domingo, 2 de junho de 2013

A presidente Dilma tem grandes desafios na política, mas os seus maiores problemas estão na economia

A presidente Dilma Rousseff tem sofrido com várias votações no Congresso Nacional porque não tem talento, disposição e capacidade para administrar conflitos políticos e nem discutir pedidos dos parlamentares e chefes políticos. Ela não tem aptidão para troca de favores e sempre quer ficar distante do jogo político, fazendo com que se torne vítima da falta de habilidade da própria articulação política. O exemplo da votação Medida Provisória dos Portos é lapidar para mostrar o que vem ocorrendo com boa parte das votações importantes e que envolvam interesses razoáveis. Tudo isso tem um custo alto para o governo e para a sociedade.
O chamado alto clero do parlamento, os que possuem voz ativa e tem comando em uma das Casas, são os que mais ganham nesse jogo. Na verdade, o jogo deve ser jogado, mas com menos perdas para a sociedade. Para isso é preciso que o comandante do executivo tenha habilidade para lidar com esses jogadores vorazes. No momento, um desses jogadores mais importantes é o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Atualmente, ele tem em sua mesa pedidos de abertura de 15 CPIs contra o governo e a missão de amansar uma parcela do PMDB disposta a se bandear para a oposição. Em troca ele quer que a presidente atenda diversos pedidos que em boa parte envolvem favores pessoais, manutenção ou criação de cargos para aliados e outros tipos de pedidos.
No ano que vem haverá a eleição quase geral, de deputado estadual a presidente da república, o que levará ao aumento do apetite dos políticos por verbas, cargos e apoios políticos de diferente natureza.
Os desafios que a presidente terá que enfrentar até o final de seu governo serão enormes e demandará muito jogo de cintura e faro político, coisas que ela não tem. Disso, tende-se a acreditar que esses desafios tornam-se ainda maiores. Mas, os maiores problemas que ela enfrentará são de natureza econômica, não política. Neste momento, a presidente e todos os seus auxiliares devem voltar as preocupações para a taxa de crescimento da economia e para a inflação.
Evidentemente que seria muito mais fácil para a presidente se a inflação estivesse confortavelmente dentro da meta estabelecida pela equipe econômica e se as taxas de crescimento atual e a projetada estivessem em patamares suficientes para gerar renda e emprego para os trabalhadores, empresários e para o próprio governo. Os números são totalmente desfavoráveis neste momento. Portanto, o governo tem batalhas verdadeiramente sérias tanto na seara política quanto na economia. O caso da economia se torna mais importante porque se ela estiver indo muito bem, a política vai a reboque e as questões políticas se tornam muito mais fáceis de serem resolvidas.

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