segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Posseiros que resistem à desocupação de terra indígena em MT recebem ultimato


Sob clima tenso, posseiros que ocupam uma área indígena em Posto da Mata, distrito de Alto da Boa Vista (MT), receberam prazo para deixar o local até a próxima sexta-feira (4).
Segundo o comerciante Antonio Mesquita, 44, que mora na área há 20 anos, o aviso foi dado por um oficial de Justiça, que acompanha a ação de despejo que alcançou a área no domingo (30), com a presença de policiais federais e da Força Nacional de Segurança.
O distrito é o principal foco da resistência de não índios à ordem judicial de retirada da região. Moradores chegaram a confrontar forças de segurança neste mês em protesto contra a saída forçada.
"Eles avisaram que nós deveríamos sair, ou então seríamos presos", disse Mesquita. De acordo com ele, alguns moradores já deixaram o local, enquanto outros aguardam a chegada de caminhões para transportar seus pertences.
Os posseiros, que vinham resistindo à ordem judicial, estão se deslocando para cidades vizinhas, como Alto da Boa Vista, localizada a 30 quilômetros de Posto da Mata, e Bom Jesus do Araguaia.
No último dia 28, um caminhão do governo federal carregado com cestas básicas foi saqueado e incendiado no local.
No início de dezembro, moradores armaram uma emboscada frustrada para os agentes federais de segurança que atuam na operação de retirada.
A área que está sendo desocupada possui 165 mil hectares e foi reconhecida em novembro passado como terra indígena xavante Marãiwatsédé. É também uma das áreas indígenas na Amazônia com maior índice de desmatamento.
Os posseiros ocupam o local desde 1992. A terra indígena foi homologada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

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