Comissão Parlamentar de Inquérito poderia investigar gastos dos governos com obras da Copa do Mundo. Pressão sobre parlamentares impediu leitura de requerimento
Gabriel Castro, de Brasília
Plenário do Senado durante sessão deliberativa (Arthur Monteiro/Agência Senado)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que poderia investigar os gastos do governo com a Copa do Mundo naufragou antes mesmo de começar: nove senadores retiraram a assinatura do requerimento que pedia a criação da comissão, o que inviabilizou a investigação.
Só podem ser instaladas as CPIs que têm o apoio de 27 senadores, o equivalente a um terço do total. O requerimento pedindo investigação sobre a Copa chegou a reunir 34 assinaturas. Depois de cinco dias de pressão dos governos federal e estaduais e de parlamentares ligados às entidades que comandam o futebol, restaram apenas 25 apoiadores.
A CPI da CBF, proposta pelo senador Mário Couto (PSDB-PA), tinha como objetivo investigar as despesas com os estádios da Copa do Mundo e apurar irregularidades na gestão das federações de futebol. O requerimento, que deveria ser lido em plenário nesta terça-feira para que a CPI saísse do papel, acabou arquivado.
A CPI da CBF, proposta pelo senador Mário Couto (PSDB-PA), tinha como objetivo investigar as despesas com os estádios da Copa do Mundo e apurar irregularidades na gestão das federações de futebol. O requerimento, que deveria ser lido em plenário nesta terça-feira para que a CPI saísse do papel, acabou arquivado.
A lista de desistentes inclui parlamentares de oposição - inclusive do próprio PSDB de Mário Couto: Ivo Cassol (PP-RO), Lobão Filho (PMDB-MA), João Alberto (PMDB-MA), Clésio Andrade (PMDB-MG), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), Wilder Morais (DEM-GO), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Paulo Davim (PV-AC).
Quando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou o arquivamento, Mário Couto se enfureceu. Acusou o colega Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro, de trabalhar pela retirada de assinaturas. O tucano prometeu ir ao Ministério Público Federal e bradou: "O Senado não quer? Dane-se o Senado. Os senadores não querem? Danem-se os senadores".
Zezé Perrella, que estava a menos de dois metros de Mário Couto, disse que de fato trabalhou contra a CPI, mas tentou se justificar: "Nós estamos às vésperas de uma Copa do Mundo. No meu entendimento, uma CPI sobre a CBF não seria boa para o futebol brasileiro".
Mário Couto continuou exaltado, apontando o dedo para o colega: "Seja homem! Tenha honra!", dizia ele. Perrella afirmou que o tucano queria usar a CPI para atingir o comando da Federação de Futebol do Pará, a quem se opõe. Mário Couto é dono de um clube de futebol no estado.
O senador paraense também prometeu subir à tribuna diariamente, por um mês, para lembrar os nomes dos senadores que retiraram as assinaturas: "Quero que a nação brasileira saiba quais os senadores que não querem fiscalizar o governo e se negam a fiscalizar uma CBF corrupta e as federações corruptas", disse ele.
Zezé Perrella, que estava a menos de dois metros de Mário Couto, disse que de fato trabalhou contra a CPI, mas tentou se justificar: "Nós estamos às vésperas de uma Copa do Mundo. No meu entendimento, uma CPI sobre a CBF não seria boa para o futebol brasileiro".
Mário Couto continuou exaltado, apontando o dedo para o colega: "Seja homem! Tenha honra!", dizia ele. Perrella afirmou que o tucano queria usar a CPI para atingir o comando da Federação de Futebol do Pará, a quem se opõe. Mário Couto é dono de um clube de futebol no estado.
O senador paraense também prometeu subir à tribuna diariamente, por um mês, para lembrar os nomes dos senadores que retiraram as assinaturas: "Quero que a nação brasileira saiba quais os senadores que não querem fiscalizar o governo e se negam a fiscalizar uma CBF corrupta e as federações corruptas", disse ele.
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