Proposta será tema de discussão na sessão da Comissão de Constituição e Justiça; se aprovada, irá para aprovação em plenária
Por Repórter Brasil
A Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), espera que a chamada PEC do Trabalho Escravo, que prevê a expropriação de propriedades onde for flagrado trabalho escravo e sua destinação para reforma agrária ou uso social urbano, avance no Senado Federal. Após parecer favorável do relator, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), em 23 de abril, ela será um dos temas da sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da casa que vai ocorrer na quarta-feira, 19 de junho.
Reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Foto: José Cruz/Agência Senado
“Estamos otimistas com o parecer favorável. Esperamos que a PEC seja votada já na próxima quarta-feira pela Comissão, para que entre em plenária já esta semana e seja aprovada”, diz José Guerra, coordenador-geral da Conatrae. A Proposta de Emenda à Constituição 57A/1999, seu nome oficial, está tramitando há mais de dez anos no Congresso e já foi aprovada anteriormente no Senado. Terá que passar por nova votação, no entanto, porque em 2004, durante votação em primeiro turno na Câmara dos Deputados, onde tramita como 438/2001, foi incluída a possibilidade de expropriação também de propriedades em áreas urbanas. Em maio do ano passado, a casa aprovou a proposta em segundo turno, com 360 votos a favor, 29 contrários e 25 abstenções(veja quem votou contra e a favor).
Em seu parecer, Aloysio Nunes propôs aprovação sem alterações. “Do ponto de vista da constitucionalidade da matéria, não há nada a objetar”, afirma o relatório. “Não há, igualmente, restrições quanto à juridicidade, regimentalidade e técnica legislativa”. Segundo o deputado, “ao permitir o confisco do imóvel em que houver trabalho escravo, o país dará um sinal inequívoco de que está empenhado em inibir a prática desse tipo de crime que fere, não só as leis trabalhistas, mas, antes de tudo, os direitos humanos”.
A PEC do Trabalho Escravo prevê um acréscimo ao artigo 243 da Constituição que já contempla o confisco de áreas em que são encontradas lavouras de psicotrópicos. Se aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, a PEC 57A/1999 segue para o plenário do Senado para ser apreciada em dois turnos. Caso receba dois terços dos votos dos senadores, é promulgada. Se receber alterações, volta para a Câmara dos Deputados.
HistóricoO projeto está tramitando no Congresso Nacional desde 1995, quando a primeira versão do texto foi apresentada pelo deputado Paulo Rocha (PT-PA), mas não conseguiu avançar. Então, uma proposta semelhante, criada no Senado Federal por Ademir Andrade (PSB-PA), foi aprovada em 2003 e remetida para a Câmara, onde o projeto de 1995 foi apensado.
A comoção popular gerada pelo assassinato de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego durante uma fiscalização rural de rotina em 28 de janeiro de 2004, acontecimento que ficou conhecido como “Chacina de Unaí”, no Noroeste de Minas Gerais, fez a proposta andou na Câmara. No entanto, desde sua aprovação em primeiro turno, entrou e saiu de pauta várias vezes, até passar pelo crivo dos deputados federais no ano passado.
No campo, a maior incidência de trabalho escravo contemporâneo está na criação de bovinos, produção de carvão vegetal para siderurgia, produção de pinus, cana-de-açúcar, erva-mate, café, frutas, algodão, grãos, cebola, batata, na extração de recursos minerais e na extração de madeira nativa e látex. Nas cidades, a incidência é maior em oficinas de costura, no comércio, hotéis, bordéis e em serviços domésticos. No campo e na cidade, pipocam casos na construção civil.
Clique aqui para acompanhar a tramitação da PEC direto no site do Senado e aqui para ver a composição da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.
Escreva para o seu senador cobrando empenho na aprovação da PEC do Trabalho Escravo. Confira abaixo a relação completa dos senadores que participam da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e seus respectivos endereços no Twitter. Clique aqui para ver no site oficial do Senado a relação completa de Senadores com telefones, e-mail e endereço de contato.
Bloco de Apoio ao Governo (PSOL, PT, PDT, PSB, PC DO B, PRB)
Bloco de Apoio ao Governo (PSOL, PT, PDT, PSB, PC DO B, PRB)
Anibal Diniz (PT)@13Anibal
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Eduardo Lopes (PRB)
@EduardoLopesPRB | |
Ana Rita (PT)
@anarita_pt |
Antonio Carlos
Valadares (PSB)@ValadaresPSB |
Randolfe
Rodrigues (PSOL) @informeRandolfe |
Pedro Taques (PDT) @PedroTaquesMT | Inácio Arruda (PC do B) @inacioarruda |
Eduardo Suplicy (PT)@esuplicy
|
Bloco Parlamentar da Maioria (PV, PSD, PMDB, PP)
Eduardo Braga (PMDB) @EduardoBraga_AM | Sérgio Souza (PMDB) @_sergiosouza | Francisco Dornelles (PP) Twitter não indicado |
Vital do Rêgo (PMDB) @senadorvital | Luiz Henrique (PMDB) Twitter não indicado | Sérgio Petecão (PSD) @senadorpetecao |
Pedro Simon (PMDB) @simonimprensa | Eunício Oliveira (PMDB) @EunicioSenador | Lugar vago |
Bloco Parlamentar Minoria (PSDB, DEM)
Aécio Neves (PSDB) Twitter não indicado | Alvaro Dias (PSDB) @alvarodias_ | |
Cássio Cunha Lima (PSDB) @cassiocl | José Agripino (DEM) @joseagripino | - |
Bloco Parlamentar União e Força(PTB, PSC, PPL, PR)
Armando Monteiro (PTB) @armandosenador | Magno Malta (PR) Twitter não indicado |
Mozarildo Cavalcanti (PTB) @senmozarildo | Antonio Carlos Rodrigues (PR) @_ACRodrigues |
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