Filho de vice investigado pela Polícia Federal é diretor em agência parceira da CBF
Gustavo Franceschini, Pedro Ivo Almeida, Vinicius Castro e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
A relação de Marco Polo Del Nero com a CBF vai além do exercício da vice-presidência geral da entidade. Investigado pela Polícia Federal na operação Durkheim (leia aqui), o homem forte do futebol no país e "braço direito" do presidente José Maria Marín tem seu filho como diretor da agência que produz conteúdo para a CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Marcus Vinicius Del Nero é diretor de arte da Mowa Sports, que, entre outras atividades fora do ramo esportivo, produz conteúdo multimídia para a CBF e três dos seus principais patrocinadores.
Ele nega qualquer relação do seu cargo com o fato de ser filho de Del Nero. Marcus Vinicius, no entanto, foi convidado para trabalhar na agência justamente neste ano, quando seu pai passou a ser uma das principais lideranças da confederação.
"Isso não tem nada a ver. Quem me convidou para trabalhar aqui [na agência] foi uma outra pessoa", disse, evitando entrar em maiores detalhes, o diretor de arte da Mowa que nunca havia trabalhado no ramo esportivo.
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Del Nero virou um dos homens mais importantes da CBF com a queda de Ricardo Teixeira, em março deste ano. Com a ascensão de Marin, seu apadrinhado político, ele foi alçado à vice-presidência da entidade e também assumiu um cargo no Comitê Executivo da Fifa.
Candidato virtual à sucessão de Marin em 2014, ele mostrou sua força política na semana passada, quando a demissão de Mano Menezes foi definida em uma reunião em seu quartel-general, a Federação Paulista de Futebol. Nesta segunda, no entanto, ele sofreu um golpe com a investigação da Polícia Federal, que foi à casa do dirigente nesta madrugada, apreendeu seu computador pessoal e o levou para prestar depoimentos.
Além de evitar comentar uma possível relação do pai com o seu cargo na agência parceira da CBF, Marcus Vinicius também não quis falar sobre a investigação sofrida por Marco Polo Del Nero.
"Sinceramente, não sei de nada. O que tomei conhecimento da investigação foi por vocês [imprensa]. Pelo que vi, é algo tranquilo. Procuro não me meter muitos nestes problemas", resumiu.
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