domingo, 30 de junho de 2013

Faleceu nesta manhã o fundador do Jornal O Progresso


Faleceu na manhã deste domingo em Imperatriz aos 91 anos, José Matos Vieira,fundador do Jornal O Progresso em 03 de Maio de 1.970 juntamente com saudoso Jurive de Macedo ,Sr Vieira como era conhecido foi um dos pioneiros do ramo gráfico em Imperatriz,era proprietário da Tipografia Violeta que funcionava na Rua Simplicio Moreira, entre Avenida Getúlio Vargas e Rua Domingues.
Sr. Vieira faleceu na manha deste domingo com problema de estômago, ele participou ativamente da vida política da cidade, tendo inclusive disputado a eleição para prefeito pelo antigo MDB, na foto ele ao lado do atual Diretor Presidente do Jornal O Progresso Sergio Henrique Godinho, Sr Vieira nasceu em 02 de Maio de 1922 na cidade, de Caxias, pai de 10 filhos, 29 netos e 12 bisnetos.
LIVRO ESCRITO POR JOSE MATOS VIEIRA.

Um recado contundente à presidente Dilma referente à área da saúde no Brasil

Há alguns meses eu fiz um plantão em que chorei. Não contei à ninguém (é nada fácil compartilhar isso numa mídia social). Eu, cirurgiã-geral, “do trauma”, médica “chatinha”, preceptora “bruxa”, que carrego no carro o manual da equipe militar cirúrgica americana que atendia no Afeganistão, chorei.
Na frente da sala da sutura tinha um paciente idoso internado. Numa cadeira. Com o soro pendurado na parede num prego similiar aos que prendemos plantas (diga-se: samambaias). Ao seu lado, seu filho. Bem vestido. Com fala pausada, calmo e educado. Como eu. Como você. Como nós. Perguntava pela possibilidade de internação do seu pai numa maca, que estava há mais de um dia na cadeira. Ia desmaiar. Esperou, esperou, e toda vez que abria a portinha da sutura ele estava lá. Esperando. Como eu. Como você. Como nós. Teve um momento que ele desmoronou. Se ajoelhou no chão, começou a chorar, olhou para mim e disse “não é para mim, é para o meu pai, uma maca”. Como eu faria. Como você. Como nós.
Pensei “meudeusdocéu, com todos que passam aqui, justo eu… Nãoooo….. Porque se chorar eu choro, se falar do seu pai eu choro, se me der um desafio vou brigar com 5 até tirá-lo daqui”.
E saí, chorei, voltei, briguei e o coloquei numa maca retirada da ala feminina.
Já levei meu pai para fazer exame no meu HU. O endoscopista quando soube que era meu pai, disse “por que não me falou, levava no privado, Juliana!” Não precisamos, acredito nas pessoas que trabalham comigo. Que me ensinaram e ainda ensinam. Confio. Meu irmão precisou e o levei lá. Todos os nossos médicos são de hospitais públicos que conhecemos, e, se não os usamos mais, é porque as instituições públicas carecem. Carecem e padecem de leitos, aparelhos, materiais e medicamentos.
Uma vez fiz um risco cirúrgico e colhi sangue no meu hospital universitário. No consultório de um professor ele me pergunta: “e você confia?”.
“Se confio para os meus pacientes tenho que confiar para mim.”
Eu pratico a medicina. Ela pisa em mim alguns dias, me machuca, tira o sono, dá rugas, lágrimas, mas eu ainda acredito na medicina. Me faz melhor. Aprendo, cresço, me torna humana. Se tenho dívidas, pago-as assim. Faço porque acredito.
Nesses últimos dias de protestos nas ruas e nas mídias brigamos por um país melhor. Menos corrupto. Transparente. Menos populista. Com mais qualidade. Com mais macas. Com hospitais melhores, mais equipamentos e que não faltem medicamentos. Um SUS melhor.
Briguei pelo filho do paciente ajoelhado. Por todos os meus pacientes. Por mim. Por você. Por nós. O SUS é nosso.
Não tenho palavras para descrever o que penso da “Presidenta” Dilma. (Uma figura que se proclama “a presidenta” já não merece minha atenção).
Mas hoje, por mim, por você, pelo meu paciente na cadeira, eu a ouvi.
A ouvi dizendo que escutou “o povo democrático brasileiro”. Que escutou que queremos educação, saúde e segurança de qualidades. “Qualidade”… Ela disse.
E disse que importará médicos para melhorar a saúde do Brasil….
Para melhorar a qualidade….?
Sra “presidenta”, eu sou uma médica de qualidade. Meus pais são médicos de qualidade. Meus professores são médicos de qualidade. Meus amigos de faculdade. Meus colegas de plantão. O médico brasileiro é de qualidade.
Os seus hospitais é que não são. O seu SUS é que não tem qualidade. O seu governo é que não tem qualidade.
O dia em que a Sra “presidenta” abrir uma ficha numa UPA, for internada num Hospital Estadual, pegar um remédio na fila do SUS e falar que isso é de qualidade, aí conversaremos.
Não cuspa na minha cara, não pise no meu diploma. Não me culpe da sua incompetência.
Somos quase 400mil, não nos ofenda. Estou amanhã de plantão, abra uma ficha, eu te atendo. Não demora, não.
Não faltam médicos, mas não garanto que tenha onde sentar. Afinal, a cadeira é prioridade dos internados.
Hoje, eu chorei de novo.
Por Juliana Mynssen da Fonseca Cardoso, cirurgiã geral no Hospital Estadual Azevedo Lima, no Rio de Janeiro (CRM-RJ 822370).

