sábado, 31 de agosto de 2013

Globo pede a Lula que segure manifestantes e a ajude a combater o Google

Por Redação - de São Paulo


Lula(C) recebe um prêmio das mãos de João Roberto Marinho, em 2004
Lula recebe um prêmio na presença de João Roberto Marinho(E), em 2004


A pauta do recente encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente dasOrganizações Globo João Roberto Marinho, confirmado pela assessoria do Instituto Lula, vazou nesta sexta-feira em um blog na internet e revela o desespero da maior organização midiática de ultradireita na América Latina com a força das manifestações de rua, que cobram o fim do monopólio nas comunicações e o pagamento de impostos devidos pela emissora à Receita Federal. Pressionada por mais um protesto, convocado para esta sexta-feira, em frente às suas instalações, na capital paulista, e pela queda no faturamento devido ao aumento significativo da audiência na internet, a empresa visava o abrigo de um dos maiores ícones das esquerdas no país.
Segundo o titular do blog Conversa Afiada, o jornalista Paulo Henrique Amorim (PHA), Marinho “foi ao Presidente Lula pedir ajuda contra o Google”. Citando fonte, o também apresentador de um jornal noturno na Rede Record, principal adversária da Rede Globo na TV aberta, afirmou que “a publicidade está numa situação tal que pode provocar uma crise” no setor, que reúne a mídia conservadora no país e é conhecido, por sua atuação política, como Partido da Imprensa Golpista (PIG). Seu interlocutor não disse, mas “imagina-se que o Lula deva ter achado ótimo”, comentou o colunista.
Depois de culpar o Google, maior mecanismo de buscas e difusor de publicidade na web, no mundo, pela queda na arrecadação dos veículos de comunicação que controla no país, segundo PHA, “filho do Roberto Marinho – segundo esse passarinho inconfidente – passou a ‘espinafrar’ a Dilma. Que a Dilma isso, que a Dilma aquilo, e, além do mais, a Dilma não o recebe – não recebe o filho do Roberto Marinho”.
“E, aí, amigo navegante, a bomba! O filho do Roberto Marinho pediu ao Lula para voltar. ‘Volta, Lula, volta, pelo amor de Deus! Mas, como? indagou o Lula”, segundo a fonte.
– Vocês me espinafraram todo dia e você vem aqui me pedir para voltar? – teria questionado o ex-presidente
– Mas, você é diferente, Lula, respondeu o filho do Roberto Marinho. Você é um estadista – disse João Roberto Marinho, segundo o jornalista.
“O filho do Roberto Marinho foi embora sem uma gota de esperança”, acrescenta PHA. Após a saída do visitante, Lula teria comentado com a fonte:
– Esses caras me esculhambam o tempo todo e agora querem que eu volte. Ora, vai …
Temor justificado
Ainda segundo PHA, Marinho tem razões de sobra para estar assustado com o crescimento do Google no país. Recentemente, a agência norte-americana de publicidade Omnicom, a segunda do mundo, associou-se à francesa Publicis para se tornar a primeira do mundo, em uma tentativa de enfrentar o Google, que se tornou, de fato, a maior agência mundial de publicidade. “O Google é o maior destinatário de publicidade do Brasil, depois da Globo”, constata PHA. Atualmente, segundo projeções de analistas do setor, a internet detém 15% da verba de publicidade do Brasil mas, na próxima década, chegará aos 50%. O Google paga em dólares aos proprietários dos sites na internet e, na soma de publicidade no Google, no Youtube e Twitter, a conta já se aproxima do faturamento da Globo. Sem os 75% a 80% do mercado publicitário na tevê aberta, como ocorre hoje no Brasil, o modelo de negócios da Globo naufraga, segundo PHA.
“Não tem como pagar US$ 300 mil de capítulo de novela, três novelas no ar, novas, por dia, 365 dias por ano. Nem R$ 15 milhões por mês de salário a atores que não estão no ar. Um dia, o SBT e a Bandeirantes procuraram o presidente Fernando Henrique (…) para que o capital estrangeiro entrasse na indústria da tevê brasileira”, lembra o jornalista. FHC, diante do pedido, teria dito a um diretor da Band que ele próprio não tinha como enfrentar a Globo, que eles fossem ao Congresso lutar por isso.
“Quando a Globo quebrou, ela precisou de capital estrangeiro no cabo e o FHC deu. Quando o presidente Lula assumiu, a Globo estava quebrada. O PT poderia, ali, quebrar a espinha da Globo. O Ministro Palocci, de inúmeros serviços prestados ao neolibelismo pátrio e à indústria de supermercados salvou a Globo. Foi ali que a Globo começou a sonegar Imposto de Renda. E até hoje não mostrou o DARF (recibo do pagamento dos impostos devidos em um rumoroso processo judicial que monta cerca de R$ 1 bilhão)”, escreveu o jornalista.
Concentração absurda
A própria Secretaria da Comunicação (Secom) da presidência da República, responsável pelo investimento publicitário das verbas do governo federal, autarquias e empresas estatais, publicou recentemente um texto no qual questionava as críticas realizadas por pequenas empresas de comunicação e empreendedores individuais, entre eles blogueiros, acerca dos seus critérios na aplicação dos recursos públicos em publicidade. Não ficou sem resposta. A associação dessas pequenas empresas de comunicação, com representatividade em todo o país (Altercom) tem defendido os interesses da sua base e proposto entre outros pontos que se estabeleça como política a destinação de 30% das verbas publicitárias às pequenas empresas de comunicação. Pratica adotada em outros setores da economia, como na compra de alimentos para a merenda escolar. E também em outros países onde a pluralidade informativa é obrigação do Estado, inclusive do ponto de vista do financiamento.
