Operação da PF já prendeu 20 pessoas que atuavam no Porto de Santos.
Empresa do agente afirma que está à disposição das autoridades.
O empresário de jogadores de futebol Ângelo Marcos da Silva é suspeito de comandar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas que atuava no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Uma operação da Polícia Federal, que ocorreu na última semana, já prendeu 20 pessoas, mas outras 11 continuam foragidas, de acordo com reportagem exibida pelo Bom Dia Brasil desta segunda-feira (7).
Em uma dessas gravações, Ângelo combina com um comparsa a compra de um carregamento. O empresário fala para o rapaz mandar uma foto e o comparsa obedece. A cocaína vem desenhada. “Isso é uma forma de eles identificarem a qual organização pertence aquela droga que está sendo encaminhada e exportada para fora do Brasil", explica o delegado da Polícia Federal Reinaldo Campos Sperandio.De acordo com a Polícia Federal, o empresário era coordenador da quadrilha. Ele fazia os contatos com os fornecedores da cocaína e controlava a qualidade da droga. A Polícia Federal monitorou mensagens do empresário, que já está preso, com outros membros da quadrilha, que comprovariam a participação de Ângelo Marcos da Silva no esquema que levava cocaína para fora do Brasil.
O empresário é sócio da empresa Plus Sports e Marketing Ltda, responsável pela carreira dos jogadores Luciano, do Corinthians, e Negueba, do Flamengo. As investigações, porém, não apontam elo entre o agenciamento de jogadores e o tráfico de drogas.
Ângelo foi policial militar durante cinco anos. Ele trabalhou no 2º Batalhão de Choque e foi expulso em 1997 por roubo. Em outubro do ano passado, ele virou sócio da empresa que gerencia a carreira de jogadores de futebol. A Polícia Federal acredita que parte do dinheiro usado na compra da sociedade veio do lucro que a quadrilha tinha com o tráfico de drogas no Porto de Santos. Ainda segundo a PF, um barco no valor de R$ 5 milhões foi comprado com o dinheiro do tráfico de drogas. As investigações se concentram em outros bens, como casas e empresas, para saber se foram comprados ou não com a venda da cocaína.
Em nota, a Plus Sports afirma que está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações e que os jogadores não vão se pronunciar sobre o assunto. Ainda segundo a Plus Sports, o advogado do empresário não quis gravar entrevista.
Também em nota, o Flamengo informou que a contratação de Negueba não foi negociada com o empresário preso, e sim com o advogado do jogador. Já o Corinthians não quis se pronunciar sobre o assunto.
Operação
Na última segunda-feira (31), a Polícia Federal (PF) cumpriu 46 mandados de prisão e 80 mandados de busca e apreensão para desarticular quadrilhas que fazem tráfico internacional de drogas utilizando o Porto de Santos. Fora os presos, mais de 3,7 toneladas de cocaína foram apreendidas – além de dinheiro, veículos e armas. De acordo com a polícia, essa é a maior apreensão dos últimos tempos no litoral de São Paulo. As operações Hulk e Oversea começaram em maio do ano passado. As 3,7 toneladas de cocaína foram apreendidas nesse período e somadas durante as operações.
Na última segunda-feira (31), a Polícia Federal (PF) cumpriu 46 mandados de prisão e 80 mandados de busca e apreensão para desarticular quadrilhas que fazem tráfico internacional de drogas utilizando o Porto de Santos. Fora os presos, mais de 3,7 toneladas de cocaína foram apreendidas – além de dinheiro, veículos e armas. De acordo com a polícia, essa é a maior apreensão dos últimos tempos no litoral de São Paulo. As operações Hulk e Oversea começaram em maio do ano passado. As 3,7 toneladas de cocaína foram apreendidas nesse período e somadas durante as operações.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha usava contêineres para transportar cocaína pura do Porto de Santos para a Europa, África e Cuba. Ainda de acordo com a PF, a droga era colocada em mochilas e sacolas, que eram inseridas nos contêineres por funcionários particulares, sem o conhecimento dos donos das cargas ou dos navios. A droga seguia junto com um lacre clonado. No local de destino, membros da organização criminosa rompiam os lacres, recuperavam a cocaína e colocavam os lacres clonados, para não gerar suspeitas.
Segundo os delegados Reinaldo Sperandio e Ivo Roberto, responsáveis pela divulgação da operação, as investigações começaram em maio de 2013. "Não havia facilitação. Eles tinham um esquema. De qualquer forma, nossa investigação apontou que não havia participação dos funcionários dos terminais portuários no esquema", explica Sperandio.
Ainda de acordo com Sperandio, a quadrilha tem participação no tráfico de drogas e em vários crimes na cidade de São Paulo. O delegado explica que essa foi uma das maiores apreensões da história do Porto de Santos. "No último ano foram apreendidos 4 toneladas de cocaína. Essa é a maior dos últimos tempos, mas ainda vamos levantar para ver se existiram outras dessas. Tivemos prisões na Baixada Santista, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul", afirma.
Ao todo, a Polícia Federal apreendeu 230 mil euros (R$ 721 mil), 10 veículos, uma lancha, 19 armas curtas e dois fuzis. As organizações criminosas eram investigadas pela PF desde 2013, nas operações Hulk e Oversea, que tinham como foco o tráfico de drogas via Porto de Santos.
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