Os desafios que o governo Dilma tem que enfrentar para superar a atual situação

O governo Dilma Rousseff tem três desafios.
O primeiro, superar o momento atual do esculacho, o enorme desabafo nacional que sacudiu todo o país. Os movimentos já atingiram o epicentro e começam a refluir.
O segundo, o de recuperar o protagonismo político e abafar o movimento “volta Lula”, ensaiado por setores do PT e do empresariado.
Bancada por duas grandes empreiteiras, recente pesquisa de opinião analisou perdedores e ganhadores do movimento das ruas. Dilma e Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) caem, Dilma um pouco mais, Alckmin um pouco menos. O PT despenca e, junto com ele, o PSDB e Aécio Neves. Marina Silva sobe um tanto e Lula sobe mais.
Um eventual crescimento do sentimento “volta Lula” teria consequências imprevisíveis sobre a fervura política do país, razão pela qual o próprio Lula tem demovido os entusiastas de sua volta.
O fim antecipado do governo Dilma lançaria a economia em mares revoltos, justamente no momento em que haverá turbulências de monta com a decisão do FED (o banco central dos EUA) em voltar a subir os juros. O país poderia chegar às eleições caindo aos pedaços.
Sobre o quadro econômico, há a certeza, em setores influentes do empresariado e da própria oposição, da importância de não se permitir o desmanche do governo Dilma.
Também  não há interesse em criar uma instabilidade tal que provoque a volta de Lula – como candidato ou em uma eventual chapa com o governador pernambucano Eduardo Campos.
Todos esses fatores são elementos de fortalecimento de Dilma.
Na última semana, Dilma recuperou o protagonismo político com a proposta de plebiscito para a reforma política e a abertura dos portões do Palácio para interlocutores dos movimentos sociais e de minorias, das centrais sindicais e de outros órfãos do governo.
As lideranças rurais a estimam, as lideranças empresariais acreditam nas suas boas intenções, mas duvidam da sua capacidade operacional.
Assim como nos campeonatos de futebol, Dilma depende de seus jogos para se classificar.
Terá que mostrar que efetivamente mudou o estilo de governança. As provas passam pela redução da centralização excessiva da sua gestão, pela criação de canais institucionais de participação. O anúncio de uma rede social para que as minorias possam se expressar mostra que entendeu os novos tempos, mas não basta.
Para descentralizar, terá que montar um Ministério competente.
Houve erro nas escolhas de Ministros ou na sua alocação para áreas que não dominam. Aloizio Mercadante seria um ótimo articulador na Casa Civil. No Ministério da Educação, praticamente interrompeu os avanços da gestão anterior.
No meio empresarial, o grande desafio de Dilma será a próxima rodada de concessões. Se bem sucedida, recupera parte das esperanças perdidas; se mal sucedida, queima a última oportunidade de turbinar a economia no seu governo. Este é o segundo fator relevante.
O terceiro passo será completar o mais rápido possível os dois passos anteriores, para entrar inteira no grande desafio de enfrentar as turbulências externas e os problemas na conta corrente do país.
Por Luis Nassif, www.advivo.com.br/.

