terça-feira, 26 de março de 2013

Representantes dos Empresários de Açailândia dizem que falta de investimento do governo dificulta desenvolvimento



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O desenvolvimento de indústria e comércio no estado do Maranhão foi discutido com empresários e lojistas da região tocantina. Em reunião ocorrida no primeiro final de semana do Movimento Diálogos pelo Maranhão, representantes do segundo e terceiro setores da economia maranhense pediram mais atenção à infraestrutura e ao desenvolvimento comercial de Açailândia.
Pertencente a uma das regiões com maior potencial produtivo do estado, Açailândia sofre com a falta de infraestrutura local. Com mais de 100 mil habitantes, o município sofre com a precariedade das rodovias locais e a falta de universidades públicas que atendam a população local. Reivindicações como esta foram feitas diretamente pelos empresários locais a representantes do Movimento Diálogos pelo Maranhão.
Unida aos fatores estruturais, outra preocupação dos empresários de Açailândia é a falta de investimento em desenvolvimento regional. Foi o que relatou, durante a reunião o presidente da Associação Comercial e Industrial de Açailândia, Gildásio Silva de Alcântara:
“Hoje a parte de indústrias é prejudicada por falta de infraestrutura. Falta parque industrial, ter umas estradas melhores, estrada duplicada. Até mesmo alguns incentivos como ISS, ICMS e ter a sustentabilidade para no futuro criarmos grandes empresas no estado,” disse.
Para Flávio Dino (PCdoB), que ouviu as reivindicações dos comerciários, os fatores educação, infraestrutura e investimento nos potenciais de cada região são necessários para o desenvolvimento descentralizado do estado. A proposta defendida por Flávio é de desenvolvimento industrial democrático, consolidando e interiorizando o desenvolvimento do Maranhão.
A ideia central do desenvolvimento industrial nos moldes democráticos é regionalizar a produção de acordo com a potencialidade de cada local e a formação de cadeias produtivas integradas, de forma que a mesma matéria-prima possa ser utilizada para diversas finalidades.
“A produção verticalizada no Maranhão se faz urgente. O Maranhão tem diversos potenciais que, produzidos de forma organizada, podem ser melhor aproveitados,” disse. Para ilustrar, Flávio Dino deu o exemplo da utilização da produção agropecuária no Maranhão. “A maior parte da produção na agropecuária só se reverte em produtos alimentícios. Por que não termos uma indústria sintonizada para uso do couro, por exemplo?” finalizou.
Acompanhe a entrevista feita pela equipe Diálogos pelo Maranhão junto aos dirigentes do segundo e terceiro setores da economia de Açailândia:
Diálogos: É possível elencar os principais entraves para o desenvolvimento de Açailândia?
Gildásio: “Açailândia tem um PIB expressivo, mas que acaba sumindo em todo o processo, porque os lucros não ficam aqui na cidade. A riqueza de Açailândia não fica em Açailândia e com isso tem as dificuldades que os empresários acabam enfrentando, que é a capacitação de funcionários, a infraestrutura do município, a falta de apoio dos governos que inexiste no setor empresarial e toda a dificuldade que a gente acaba enfrentando. Não conseguimos desenvolver a área de indústria, por exemplo. Nós temos grande potencial, mas isso acaba se perdendo porque não tem apoio dos órgãos que deveriam agir em alguns pontos, como é o de infraestrutura.”
Diálogos: O que o senhor apontaria como uma das saídas para esse problema?
Gildásio: “Participar e ser ouvido já seria uma grande conquista para os empresários da região tocantina. O governo estando presente na nossa região já faz uma grande diferença. Conhecer a realidade, saber que cada região tem suas peculiaridades e que Açailândia tem as suas necessidades.”
O que falta para maior desenvolvimento de Açailândia?
Merival de Oliveira (presidente do Clube de Dirigentes Lojistas): “Acontece muita coisa que poderia ser melhor. Falta de interesse do Poder Público em termo de infraestrutura, não temos segurança, isso em Açailândia é raro ainda. E assim você fica indeciso se você faz investimento numa empresa. Você não sabe se vai ter um futuro, como vai ser nossa cidade. Faltam essas condições para a gente investir mais na cidade.”

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