Cadastro de empregadores flagrados com escravos completa dez anos. Confira todas reportagens publicadas sobre as atualizações semestrais no período
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O cadastro de empregadores flagrados com trabalho escravo completou 10 anos de existência este ano. A relação mantida pelo Ministério do Trabalho e Emprego foi criada em novembro de 2003 e tornou-se conhecida como “lista suja”. Ela hoje serve de base para restrições a financiamentos por parte de bancos públicos e de parâmetros para as negociações de empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. Quem é flagrado, após passar por processo administrativo no qual tem chance de se defender, é inserido e permanece no cadastro por dois anos. Após este período, se tiver sanado todas irregularidades e pago as indenizações devidas, é excluído.
Desde seu lançamento em 2003, a Repórter Brasil acompanha as atualizações semestrais da relação. Para facilitar a consulta à lista desenvolveu em 2005, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho e o Instituto Ethos, desenvolveram um sistema de busca disponível em português, inglês, francês e alemão.
Confira abaixo o histórico completo com todas as atualizações da “lista suja” desde 2005 ou clique aqui para ver a relação com todas as entradas e saídas desde 2007.
Atualização realizada em julho de 2013 teve como destaque a inclusão envolvendo oito políticos ruralistas, incluindo as empresas dos deputados federais João Lyra (PSD-AL) e Urzeni Rocha (PSDB-RR), e do ex-ministro da Agricultura de Fernando Collor (1990-1992), Antônio Cabrera. Dos oito, quatro foram incluídos por causa de flagrantes de exploração de pessoas na pecuária, atividade econômica mais presente nessa atualização. O cadastro ficou com 504 nomes, um recorde, sendo que foram incluídos 142 empregadores.
- Deputados federais e ex-ministro entram na atualização semestral da “lista suja”
- Quem são os pecuaristas da ‘lista suja’ da escravidão?
- Plantio de dendê entra na lista de atividades com trabalho escravo
- Um em cada dez integrantes da “lista suja” tem terra embargada pelo Ibama
- DuPoint entra na “lista suja” do trabalho escravo
- Inclusões em ‘lista suja’ reforçam o elo entre escravidão e trabalho infantil
2012- dezembroA atualização reforçou a relação entre escravidão e crimes ambientais e ficou marcada pela volta da construtora MRV, uma das maiores do país. Nos últimos anos, o número de pecuaristas e de envolvidos na produção de carvão tem chamado a atenção devido a sua recorrência. Como de costume, houve a inserção de políticos na lista.
- Especial: 56 empregadores são incluídos na atualização da “lista suja” do trabalho escravo
- Empresa de família de deputado federal entra na “lista suja” da escravidão
- Novas inclusões na “lista suja” reforçam relação entre escravidão e crimes ambientais
- Construtora MRV volta à “lista suja” do trabalho escravo em nova atualização
- Mais de um terço dos incluídos na “lista suja” da escravidão são pecuaristas
2012 – julhoA construtora MRV, uma das principais do país, esteve entre os destaques nessa atualização ao lado da Prime Incorporações e Construções S/A, da MSKE Construções e Serviços Ltda. e da Eplan. Na esfera política, entraram Janete Gomes Riva, esposa do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, José Riva (PSD) e do sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB/MT), Emanoel Gomes Bezerra Júnior.
MRV e empregadores ligados à política entram na listaUm a cada quatro ingressantes da “lista suja” é do Mato GrossoCadastro inclui casos que tiveram destaque na Repórter Brasil
2011 – dezembroEntre os inseridos figuraram alguns dos principais grupos usineiros do país, madeireiras, empresários e até uma empreiteira envolvida na construção da usina hidrelétrica de Jirau. A lista incluiu ainda médicos, políticos, famílias poderosas e casos de exploração de trabalho infantil (foto ao lado) e de trabalho escravo urbano.
2011 – julhoDois prefeitos entraram no cadastro: José Rolim Filho (PV), mais conhecido como Zito Rolim, que era prefeito eleito de Codó (MA); e Vicente Pereira De Souza Neto (PR) que estava à frente da Prefeitura de Toledo (MG).
2010 – dezembroAtualização marcada pela diversidade de empregadores incluídos, entre os quais representantes de diferentes estados e setores econômicos.