Leia, adiante, a nota da Altercom:
“Em nome da qualidade do debate democrático, a Altercom utilizará os números do estudo divulgado pela Secom para defender sua tese de que a política atual do governo federal está fortalecendo os conglomerados midiáticos, não garante a pluralidade informativa e mais do que isso não reflete os hábitos de consumo de comunicação e informação do brasileiro. Tem como única referência os parâmetros das grandes agências de publicidade e seu sistema de remuneração onde o principal elemento é a Bonificação por Volume (BV).
A partir disso, seguem algumas observações que têm por base os números do estudo publicado e assinado pelo secretário executivo da Secom.
- Em 2000, ainda no governo FHC, o meio televisão representava 54,5% da verba total de publicidade que era de 1,239 bilhão. Em 2012, esse percentual cresceu para 62,63% de uma verba de 1,797 bilhão. Ou seja, houve concentração de verba em TV mesmo com a queda de audiência do meio e o fortalecimento da internet.
- Em 2011, os grandes portais receberam 38,93% das verbas totais de internet. Em 2012, os grandes portais passaram a receber 48,57% deste volume. Mesmo com a ampliação da diversidade na rede a Secom preferiu a concentração de recursos.
- Também de 2011 para 2012, a Rede Globo aumentou sua participação no share de Tvs. Saiu de 41,91% em 2011 para 43,98% no ano passado.
- Se a Secom utilizasse como base o que a TV Globo recebeu da sua verba total ano a ano, o resultado seria desprezível do ponto de vista da desconcentração como defendido a partir do estudo. Em 2000 a TV Globo teve 29,8% do total da verba da Secom e em 2012 esse percentual foi de 27,5%. Neste número não estão incluídas as verbas para TV fechada, que eram de 2,95% em 2000 e passaram para 10,03% do total do meio TV em 2012. Nesse segmento, provavelmente a maior parte dos recursos também vai para veículos das Organizações Globo que ainda tem expressivos percentuais dos recursos para jornais, rádios, revistas, portais etc.
- Utilizando os dados da Secom também é possível chegar a conclusão de que em 2000, a TV Globo ficava com aproximadamente 370 milhões das verbas totais de publicidade do governo federal. Em 2012, esse valor passou a ser de aproximadamente 495 milhões.
- O secretário executivo da Secom também afirma que houve ampliação do número de veículos programados de 2000 para 2012, o que a Altercom reconhece como um fato. Essa ampliação foi significativa, mas no texto não é informado qual a porcentagem do valor total destinado a esses veículos que antes não eram programados.
- Por fim, no estudo o secretário parece defender apenas o critério da audiência quantitativa como referência para programação de mídia. Sendo que a legislação atual não restringe a distribuição das verbas de mídia ao critério exclusivo de quantidade de pessoas atingidas. Aponta, por exemplo, a segmentação do público receptor da informação e o objetivo do alcance da publicidade, entre outras questões. E é notório também que a distribuição dos recursos deve considerar a qualidade do veículo programado e a sua reputação editorial.
Considerando que a Secom está disposta ao diálogo, o que é bom para o processo democrático, a Altercom solicita publicamente e por pedido de informação que será protocolado com base na legislação vigente, os seguintes dados.
- A lista dos investimentos em todas as empresas da Organização Globo no período do estudo apresentado pela Secom (2000 a 2012).
- O número de veículos programados pela Secom ano a ano no período do estudo (2000 a 2012)
- Quanto foi investido por cada órgão da administração direta e indireta no período do estudo (2000 a 2012).
- Quais foram os 10 veículos que mais receberam verbas publicitárias em cada órgão da administração direta e indireta em cada meio (TV, rádio, jornais, revistas, internet etc) no período do estudo (2000 a 2012).
- A curva ABC dos veículos e investimentos realizados pela Secom. Ou seja, o percentual de verbas aplicadas nos 10 maiores veículos, nos 100 maiores e nos demais no periodo de 2000 a 2012.
- O que justifica do ponto de vista dos hábitos de consumo da comunicação a ampliação do percentual de verbas publicitárias de 2000 para 2012 no meio TV.
- O sistema e o critério de classificação e ranqueamento que estaria sendo utilizado pela Secom para programação de mídia.
A Altercom tem outras ponderações a fazer a partir do estudo apresentado, mas confiando na postura democrática da atual gestão avalia que os pontos aqui levantados já são suficientes para que o debate seja feito em outro patamar.
Reafirmamos nossa posição de que a distribuição das verbas publicitárias governamentais não pode atender apenas a lógica mercadista. Elas precisam ser referenciadas nos artigos da Constituição Federal que apontam que o Estado brasileiro deve promover a diversidade e a pluralidade informativa.
A Altercom também reafirma a sua sugestão de que a Secom deveria adotar o percentual de 30% das verbas publicitárias para os pequenos veículos de informação, o que fortaleceria toda a cadeia produtiva do setor da comunicação. E colocaria o Brasil num outro patamar democrático, possibilitando o fortalecimento e o surgimento de novas empresas e veículos neste segmento fundamental numa sociedade informacional”.