Frente Nacional do Torcedores ocupa prédio da CBF e pede saída de Marin

    COMUNICADO OFICIAL DA FRENTE NACIONAL DOS TORCEDORES SOBRE OCUPAÇÃO DA CBF
A Frente Nacional dos Torcedores acaba de ocupar novo prédio da CBF na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo, 30 de junho.
A ação foi pacífica e não teve resistência dos guardas do edifício.
O movimento exige a saída imediata de José Maria Marin tanto do comando da entidade quanto da organização da Copa 2014 (COL-2014).
Igualmente, seus integrantes exigem a aprovação imediata da PEC 202/2012 que visa a regulamentação desportiva.
O movimento apresenta outras exigências na seguinte carta (em anexo também):
“Rio de Janeiro, 30 de junho de 2013.
A Frente Nacional dos Torcedores, movimento que luta por um futebol justo, democrático e popular, ocupa a nova sede da Confederação Brasileira de Futebol para que finalmente nossas exigências sejam atendidas.
Não nascemos ontem nem somos ligados a qualquer dirigente esportivo. Somos a Frente do Torcedor, a Frente que luta por mudanças no futebol, a Frente que lutou pela saída de Teixeira, e que agora quer a saída imediata de José Maria Marin da CBF e do COL-2014. Queremos a regulamentação desportiva em busca de democratização, transparência, moralidade, popularização e participação popular nas instâncias decisórias da organização do esporte.
O Torcedor é quem sustenta o sistema do futebol. O Torcedor é a célula-mãe de toda a grandeza do futebol. Estamos aqui, e não podemos ser ignorados! Queremos participar diretamente da escolha do novo presidente da CBF, queremos a abertura das contas da CBF e, mais, a abertura política da CBF.
O futebol brasileiro vivencia um processo de elitização teatral. Os estádios populares estão sendo transformados em arenas elitistas, as arquibancadas estão sendo encadeiras, e nossa cultura popular torcedora está sendo reprimida com o avanço desse modelo submisso aos interesses da máfia da bola e da FIFA.
O higienismo social é cada vez maior com os valores absurdos dos ingressos. A pasteurização das torcidas é intensificada com os recorrentes casos de abuso policial, que são aplaudidos por uma grande mídia vendida que deseja criminalizar a cultura torcedora.
Estamos aqui nesse castelo da corrupção que custou milhões de reais para exigir a saída imediata de José Maria Marin (vulgo Zé Medalha) do comando da CBF e Comitê Organizador Local da Copa 2014. José Maria Marin deve renunciar ao cargo, pois não possui qualquer capacidade político-administrativa, nem mesmo tem aptidão moral para seguir no comando da CBF.
Da mesma maneira, o Governo brasileiro deve impor a saída de Marin do COL-2014, afinal, um filhote da ditadura não pode conduzir a Copa do Mundo. O lugar de Marin é na Comissão Nacional da Verdade, ou em alguma clínica de reabilitação para cuidar de sua cleptomania.
Fora Marin!
Exigimos, igualmente, a votação e aprovação da PEC 202/2012!
A PEC Dr. Sócrates visa regulamentar a organização do esporte. O Governo brasileiro precisa estar posicionado de modo favorável a esse crucial avanço no combate à máfia da bola. Todo poder do futebol deve ter acesso aos Torcedores.
A regulamentação deve ser construída com participação direta de torcedores e atletas. Regulamentação desportiva JÁ!
Queremos a revogação da Lei Geral da Copa nos pontos que rebaixam a soberania nacional perante a máfia da FIFA. Reivindicamos a urgente rejeição ao PLS 728/2011, que criminaliza o direito de protesto, estabelecendo a ditatorial tipificação do crime de terrorismo.
Protesto não é crime!
Por ingressos populares e com livre direito cultural de torcer: por uma Copa do Povo! O Brasil pode fazer a Copa sem receber chutes no traseiro dessa instituição corrupta. Amamos o futebol, odiamos a FIFA!
Fora FIFA!
Exigimos a indispensável criação de uma comissão legislativa com participação direta dos Torcedores para a criação de um novo estatuto do Torcedor. Exigimos um novo Estatuto do Torcedor a ser construído diretamente pelos Torcedores! Pela volta da festa nos estádios, por ingressos populares, pelo fim da violência no futebol, por uma nova lei contra abuso policial! Um novo estatuto do Torcedor é indispensável.
Exigimos, por fim, o estabelecimento de um diálogo direto com a Presidente Dilma para resolver tais questões, sem intermediários e sem o peleguismo de Aldo Rebelo e dos articuladores do Ministério do Esporte.
Como mulher que sofreu durante a ditadura militar, Dilma deve contribuir verdadeiramente pela saída de Marin, e pelo fim da ditadura da máfia da bola. O futebol precisa de democracia!
Sócrates e João Saldanha estão conosco agora e sempre. A conscientização torcedora avança. Avança a luta torcedora! As Torcidas estão nas ruas: a maior arquibancada do Brasil.
Fora Marin! Regulamentação Desportiva JÁ!
Um outro futebol é possível!
Um futebol justo, democrático e popular!
Frente Nacional dos Torcedores FNT
VERÁS QUE UM TORCEDOR NÃO FOGE À LUTA
invasão cbf

