Todos nós temos váriaas lições da vida que devem ser úteis na carreira profissional de cada um de nós

Por Carla Virmond Mello, Psicóloga pela PUC-PR, Mestre em Engenharia da Produção com ênfase em Psicologia das Organizações pela UFSC, especialista em Gestão de Pessoas

Por que as mudanças incomodam muito mais do que a gente imagina? Passamos ao longo da vida por várias situações diferentes, de etapas, fases, identidades e reconhecimentos. Difícil estarmos sozinhos em alguma destas etapas, porém o sofrimento é definitivamente solitário, embora comum e quase universal. 

A construção de cada etapa passa pela nossa identificação com as circunstâncias vividas, quem pensamos que somos é parcialmente definido por nossos papéis e por nossos relacionamentos, ai se encontra a nossa identidade. A importância que damos e recebemos em cada papel reforça a vontade de permanência neste papel e qualquer saída desta identidade nos trás dor e desconforto. Sentimos perder poder, relacionamentos, posições e, sobretudo, o reconhecimento sobre a identidade que criamos naquele período. 

As mudanças de fases e ciclos acarretam alternância nas identidades, isso é inevitável, mas as reações vividas nas situações de transição estão ligadas ao estilo que cada um desenvolveu para lidar com os términos. Esse estilo, uma vez identificado, pode e deve ser reajustado na medida em que se percebe a necessidade e se ganha maturidade. 

Uma situação de desequilíbrio, ou de rompimento do “status quo”, nos dá um sentimento de impotência, medo diante do desconhecido e perda de poder diante da atual identidade. – Por que isso acontece? Provavelmente porque deixaremos de ser reconhecidos no status atual e não sabemos o que nos espera no papel seguinte, é assim nas relações pessoais e familiares, é assim na vida profissional. 

A impermanência é inerente à vida, viver muito e bem pressupõe sabedoria para fechar cada ciclo e re-significar os recomeços, afinal a constância é uma ilusão. 

É fundamental dar atenção aos processos de mudança com reflexão estruturada, ser o protagonista das novas escolhas para que de fato um término possa ser apenas mais um recomeço e o alcance de um novo patamar. 

Recomendo o vídeo “Homens e Águias” para refletir sobre como um momento difícil de mudança é a preparação para uma evolução.

 Francisco Castro