Acusado diz que fazendeiro mandou matar auditores

Empresário apontado pelo MPF como intermediador dos assassinatos nega envolvimento e afirma ter ouvido Norberto Mânica dar a ordem de execução
Por Stefano Wrobleski, enviado especial a Belo Horizonte 


O empresário Hugo Alves Pimenta, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter intermediado o acordo com os executores da Chacina de Unaí, afirmou ter escutado o fazendeiro Norberto Mânica, apontado pelas investigações como um dos mandantes do crime, dar a ordem para os assassinatos. Ele foi ouvido na condição de informante durante o julgamento que começou terça-feira (27) em Belo Horizonte (MG). Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais do trabalho Nelson José da Silva, João Batista Lages e Eratóstenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados em Unaí, município do noroeste mineiro, enquanto realizavam uma fiscalização trabalhista.
Acompanhe cobertura ao vivo do julgamento no twitter da Repórter Brasil
Nesta quarta-feira (28), passaram pelo tribunal, além de Pimenta, 12 pessoas alistadas pela acusação, conduzida pelo MPF. Já os advogados dos três réus arrolou quatro testemunhas, todas para reforçar o álibi defendido pelo representante de Rogério Alan Rocha Rios. Ele, William Gomes de Miranda e Erinaldo de Vasconcelos Silva são acusados de terem executado os quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As 12 testemunhas de acusação confirmaram os detalhes da investigação efetuada pelo MPF. A previsão é que os reús fossem ouvidos nesta quinta-feira (29).
Auditores fiscais do trabalho acompanham julgamento da Chacina de Unaí e pedem justiça em ato (Fotos: Stefano Wrobleski/Repórter Brasil)
Auditores fiscais do trabalho acompanham julgamento da Chacina de Unaí e pedem justiça em ato (Fotos: Stefano Wrobleski/Repórter Brasil)
Em seu depoimento, Pimenta negou participação no crime, mas apontou a responsabilidade de Mânica e José Alberto de Castro – que também é acusado de ter intermediado o crime e com quem Hugo trabalhava. O empresário afirmou ter ouvido Norberto e José conversando com Francisco Élder Pinheiro por telefone logo após serem informados de que o auditor Nelson estava acompanhado de outros três funcionários do MTE: “Pode mandar ‘torar’ [matar] todo mundo”, teria dito Norberto. Pinheiro é apontado como o contratante dos réus. Os procuradores também questionaram Hugo sobre a participação de Antério Mânica – irmão de Norberto, também acusado de ser o mandante da chacina –, mas ele se recusou a responder qualquer pergunta: “Não quero falar do Antério hoje, não”.
Demonstrando nervosismo, Pimenta respondeu somente às perguntas do MPF, com quem firmou, em 2007, acordo de delação premiada para ser libertado da prisão provisória que cumpria – caso seja condenado, poderá ter a redução de dois terços da pena. Segundo ele, foi somente atrás das grades que conheceu os réus Erinaldo, Rogério e o falecido Francisco Pinheiro, acusado de ter contratado os executores. Lá, os três teriam confessado a ele participação na chacina. Hugo também contou que, enquanto estava detido, Norberto teria arquitetado um plano para ficar impune: pagaria R$ 300 mil para Erinaldo assumir à Justiça que teria cometido latrocínio e outros R$ 200 mil a Rogério, mas Hugo não sabia para que esse dinheiro serviria. Questionado pelo MPF se algum deles teria dito se havia sofrido tortura, humilhação ou pressão de algum tipo para confessar o crime, Hugo não quis responder.
RéusDos três réus em julgamento, somente Erinaldo admite participação no crime. Em 2004, ele depôs à polícia assumindo que participou do assassinato dos funcionários do MTE e revelando a existência de mandantes. No entanto, meses depois afirmou à Justiça que havia cometido latrocínio (roubo seguido de morte). Seus advogados preferiram manter segredo sobre qual será a linha de defesa durante o interrogatório dos acusados.
Infográfico com as relações entre os acusados da Chacina de Unaí com título (Por Stefano Wrobleski)
A humilhação é um dos principais argumentos da defesa de Rogério para desqualificar o inquérito policial que deu origem ao processo. Seu advogado, Sérgio Moutinho, sustenta que Rogério e os demais réus não tiveram direito a água quando pediram para beber, tese reforçada pelo fato de os três terem ficado algemados com as mãos atrás das costas. Ele argumenta ainda que seu cliente não teria sido informado dos seus direitos constitucionais de permanecer calado pelo policial responsável pelo depoimento e que nenhum dos registros em vídeo dos depoimentos podem comprovar o respeito a esse direito. Foi à polícia que Rogério confessou que executou, a mando, os funcionários do MTE.
