quarta-feira, 24 de abril de 2013

Os principais obstáculos que dificultam o Brasil crescer de forma satisfatória

A tradicional classe média brasileira, que compõe as pessoas que possuem rendimentos entre R$ 3,7 mil e R$ 7,4 mil, endividou-se significativamente nos últimos tempos o que terá reflexos nos níveis de consumo no decorrer deste ano de 2013. Isso significa, entre outras coisas, que as classes mais baixas serão responsáveis, mais uma vez, pelo crescimento da economia brasileira. Ou seja, o Brasil depende cada vez mais do consumo dos que estão nos estratos de renda mais baixos.  Para que o País cresça a taxa acima de três por cento neste ano, necessariamente as pessoas das classes C, D e E tenham um nível de consumo razoável.
No ano passado, as pessoas pertencentes à classe B foram responsáveis por cerca de 50% do consumo de produtos e serviços no Brasil. A previsão dos especialistas é que em 2013 não cheguem a 48,5%. De acordo com as previsões, em termos de valores nominais, sem descontar a inflação, a classe B irá consumir 6,6% mais em 2013 comparado com 2012, ao passo que o consumo total deverá ter um crescimento de cerca de 10%. Quem terá maior aumento na participação no consumo será a classe C que passará de 26,7% para 27,9% no consumo total do País enquanto que a classe D passará de 4,1% para 4,2% e a classe A de 18,9% para 19,2%.
Os fatores que mais estão afetando o consumo das pessoas são a inflação e o endividamento. Segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), constatou-se que nos meses de março e abril 61,2% e 62,9%, respectivamente, das pessoas declararam que possuíam dívidas em diferentes formas e modalidades. As principais modalidade de dívida são o cartão de crédito, o cheque especial, os carnês, os empréstimos pessoais, a prestação de carro e o seguro. Deve-se considerar que as dívidas no cartão de crédito e no cheque especial são os tipos de dívidas com maiores custos para os devedores, com altíssimas taxas de juros.
Ainda de acordo com o levantamento da CNC, em torno de 35% dos endividados declaram que tem dificuldades para pagar as dívidas e mais de 10% não terão condições de saldar os compromissos. Isso constitui como um dos principais obstáculos que dificultam o Brasil crescer de forma satisfatória porque há um certo travamento do consumo dessas pessoas que se encontram em dificuldades de saldar os seus endividamentos.
Nos últimos tempos, muitas pessoas migraram da classe B passaram para a classe A em razão da melhora de renda que não foi verificada somente nas classes mais baixas, mas em quase todos os estratos da nossa sociedade. Esse mesmo fenômeno levou muitas famílias da classe C para a classe B. Assim, a classe média tradicional se encontra ora na classe C, ora na classe B. Para fugir da inflação ou do endividamento, as pessoas devem encontrar meios, formas e rearranjos em seus padrões de consumo visando ter custos menores, facilitando a redução de suas dívidas e a diminuição de perdas causadas pela inflação.

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