Protesto “Corinthians, devolva meu dinheiro”, quinta-feira, em São Paulo



protesto
Por PAULO HENRIQUE DELÍCIO LAGO
Boa tarde Paulinho,
No dia 04/07, às 16h00, vamos fazer uma Manifestação em frente à Prefeitura de São Paulo – Viaduto do Chá.
CHEGOU A HORA!!!!
É uma questão de foco, depois faremos outros protestos focando outros pontos.
Nosso protesto acontecerá em frente à prefeitura de São Paulo às 16:00, dia 4 de julho.
O que estará em pauta serão os CIDs que é da responsabilidade da prefeitura.
# Queremos a não liberação dos 264 milhões em CIDs e a imediata devolução dos 156 milhões já liberados na forma de CIDs.
# Queremos também a não anistia das dívidas do Parque São Jorge, uma vez que o prefeito convocou o Corinthians para receber a tal anistia.
# Queremos a não Isenção em impostos na construção do estádio.
Quanto à concessão do terreno de Itaquera, nem vou comentar, pois acredito que outros times receberam esse benefício.
Todas as reivindicações acima se referem à prefeitura. Kassab e Fernando Haddad serão os nossos principais alvos no momento.
Depois Lula, Dilma e Geraldo Alckimin serão os principais alvos.
Assista ao vídeo (nova versão), “Uma Vergonha Chamada ESMOLÃO”, e entenda as diversas falcatruas desses corruptos para a construção do estádio.
http://www.youtube.com/watch?v=yqfwujogvaw
Protestaremos também:
# Contra a liberação de 180 milhões pelo governador para ampliação do estádio do Corinthians
# Contra o repasse pela CAIXA dos 400 milhões do BNDES ao Corinthians.
O protesto se dará por meio de um apitaço. Também levaremos faixas e cartazes.
Todos estão convocados para a MANIFESTAÇÃO PACÍFICA contra o uso do dinheiro público na construção do estádio do Corinthians, ESMOLÃO.
Data: 4 de julho de 2013, quinta-feira às 16:00 (4 da tarde )
Local: em frente ao prédio da prefeitura de São Paulo
Endereço :Viaduto do Chá, 15
Perto da Estação Anhangabaú (A prefeitura fica a 427 metros do metrô)
https://www.facebook.com/events/406987829419679/permalink/406987832753012/
Não é necessário curtir a fan page, mas se quiser curtir melhor.
Mas não deixe de confirmar presença no evento.
Sou do Movimento Fanáticos por Ética no Futebol.
Ontem estive na Comunidade da Vila da Paz, e fiz o convite pessoalmente para comparecerem ao manifesto.
Vão comparecer!
Conversei com o Líder da comunidade, André Luiz e ele disse algumas incoerências do Poder público, como o Secretário da Habitação e a Subprefeitura diz que não tem dinheiro para fazer a COHAB, enquanto isso, o Itaquerão a todo vapor, inclusive ele disse já ter visto caminhões e tratores da Prefeitura ajudando na construção.
Boa parte das famílias moram em áreas de risco, como às margens do córrego e em baixo do viaduto, e por isso a Prefeitura diz que vai remover a comunidade até dezembro deste ano, como alternativa pagando o auxílio aluguel de R$ 300,00.
Porém, o André acha isso não vai resolver, acha até que isso é prova da má administração pública – “um dinheiro gasto dos cofres públicos, e que ao invés de resolver, criará dois problemas: continuarão sem moradia e riscos de outros problemas futuros para essas famílias”.
Perto dali, tem 3 locais possíveis para eles serem deslocados para essas COHABs, mas não entende porque a Prefeitura não deixa eles se cadastrarem sendo que são moradores há um ano.
Em um desses endereços, na Av. Líder, já ergueram uma COHAB, e ao lado tem um terreno disponível pra isso, mas a Prefeitura diz que ainda não fez outra COHAB, porque não tem verba.
Isso gera indignação na comunidade, que assiste milhões e milhões investidos num estádio e a população sem moradia!
Abraços!
Paulo Henrique Delício Lago
Fanáticos por Ética no Futebol

Se LULA fosse o candidato do PT à Presidência da República em 2014 venceria no primeiro turno

Depois de três semanas de manifestações de rua em todo o país, a presidente Dilma Rousseff é a pré-candidata que mais perdeu apoio na corrida pelo Planalto.
Sua taxa de intenção de votos caiu até 21 pontos percentuais. Embora ainda lidere a disputa de 2014, a queda indica que hoje ela teria de enfrentar um segundo turno.
Para piorar a situação da presidente, seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, se mostrou bem mais resiliente à insatisfação geral dos eleitores com os políticos.
Além de ter perdido só dez pontos percentuais, o petista ainda ganharia no primeiro turno a eleição hoje em um dos cenários apresentados.
Há um crescente movimento dentro do PT que pede a volta de Lula em 2014.
O Datafolha foi às ruas na quinta e na sexta-feira. Entrevistou 4.717 pessoas em 196 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O cenário hoje mais provável para a sucessão inclui Dilma, Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Nessa simulação, a petista tinha 51% das intenções de voto nos dias 6 e 7 deste mês. Agora, desceu para 30%. Esse é o mesmo percentual da aprovação de seu governo, apurada no mesmo levantamento e divulgada ontem pela Folha.
Nesse mesmo cenário, Marina Silva subiu de 16% para 23%. Aécio Neves foi de 14% para 17%. Campos oscilou de 6% para 7%.
Os três adversários juntos pularam de 36% para 47%. Nessa hipótese, seria realizado um segundo turno entre a petista e Marina.
Impressiona o aumento de eleitores sem candidato –que dizem não saber quem escolher ou que afirmam votar em branco, nulo ou nenhum. No início do mês, eram 12%. Agora, são 24%.
No outro cenário no qual Dilma aparece como candidata é incluído também o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa –que tem negado intenção de disputar eleições. Nessa hipótese, a petista tem 29% e há três nomes empatados em segundo lugar: Marina (18%), Aécio e Joaquim (15% cada um). Campos pontua 5%.
Lula é testado em duas simulações. Numa delas, vai a 45%. Nesse cenário, Marina, Joaquim, Aécio e Campos somam juntos 43% e ficam empatados tecnicamente com o ex-presidente. Haveria possibilidade de segundo turno.
Em outra cartela, quando o nome de Joaquim não é incluído, Lula tem 46% contra 37% de Marina, Aécio e Campos somados –aí o petista venceria no primeiro turno.
No geral, é possível dizer que os votos perdidos por Dilma foram, em parte, herdados por Marina e Joaquim. Um outro segmento de ex-dilmistas preferiu fazer um “pit stop” no grupo dos que não têm candidato. Aécio e Campos não se beneficiaram da desidratação de Dilma.
Outro indicador duro com a atual presidente é na pesquisa espontânea, aquela na qual o entrevistado não é confrontado com uma lista de nomes. A petista já havia caído de 35% para 27% de março para o início de junho. Agora, bateu em 16%. Lula se manteve estável, com 6%. Joaquim Barbosa, que nunca aparecia na pesquisa espontânea, surge com 2%.
Há oscilações nas intenções de voto quando se comparam as taxas do interior do país e de áreas urbanas. Dilma vai melhor no interior.
Por Fernando Ridrigues, da Folha de São Paulo.

