por Jarbas Aragão
Quanto vale a vida de um cristão? Na Nigéria, muçulmanos pagam aos membros do Boko Haram, em média, 7. 000 nairas por cada cristão morto. Quantia que equivale a 98 reais no câmbio atual.
O grupo cristão Jubilee Campaign têm feito graves denúncias sobre isso ao governo nigeriano, Mas o próprio presidente admitiu que não consegue controlar o exército do Boko Haram, o qual é sustentado e equipado pela Al-Qaeda. Seu desejo manifesto é estabelecer um Estado Islâmico, governado pela sharia, em um país onde quase 50% da população professa a fé cristã. A região norte hoje é quase totalmente controlada pelos extremistas e onde ocorre a maioria dos assassinatos e ataques a igrejas.
Embora recentemente a atenção da mídia esteja voltada para o massacre de cristãos na Síria, os números são imprecisos.
A rede de TV muçulmana Al Jazeera entrevistou recentemente Ibrahim Mohammed, um soldado do Boko Haram que está preso. Ele foi enfático: “Nós escolhemos pegar em armas contra as pessoas que não querem a sharia. Deus me pediu que lutássemos [contra elas]”. O repórter questionou sobre os outros muçulmanos e as crianças que acabaram mortas durante os ataques. “Quem morre sendo inocente, não tem com o que se preocupar. Além disso, nós somos perdoados por Deus, pois é uma guerra santa [jihad]“.
Massimo Introvigne, coordenador do Observatório da Liberdade Religiosa na Itália chamou atenção do mundo para essa situação no final do ano passado. “Estima-se que em 2012 morreram 105 mil cristãos por motivos religioso. Ou seja, um morto a cada 5 minutos”, disse.
Professor de sociologia e pesquisador do Vaticano, Introvigne explica que são tanto evangélicos, quanto católicos, ortodoxos e coptas. Para ele, as áreas de maior risco são as que possuem grupos muçulmanos jihadistas, que desejam implantar as leis islâmicas. “As zonas de risco são muitas, mas podemos identificar basicamente três países onde é consequência do fundamentalismo islâmico: Nigéria, Somália, Mali”, disse.
O direito de praticar livremente a própria religião é um dos direitos fundamentais, reconhecido no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Reconhecidamente é impossível uma estimativa precisa do martírio. Contudo, a ONG World Watch Monitor, que luta pelos direitos humanos, afirma que metade das pessoas mortas por motivos religiosos este ano viviam na Nigéria. Com informações de Jubile e Campaign, Christianity Today e AINA
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