As quatro testemunhas arroladas pela defesa foram chamadas para depor em favor de Rogério. Eram seu irmão, Paulo Rodolfo Rocha Rios, sua ex-namorada, Rosedalva Gonçalves, o amigo de infância Ademir de Souza Mota e o colega de trabalho Jorge das Neves Melo. Os três primeiros afirmaram que estavam em Salvador (BA) com Rogério, no churrasco de aniversário do seu pai, dois dias antes do crime de Unaí. E todas elas disseram ter estado com ele na capital baiana em momentos diferentes entre os dias 25 e 29 de janeiro de 2004 – a chacina ocorreu no dia 28. Os procuradores do MPF, no entanto, não acreditam na história. A pedido deles, Rosedalva e Ademir respondem na Justiça pelo crime de falso testemunho desde 2012, quando foram alistadas ao processo. O órgão acredita que as quatro testemunhas tenham combinado o depoimento e mentido sobre os fatos: “O churrasco deve mesmo ter acontecido, mas Rogério certamente não estava presente”, diz o procurador Vladimir Aras.
William, acusado de ser um dos executores que não chegou a tempo por conta de um pneu furado de seu carro, é defendido pela Defensoria Pública da União. Pedro Alves Dimas Júnior, um de seus advogados, disse à Repórter Brasil que vai alegar ausência de participação efetiva e relevante do réu, já que, segundo ele, William não teria chegado a atuar para a execução. A alegação poderia atenuar possíveis penas.
‘Aquecimento’
O julgamento dos três acusados de terem executado os funcionários do MTE é considerado pelas partes uma preparação para o júri popular que colocará os empresários Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro, o fazendeiro Norberto Mânica e Humberto Ribeiro dos Santos no banco dos réus a partir de 17 de setembro. Seus advogados têm acompanhado todo o julgamento.
Silvio Gomes, advogado de Humberto Ribeiro dos Santos, já informou que irá pedir a prescrição de todos os crimes de seu cliente. Humberto é acusado de ter ocultado provas ao remover uma folha do registro de hóspedes do hotel onde os pistoleiros ficaram, na qual Rogério havia colocado seu nome verdadeiro. Atualmente, ele responde somente pelo crime de formação de quadrilha, juntamente com os demais acusados de terem sido os executores. Ele também respondia por favorecimento pessoal, que teve prescrição determinada pela Justiça em 2010.
À Repórter Brasil, o advogado de Norberto, Alaor de Almeida Castro, afirmou que Hugo mente e reclamou que o depoimento que livrou o empresário provisoriamente da prisão, em 2007, só foi disponibilizado pelo MPF às partes do processo “muito recentemente”. No entanto, o procurador Vladimir Aras explicou que os prazos para provas serem juntadas ao processo é de até três dias úteis antes do início do julgamento e que a acusação só fez isso por receio de que a exposição do depoimento de Hugo às demais partes poderia representar um risco à sua vida.
Rassy: "categoria ficou muito marcada" pelo crime
Rosângela: “categoria ficou muito marcada” pelo crime
Sindicatos pedem justiça
Em ato nessa terça-feira (27) em frente ao prédio da Justiça Federal de Belo Horizonte, onde o julgamento está acontecendo, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) e a Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais (AAFIT-MG) pediram justiça no caso, que foi a julgamento quase dez anos depois do crime. Rosângela Rassy, presidenta do Sinait, disse que “a nossa categoria ficou muito marcada”. “Os auditores fiscais do trabalho têm essa mancha com a perda dos quatro funcionários do MTE.” Ela espera pela condenação de todos os réus.
Já José Augusto, presidente da AAFIT-MG, reclamou que “o governo nos estruturou muito pouco para combater essa proximidade que há entre alguns setores do campo e o crime organizado”. Ele estima em 600 o número de auditores fiscais do trabalho no Estado e diz que o número deveria ser entre três e quatro vezes maior: “Os fiscais estão se aposentando e a reposição é feita minimamente pelo governo. Isso representa uma diminuição progressiva do número de auditores com o consequente aumento dos acidentes de trabalho e de outras irregularidades que são cometidas”.
Confira na linha do tempo abaixo todos os desdobramentos do caso

Pistoleiros acusados de matar fiscais do trabalho são condenados à prisão

Os três acusados de executar funcionários do Ministério do Trabalho durante fiscalização em fazenda foram condenados por homicídio; um deles foi sentenciado a 94 anos de prisão
Por Stefano Wrobleski, enviado especial a Belo Horizonte |

Terminou o primeiro julgamento da Chacina de Unaí. Quase dez anos depois, Rogério Alan Rocha Rios, William Gomes de Miranda e Erinaldo de Vasconcelos Silva foram condenados, por júri popular, pelo assassinato de quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais do trabalho Nelson José da Silva, João Batista Lage e Erastótenes de Almeida Gonçalves, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos em Unaí, município do noroeste mineiro, enquanto realizavam uma fiscalização trabalhista. A sentença foi proferida na madrugada deste sábado (31) pela juíza Raquel Vasconcelos Lima, depois de quatro dias em sessão. Como a decisão é de primeira instância, da 9ª Vara de Belo Horizonte, ainda cabe recurso.
Estrada na Fazenda Bocaina, da família Mânica, onde a chacina ocorreu (Foto: José Cruz/ABr)
Estrada na Fazenda Bocaina, da família Mânica, onde a chacina ocorreu (Foto: José Cruz/ABr)
Os condenados acompanharam os depoimentos das 17 testemunhas arroladas pelos dois lados, além da apresentação de provas e do debate entre as partes. O único momento em que não estiveram presentes foi durante as oitivas dos demais réus. Também acompanharam o julgamento os advogados dos outros acusados no processo. Os empresários Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro (acusados de intermediar o crime), o fazendeiro Norberto Mânica (acusado de ter sido o mandante) e Humberto Ribeiro dos Santos (que teria ocultado provas) irão a júri no dia 17 de setembro. O julgamento de Antério Mânica, irmão de Norberto e também acusado de ter sido mandante, ainda não tem data definida para acontecer.
‘Blindagem’ a Antério MânicaDurante todo o julgamento, o nome de Antério foi citado poucas vezes. Em uma destas, Hugo, testemunhando como informante, disse que preferia “não falar de Antério desta vez”. A recusa levantou suspeitas de que esteja sendo articulada uma “blindagem” em torno dele. A viúva do auditor Erastótenes, Marinês Lina de Laia, espera “que Hugo denuncie todos os envolvidos, inclusive Antério”. Hugo firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) em 2007, o que fez a Justiça conceder-lhe liberdade provisória por ter dado um testemunho que pode ajudar na condenação dos demais réus – se condenado, ele pode ter uma redução de dois terços de sua pena. Questionado, o procurador da República Vladimir Aras disse que não comentaria se acredita na hipótese de Norberto Mânica assumir a autoria para livrar Antério da pena.
Erinaldo
Dos julgados nesta semana, somente Erinaldo assumiu a participação na Chacina de Unaí. Ele admitiu que atirou em ao menos três funcionários do MTE e declarou que os outros dois réus estavam envolvidos. Erinaldo disse que na época do crime já os conhecia, além de José de Castro e Francisco Pinheiro (este último, hoje falecido, é apontado como o contratante dos pistoleiros), e relatou ter ouvido destes últimos que o mandante era Norberto, quem teria conhecido na prisão.
