pode não ser ruim não somente pelos transtornos causados pela falta de dinheiro causada pela falta de remuneração estável. Arranjar um novo emprego estando desempregado pode ser muito mais trabalhoso e complicado do que sair de uma vaga para outra. Isso em razão de estar sem emprego, fora do mercado de trabalho. Vários estudos realizados nos Estados Unidos por professores da escola de negócios Anderson, da Universidade da Califórnia (UCLA), e da Universidade do Estado de Nova York em Stony Brook concluíram que as pessoas que estão empregadas possuem muito mais facilidade de conseguir um novo emprego do que aquelas pessoas que estão procurando um trabalho, mas estão desempregadas.
Os pesquisadores dessas instituições descobriram que recrutadores possuem uma predisposição a considerar candidatos empregados melhores do que os desocupados, mesmo que as habilidades são exatamente as mesmas. Em uma série de estudos, participantes receberam os mesmos currículos e entrevistas em vídeo de candidatos fictícios a uma vaga de emprego. Os resultados foram, de certa forma, surpreendentes.
Em alguns casos, o material indicava que o profissional estava sem trabalhar no momento, e em outros, que estava empregado. Em todos os casos, os participantes deram preferência para os candidatos empregados. No caso dos currículos, aqueles que indicavam que estavam desempregados foram considerados menos competentes, entusiasmados e proativos. Ou seja, estavam desempregados porque as empresas não queriam contratá-los. E isso ocorria possivelmente porque não enxergavam nelas os trabalhadores ideais para os seus quadros de empregados. A única exceção em que os desempregados tiveram aceitação parecida com a dos que estavam empregados era quando a demissão havia ocorrido em razão de falência da empresa.
Evidentemente que isso não estava claro e nem poderia ser, mas provavelmente estivesse no subconsciente dos recrutadores. Isso pode ficar mais evidente quando os participantes assistiram a mesma gravação de uma entrevista. Os recrutadores que foram informados que o candidato estava empregado consideraram o vídeo mais impressionante do que os que acharam que o profissional estava sem trabalho. De acordo com Margaret Shih, professora da escola de negócio norte americana, os pesquisadores descobriram que as pessoas costumam fazer associações negativas com aqueles que estão desempregados, o que freqüentemente leva a uma discriminação injusta.
Outra descoberta desses estudos foi que o motivo da saída do trabalho anterior, se os profissionais deixaram o cargo por vontade própria ou se foram demitidos, não influenciou a percepção dos recrutadores. Segundo Geoffrey Ho, um dos autores do estudo, da UCLA Anderson, os pesquisadores ficaram surpresos em ver que os termos em que a pessoa deixou o emprego anterior não importavam. Candidatos que disseram que saíram do trabalho voluntariamente enfrentaram o mesmo tipo de estigma daqueles que disseram que foram demitidos.

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