segunda-feira, 4 de março de 2013

Os programas sobre pequenas empresas e grandes negócios deveriam também focar nos microempreendedores


Por Carlos Henrique
Quer montar um pequeno comércio ou uma pequena prestadora de serviços? Uma pequena fábrica no fundo da casa? Então assista ou compre a publicação de nome PEGN – Pequenas Empresas & Grandes Negócios, apenas para imaginar onde poderá chegar, um dia.
No Brasil, desde os anos 90, grandes empresas precisaram terceirizar partes não essenciais do negócio e com isso acabaram favorecendo ao surgimento de pequenas empresas, principalmente nos ramos de segurança e limpeza. Além disso, muitos brasileiros se viram desempregados e por não conseguirem outro trabalho, nos mesmos padrões do anterior, decidiram arriscar, montando microempresas.
O que desejo deixar claro é que quando compramos a revista ou assistimos ao programa, queremos encontrar ideias de como começar uma empresa pequena, com pouco ou nenhum capital, num espaço mínimo, sem funcionários e aos poucos ir crescendo, não é mesmo? Isto é bem diferente de montar uma pequena empresa.
Um microempreendedor individual é aquele que tem como faturamento bruto anual até R$ 60 mil, ou seja, R$5 mil /mês ou ainda, R$ 166,67/dia. Já o microempresário é o que possui um faturamento de até R$ 240,000 mil por ano, R$ 20,000 mil por mês ou R$ 666,67 por dia. Certamente é isso o que procuramos e entendemos ser uma pequena empresa e por este motivo recorremos a este programa ou sua revista.
Na realidade, na PEGN, encontramos um universo bem maior, difícil de alcançar e isso se deve ao fato de uma pequena empresa ser uma atividade onde o faturamento anual gira entre R$ 240 mil até R$ 2milhões e R$ 400 mil. Numa média mensal de R$ 180 mil ou ainda, R$ 6 mil por dia. Para tal, o investimento inicial fica bem longe da realidade da grande parte do povo brasileiro.
Recorrendo à publicação da PEGN de janeiro deste ano, para ilustrar melhor o que digo, onde seu título era “100 Ideias para montar o seu negócio” em letras bem chamativas e que na verdade eram apenas 50 oportunidades a partir de R$ 30 mil e mais 50 dicas e conselhos para não falir (valem para empresas de qualquer tamanho), na base da capa, em letras menores, classifiquei estas 50 ideias da seguinte forma:
Investimento Inicial até R$50 mil, apenas quatro ideias.
De R$ 50 a R$ 100 mil, seis.
De R$ 100 a R$ 300 mil, dezesseis.
De R$ 300 até R$ 500 mil, quatro e de valores superiores a R$ 500 mil, vinte.
Uma delas, acessórios para cães, o valor era de R$ 3.053.000,00.
Ao tirar a média destas cinquenta ideias de empresas, encontrei o valor de R$ 627.550,00 para iniciar uma pequena empresa. Este capital é o que possui “nos bolsos” um brasileiro que está desempregado e que tenta recomeçar a vida empreendendo? Acredito que não. Por este fato, acredito que, este programa ou publicação, na realidade é assistida e lida por muitos, mas só tem função verdadeira para poucos.
É preciso deixar claro que a PEGN, não está cometendo nenhum erro ou crime. O nosso entendimento sobre o que é uma pequena empresa é que está errado.
Na verdade, o que povo brasileiro precisa (e não encontra) é de programas ou publicações para Microempreendedores individuais & Grandes Negócios ou ainda, Microempresários & Grandes Negócios (fica aqui, minha sugestão). A PEGN, não é o que a maioria do povo brasileiro busca ou necessita para recomeçar a vida, ela é para poucos que possuem um capital elevado e que procuram onde investir. Para ser um pequeno empresário leva tempo e requer investimentos. Pode levar uns bons dez anos de trabalho. Como disse no início, serve apenas para ilustrar onde podemos chegar, um dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário