domingo, 5 de maio de 2013

A derrota de um injustiçado


Por Paulo Figueiredo (*), engenheiro civil. Email: pasf@terra.com.br
Lutei contra a corrupção. Afinal ela estava debaixo do meu nariz! Como dormir sossegado diante de fatos concretos documentados em que seus autores e atores desdenham da justiça dos homens e seguem impunes na sua escalada de malversação do dinheiro público? Sim, eu acreditei que a justiça exigiria uma explicação para as atrocidades cometidas pelos que, ao contrário, deveriam ser guardiões do erário público. Mas os caminhos e descaminhos desta luta desigual entre a defesa de interesses coletivos e a mesquinhez dos interesses individuais e corporativos revelam que a natureza humana está muito distante da solidariedade, do bem comum, da afeição pela justiça. Quão ignorante é o ser humano! Qual o sentido de sua vida? Cargos? Riquezas sem preço? Amigos por interesse? Que legado deixará para sua prole?
Foram anos de lutas, idas e vindas, angústias, esperanças, …
Mas a sorte está lançada! Aos infratores o perdão da justiça. Mais que o perdão, a sensação de que em nosso país o crime compensa! Mesmo sendo pego “com a boca na botija”! E o que restou para a pessoa que ousou tentar recuperar os prejuízos causados aos cofres públicos? Além da perda judicial seria preciso mais … Que tal uma perda material? Este seria o preço para quem na perversa luta bandido/mocinho se colocou do outro lado! E assim, através de argumentos ardilosos, conseguiram, com respaldo legal (!), a entrega de um trator agrícola que se encontrava em minha propriedade. Seria este o preço para tentar calar a boca de um cidadão?
“Fracassei em quase tudo o que tentei na vida.
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Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu” – Darcy Ribeiro, antropólogo, escritor e político brasileiro
Obs.: O autor do artigo refere-se à Ação Popular que pretendia recuperar os prejuízos que houveram na obra de construção do CAM (Centro Administrativo Municipal) – sede da Prefeitura de Dourados (MS). Se você quiser conhecer esta história acesse o Youtube.
Onde está a democracia?

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