Antes do depoimento, seu advogado fez um pedido de delação premiada aos jurados, que aceitaram para o crime de homicídio porque consideraram que sua fala acrescentou novos elementos para elucidar o caso. Por isso, a juíza reduziu o tempo em que ele deve ficar preso em 18 anos, para 76 anos e 20 dias. Além disso, ele deve pagar R$ 1.040 em multa. Erinaldo confirmou que Norberto havia prometido a ele R$ 300 mil para que assumisse à Justiça o crime de latrocínio (roubo seguido de morte), como já havia dito Hugo na última quarta-feira, 28. A versão proposta inocentaria os irmãos Mânica e os acusados de intermediar o crime. Os jurados o condenaram pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, formação de quadrilha e receptação – pelo uso de um carro que sabia ser fruto de crime.
Erinaldo disse também que se encontrou com José e os outros dois condenados na semana anterior ao crime. Um carro Fiat Marea preto teria parado em frente e José teria conversado com seus ocupantes, que tinham a janela entreaberta. Em seguida, de acordo com Erinaldo, José retornou dizendo somente que “o homem está bravo”. A acusação aponta que esse seria um indício importante da participação de Antério no crime, já que sua esposa tinha um carro desse modelo.
Semanas depois da Chacina de Unaí, Norberto teria procurado Erinaldo para encomendar outros assassinatos: o de uma família no Paraná, de quem Mânica teria comprado uma fazenda. Dizendo estar arrependido do crime de Unaí, o pistoleiro recusou a oferta e não teve mais notícias do caso.
Rogério
Rogério persistiu até o fim na alegação de sua inocência, dizendo que havia assumido sua participação no crime à Polícia Federal somente porque havia sido torturado e humilhado. Sérgio Moutinho, seu advogado, tentou descaracterizar o inquérito policial, sustentando que excluía diversos possíveis criminosos, que na época também teriam feito ligações suspeitas. Além disso, ele alegou que, como o livro de hóspedes do hotel onde Rogério teria ficado não teve auto de apreensão expedido pela polícia, essa prova deveria ser invalidada.
Os jurados condenaram Rogério pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. A juíza decretou 94 anos de encarceramento.
WilliamCelso Rezende, da Defensoria Pública da União, também disse que nenhum depoimento à polícia foi voluntário e espontâneo. Ele reclamou que o MPF teria recusado um pedido de delação premiada a Erinaldo anos atrás e que ele não teria trazido nenhum elemento novo ao processo que pudesse ajudar a elucidar o crime. Rezende defendeu ainda que o representado não participou do crime, mas que, se houve participação, teria sido de menor importância. Os jurados entenderam que o julgado era culpado por homicídio duplamente qualificado, mas consideraram que sua participação teve menor importância. Assim, ele teve pena decretada de 56 anos pela juíza.
Como todos os condenados já estavam presos há 9 anos, 1 mês e 5 dias, esse tempo será deduzido das penas sentenciadas pela juíza. Ela também negou a possibilidade de qualquer um dos pistoleiros de recorrer em liberdade.
Confira na linha do tempo abaixo todos os desdobramentos do caso

Quatro bandidos que assaltaram agências em Afonso Cunha já estão presos



O Banco Bradesco do município de Afonso Cunha (MA), foi alvo de ação audaciosa de uma quadrilha de assaltantes na madrugada desta quinta-feira (29). Sete homens fortemente armados aterrorizaram o pacífico município do Leste Maranhense.
Além de explodiram os caixas eletrônicos da agência bancária, eles também destruíram a agência dos Correios. Durante a ação , os assaltantes se utilizaram de ferramentas pesadas, como um macaco hidráulico, duas alavancas, um, pé-de-cabra e bananas de dinamite
Os bandidos apreenderam fuga em três veículos, dolis Pálios, um branco e outro prata e uma Saveiro de cor azul. Ao saírem da cidade os indivíduos efetuaram disparos de pistola calibre 380 nos pneus e lataria da viatura do Destacamento Militar, e ainda atearam fogo no Palio branco que eles utilizavam.