2010 – julhoReincidente, grupo Edson Queiroz, empreendimento agropecuário Esperança Agropecuária e Indústria Ltda, e Construtora Almeida Sousa estão entre os destaques.
2009 – dezembroA Cosan, uma das maiores processadores de cana-de-açúcar do mundo, entrou para a relação juntamente com outros 11 empregadores envolvidos em casos de escravidão
2009 – julhoCriadores de gado bovino e fazendeiros de soja e algodão que atuam em áreas de expansão (como o Oeste da Bahia) foram incluídos na atualização do cadastro.
2008 – dezembroUm dos destaques dessa atualização foi a inclusão do juiz Marcelo Testa Baldochi, integrante do Poder Judiciário do Estado do Maranhão. Já a Energética do Cerrado Açúcar e Álcool Ltda., principal responsável pela Usina Itarumã, em Itarumã (GO), foi o agente empregador incluído com o maior número de libertados: 77 pessoas, vindas do Maranhão.
2008 – julhoEntre os destaques estão o presidente da Câmara Municipal de Marabá (PA), vereador Miguel Gomes Filho (PP), e o Grupo José Pessoa, que por meio da empresa Agrisul Agrícola Ltda., entrou para a relação de empregadores vinculados à exploração de mão-de-obra escrava por causa do resgate de 1.011 cortadores de cana.
2007 – dezembroLeitbom, Grupo Soares Penido e Agroserra estão entre os incluídos nesta atualização. Outra empresa com participação relevante no mercado que entrou na “lista suja” foi a Itamarati Indústria de Compensados.
2007 – julhoPela primeira vez, Amazonas, Ceará e Santa Catarina foram inclusos na “lista suja”. Nessa atualização, entraram no cadastro empresas moveleiras. Duas empresas exportadoras, a Cruzado Móveis e a Móveis Rueckl como empregadoras da fazenda Campo Grande, juntamente com a Indústria Agroflorestal Heyse. Também entraram três siderúrgicas: a Fergumar (Ferro Gusa do Maranhão), a Itasider Usina Siderúrgica Itaminas SA e a Simara.
2006 – dezembroAtualização marcada pela inserção por engano e, em seguida, retirada da lista da Destilaria Gameleira. Trata-se de um caso emblemático no qual 1.003 trabalhadores foram resgatados em 2005.
Libertação recorde foi inserida na “lista suja” por equívocoLibertação recorde está na nova “lista suja” do trabalho escravo
2006 – julhoNessa atualização foram incluídas 25 pessoas físicas e empresas totalizando 178 nomes. Entre elas, o senador João Ribeiro (PL-TO) e Vitalmiro Bastos de Moura, apontado como o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang no Pará, além de empresas que fornecem para indústrias de aço e de higiene.
2005 – dezembroBeto Mansur (PP), ex-prefeito da cidade paulista de Santos, foi incluído na lista devido a presença de 46 trabalhadores que foram libertados de sua fazenda em Porangatu (GO). A atualização traz propriedades que se localizam em Rondônia, Mato Grosso, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e, pela primeira vez, Goiás aparece pela primeira vez.
2005 – julhoSistema de consultas do cadastro é lançado pela Repórter Brasil, OIT e Instituto Ethos em 13 de setembro de 2005.
30 novos nomes entram na lista suja do Ministério do Trabalho
Lista suja de empregadores aos olhos de todos na internet
Lista suja de empregadores aos olhos de todos na internet
2004 – dezembroO estado do Pará apareceu mais vezes e foi também o recordista em trabalhadores libertados. Fazendas desmatadas para agropecuária e carvoarias são as que mais usam mão-de-obra em condição análoga à de escravidão.
2004 - julho
segunda relação de pessoas e empresas condenadas em âmbito administrativo pela prática de trabalho escravo traz alguns dos maiores produtores e exportadores de algodão do país
segunda relação de pessoas e empresas condenadas em âmbito administrativo pela prática de trabalho escravo traz alguns dos maiores produtores e exportadores de algodão do país
2003 - novembroLogo após sua criação por meio de uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, aRepórter Brasil divulgou pela primeira vez a relação oficial de empregadores flagrados.
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