A pedagogia e o teatro do oprimido, métodos criados respectivamente pelo educador Paulo Freire e o diretor de teatro Augusto Boal nas décadas de 1960 e 70 foram as bases para a terceira edição da Capacitação Itineris, iniciativa do Ministério da Justiça que promove formações pelo país sobre o tráfico de pessoas. Entre os dias 16 e 18 de outubro, os coordenadores de 18 núcleos e postos avançados da Rede de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas participaram em Brasília (DF) de atividades lúdicas, que servirão de modelo para formar grupos que atuem na prevenção desse crime em seus Estados.
Segundo Heloísa Greco, coordenadora da articulação, o objetivo do curso foi capacitar os coordenadores para que eles sejam “multiplicadores” sobre o tema. “É uma capacitação de sensibilização, que trata de como transmitir conceitos do enfrentamento de pessoas através de uma construção coletiva”, diz, sobre o uso das metodologias de Paulo Freire e Augusto Boal. Ela explica que um dos objetivos é discutir o preconceito e outras temáticas que giram em torno do tráfico de pessoas a partir da experiência dos coordenadores.
Ao final do curso, os coordenadores discutiram sobre quais grupos poderiam passar pela capacitação em suas realidades locais e os melhores métodos para isso. Quando voltarem aos seus Estados, os 18 responsáveis pelos Núcleos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Postos Avançados de Atendimento Humanizado ao Migrante vão montar um plano de formação, criar um curso e definir seus públicos.
De acordo com um relatório da ONU e do Ministério da Justiça, 474 brasileiros foram vítimas de tráfico de pessoas entre 2005 e 2011, sendo 337 para fins de exploração sexual e 135 para exploração de trabalho escravo.
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