Logo que foi acionado, o 2º BPM montou uma megaoperação que contou inclusive com o helicóptero do GTA. Várias viaturas foram deslocadas para Afonso Cunha. A polícia montou campana em locais estratégicos e por volta das 14h conseguiu prender dos integrantes da quadrilha. Eles foram identificados por Lucas Rafael Bezerra Brito, 22 anos e Geniel de Morais Vieira, 24 anos, ambos oriundos de Teresina (PI).
Com a dupla presa, foram encontradas as armas utilizadas no assalto, sendo uma pistola calibre 380, com três cartuchos, um revólver calibre 38, com sete cartuchos e um revólver calibre 32 com dois cartuchos, de 6 celulares, 2 carteiras, chips, 2 alavancas, macaco hidráulico. Além de dois carros. O Savero com placa de Batalha-PI e um Pálio de Bacabal- MA..
Dando continuidade às diligências, por volta das 22h, de quinta-feira (29), o Serviço de Inteligência do 2º BPM e Força Tática prenderam mais dois envolvidos no roubo ao Bradesco e Correios de Afonso Cunha.
Os suspeitos identificados como Carlos Alexandre da Conceição Silva, vulgo “Carrapato”, de 19 anos, e Leonardo Gonçalves da Silva, de 21 anos, ambos de Teresina (PI), foram presos no povoado Brejinho, localizado a 26km do município de Caxias.
Com os conduzidos os PMs encontraram uma pistola calibre 380, e a quantia de R$ 800,00 em espécie.
A polícia já sabe o nome dos demais integrantes é mantém os trabalhos de buscas para localizar o resto do bando. Os quatros assaltantes, os veículos, armas e demais objetos apreendidos foram apresentados no 1º DP para as providências legais.




Do Portal Coelho Neto

CORPO DO JOVEM DE 19 ANOS FOI ENCONTRADO EM COVA RASA .


Foto: Corpo encontrado no Setor dos Potes.
Na Cola da Notícia já está no local!



Usuário de droga é encontrado enterrado em cova rasa próximo uma plantação de maconha na beira Riacho Cacau

Através de denuncia anônima policia militar conseguiu localizar o corpo de Walace da Silva Lof, 19 anos, desaparecido segunda feira, ele que era usuário de droga foi morto e enterrado na beira do Riacho Cacau, proximo ao Parque Anhanguera, próximo ao local onde o corpo foi enterrado tenha uma plantão de maconha, aproximadamente 100 pés de maconha, ao lado um acampamento onde os traficantes ficavam vigiando, próximo ao local do acampamento todas as arvores tem marcas de balas. Walace era morador da Rua Projetada A,para resgatar o corpo do local foi feito uma grande operação a passagem para outro lado do riacho ter que atravessar por arvores cortadas e jogadas no leito do riacho.logo estaremos postando com informações do blog noticia da foto. 

JOVEM DE IMPERATRIZ MORRE EM ACIDENTE NA BR-010 NO BANANAL


O IRMÃO DA VITIMA INFORMOU QUE O MESMO TINHA O HÁBITO DE CHEGAR DO TRABALHO   TODOS OS DIAS AS 19 HORAS, O ACIDENTE ACONTECEU ONTEM POR VOLTA DESSE MESMO HORÁRIO.

A VITIMA ERA MORADOR DA RUA TUPINAMBÁ 2528-BAIRRO BACURI

O ACIDENTE ACONTECEU ONTEM A NOITE, O CORPO SÓ FOI ENCONTRADO HOJE PELA MANHÃ


NO DIA 30-08-2013 POR VOLTA DAS 7HS DA MANHÃ FOI ENCONTRADO POR POPULARES O CORPO DO JOVEM  ROMANO ROMENNYGGE SOUSA LOPES, 29 ANOS, FOI VÍTIMA FATAL DE UM GRAVE ACIDENTE NA BR-010 NO POVOADO BANANAL. SEGUNDO INFORMAÇÕES O MESMO VINHA DE PORTO FRANCO PARA IMPERATRIZ.
 INFORMAÇÕES DA PRF(POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL) , A CAUSA DO ACIDENTE PODE TER SIDO UM QUEBRA -MOLAS  MAL SINALIZADO. AGUARDE DETALHES...

Imagem forte Homem é morto a tiros em Anapurus



A população de Anapurus acordou com uma triste noticia na manhã deste sábado, o açougueiro  conhecido por "Chico dió" que trabalha em uma das Casas de Carne Gaúcho da cidade, foi morto a tiros ao lado do seu ambiente te trabalho.


