quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ao mesmo tempo em que vamos viver mais tempo, precisamos fazer de tudo para não sermos afetados por doenças


Por Maira Caleffi, Médica mastologista e presidente do Imama _ Instituto da Mama do RS
Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e o Dia Mundial de Combate ao Câncer, 8 de abril, é importante refletirmos sobre a nossa rotina. Será que a agitação do dia a dia está nos permitindo manter hábitos saudáveis? Precisamos pensar nessas questões, pois pertencemos a uma geração que deve viver cerca de 80 anos. Mas em que condições? Ao mesmo tempo em que vamos viver mais tempo, temos que ter qualidade de vida para chegarmos à idade avançada livre de doenças, como o câncer de mama.
Nesse momento, vale recordarmos a Declaração Política sobre as DCNT _ Doenças Crônicas Não Transmissíveis, de 2011. O documento, firmado em Assembleia Geral de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), adota compromissos e prioridades mundiais de prevenção, detecção precoce e controle dessas doenças, incluindo câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias.
Com a Declaração, as DCNT entraram de vez na agenda global da saúde. Em 2012, quando completou um ano, o foco foi para o controle do tabaco e várias medidas já estão sendo tomadas pelo Ministério da Saúde. É fácil percebermos isso. Antes, o mocinho da propaganda era quem acendia um cigarro no final do comercial. Hoje, esse tipo de propaganda está proibida. Em breve, devem sair do mercado aqueles cigarros aromatizados, de canela e menta, por exemplo, que tanto estimulam o consumo por parte dos jovens.
Mas, como mãe e como médica, sei da importância de barrar a entrada desse vilão em nossas vidas. Cerca de 90% dos fumantes tornam-se dependentes da nicotina antes dos 20 anos de idade. Segundo pesquisas, há cerca de 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária, mas a maior concentração de fumantes está entre os 20 e 49 anos. E que vida terão essas pessoas em um futuro próximo?
Por isso, proponho, a partir desta semana, que as pessoas repensem suas escolhas e atitudes. Sugiro que as famílias façam pactos para melhorarem seus hábitos de vida. Se a mãe fuma, que tente diminuir a quantidade de cigarros até a parada total. Se o pai gosta de bebidas alcoólicas, que procure consumir menos álcool. Por sua vez, se a criança só gosta de comer frituras, que tente acrescentar um pouco de salada em seu prato. Pode ser gradualmente, mas com o propósito de tornar sua alimentação mais saudável. Assim como a prática de exercícios deve ser um habito diário. Porque a saúde também depende de cada um de nós. Em escala mundial, a meta agora é buscar a redução das mortes por Doenças Crônicas Não Transmissíveis em 25% até 2025. Mas, sem a consciência individual, fica mais difícil. Precisamos fazer a nossa parte.

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