Segundo informações, o fato ocorreu por volta dás 4:30hs, onde um rapaz ainda não identificado teria xingado o magarefe varias vezes sem motivo algum. Chico indignado teria reagido. O rapaz saiu dizendo que voltaria para "te pagar". Pessoas que estavam
na hora ainda avisaram ao assogueiro para ele ir embora pois ele poderia voltar e trazer problema. Minutos depois o rapaz chegou e o matou com um tiro no peito.

O autor do crime fugiu, e a policia já está fazendo as buscas.

Fonte: Blog do Ravel Reis E  Blog do Alexandre Cunha

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Pai do cantor sertanejo MAZ é atropelado por Corola cor prata e vai à óbito

Na tarde da ultima quarta feira um motorista P29-08-13_07.32não identificado e aparentemente em alta velocidade invadiu um canteiro as margens da BR 222 onde funciona um ponto de ônibus urbano no centro de Açailândia onde colheu o senhor João Martins chaves de cerca de 60 amos de idade, o mesmo é pai do cantor sertanejo Maxi, e mesmo com o veiculo muito avariado empreendeu fuga sem prestar socorro a vitima que foi atendida pelo SAMUR, falecendo logo após em decorrência das graves lesões. qualquer informação sobre o paradeiro do Corola ligar anonimo para o 190.
Veja o vídeo: 
  

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Operação Hiléia Pátria do IBAMA combate o desmatamento ilegal em áreas federais


28/08/2013 às 20:28 em Justiça
dscn1988Buriticupu – Dentro das estratégias traçadas pelo Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental – PNAPA/2013, o Ibama está executando a operação Hiléia Pátria, cujo objetivo é combater o desmatamento ilegal em áreas protegidas federais na Amazônia, nos estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas, Rondônia e Maranhão.
Até o momento, no Maranhão, foram apreendidos quatro tratores, três armas, três caminhões, 16 serrarias, além de mais de 4.370m³ de madeira, o equivalente a 110 carretas lotadas. Foram aplicadas multas que ultrapassam os R$ 2,3 milhões.
Na etapa ostensiva, iniciada em junho/2013, a operação passou por vários municípios do entorno das Terras Indígenas Auto Turiaçu, Awá e Caru, sendo as duas últimas limítrofes com a Reserva Biológica do Gurupi. A extensão total dessas áreas federais é de 10.898,53 Km². Atualmente sediada em Buriticupu, importante pólo madeireiro situado ao lado da Reserva Biológica, a operação mantém bases em vários municípios da região, onde agentes do Ibama ocupam áreas protegidas com histórico de exploração ilegal de madeira.
dscn2012O Maranhão é um dos maiores fornecedores de madeira beneficiada para o nordeste brasileiro. Em Buriticupu, foram registradas 95 serrarias no Cadastro Técnico Federal CTF, contudo durante a operação foram observado que existem apenas 25. Dessas, 22, ou seja, quase 90% estão com algum tipo de irregularidade, como ter em depósito madeira sem origem, falta de licenças válidas ou com licenças vencidas e descumprimento de embargo. No Maranhão há poucas áreas privadas com floresta, além disso, dos poucos planos de manejo existentes, alguns estão suspensos.“Isso pressupõe que a madeira utilizada nas serrarias e fábricas de móveis sai de áreas protegidas, onde foram constatadas evidências de extração ilegal”, avalia o coordenador da operação Hiléia Pátria, Eder Carvalho dos Santos.
De acordo com o superintendente do Ibama no Maranhão, Pedro Leão, a madeira apreendida já entrou em processo de doação. Segundo ele, dos seis municípios que solicitaram madeira, cinco são da região atingida pela operação: Bom Jesus das Selvas, Araguanã, Gov. Newton Belo, Bom Jardim e Santa Luzia do Paruá. Esses municípios receberão 1500m³ de madeira. “Produto de crime ambiental será revertido para benefício da própria comunidade”, afirma Leão.
Em parceria firmada entre os Ministérios do Meio Ambiente e da Defesa, o Exército Brasileiro, por meio da Força Tarefa Pátria Brasil, participa da operação. “O apoio do Exército ao Ibama é fundamental para o êxito da operação, pois a experiência de suas tropas garante a logística necessária para a retirada dos produtos apreendidos”, coloca Eder. O comandante da Força Tarefa Pátria Brasil, Cel Rocha, entende que a parceria firmada é altamente positiva.
Participam também da operação Hiléia Pátria o Batalhão de Polícia Ambiental – BPA/MA, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio e Fundação Nacional do Índio – Funai.
Da Aassessoria de Comunicação do IBAMA
Por Antonio Marcos