Divulgadores da TelexFree protestam em frente à Rede Globo

telexfreeprotesto    por .



Gabriel Vaquer, no Na Telinha
Os divulgadores da TelexFree, uma empresa acusada de praticar golpes, estão revoltados com a Rede Globo em SP.
Neste sábado (29), um grupo de cerca de 200 pessoas protestou em frente à sede de SP contra uma matéria que irá ao ar neste domingo (30), no “Fantástico”.
Eles acusam a emissora de perseguição e de não saberem exatamente do que se trata a empresa. Na última sexta (28), a Justiça bloqueou os pagamentos de sócios da TelexFree em suas contas diretas, por suspeitas dela fazer a famosa “pirâmide financeira”.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem como: “Não somos golpistas, Globo só diz mentiras”.
Protestos com o mesmo objetivo também aconteceram em outras cidades, como Feira de Santana (BA) e Natal (RN), na frente da porta de afiliadas da Globo.
A TelexFree, em seu site oficial, disse que os manifestos foram feitos espontaneamente por divulgadores e que a empresa em si não tem nada a ver com isso.

As grandes incertezas dos partidos políticos após as grandes manifestações dos brasileiros nas ruas

Os jovens, na atual conjuntura, em busca de verdades e utopias, exigem uma ruptura urgente da sociedade brasileira, como se não houvesse amanhã, quando se observa que a voz das ruas é contaminada pelas passeatas. Perceberam que os políticos acreditavam mais em regras do que em princípios. Agora restam somente os movimentos de ruas para compor e recompor novos desafios. Não é um software que baixaram das redes sociais e instalaram para criar uma solução da crise do envelhecimento da política, diante do silêncio e incompreensão dos poderes públicos. De repente, deixam que as ruas possam decidir o mundo carregado de sonhos, na paisagem que trazem os inúteis disfarces de partidos políticos, adversos da representatividade das culturas de diferenças.  O quadro parece não ter vida, diante de tanto descuido das feridas sociais, que deixaram cicatrizes para alimentar a ilusão de democracia, fora da zona de conforto da realidade social. Os jovens sepultam o falso, percebem que existe um destino, mas nenhum caminho,  mesmo que a irracionalidade apele para ilusão como ideia de felicidade.
O conservadorismo e envelhecimento dos partidos políticos insistem em sedimentar as vantagens sociais com alternativas absurdas, entrando na ordem social de educação e legitimando a exclusão,  usando o recurso da ilusão das várias copas como o circo dos romanos e os supérfluos das despesas superfaturadas na construção das arenas futebolísticas. Não existe preferência para lidar com as crises e aprender com elas. Com palavras de mudanças e bandeiras, os jovens, querem ordenar as coisas da vida com ajuda de uma mão segura, conectado a uma realidade que não seja silenciosa. Em resumo, a juventude procura uma saída num ciclo infinito de protestos, que silencia todos os poderes. Vai acontecer algo na sociedade brasileira?
Ao apresentarem o novo, os jovens guardam seus sonhos e emoções nos cartazes, com visões de lisuras, de angústias para debater as irrealidades disfarçadas em progressos. Percebem, contudo, que muitas vezes os noticiários deformam a realidade e não revelam o desacerto das tramas ineficientes do jogo do cotidiano político, que legaliza o inaceitável, colocando em pauta os espíritos do grupo e o silêncio ausente das demandas da massa. Será que poderemos construir uma democracia com os partidos políticos que aí estão? Como elaborar  uma reforma política que venha criar e fortalecer verdadeiros partidos políticos e não legendas de alugués? E os mensalões e enrequecimento ilícito de muitos gestores públicos e seus familiares? Em nome da democracia, deveremos tolerar a corrupção existente no país?
A voz alta é muda quando se quer tirar vantagem de qualquer coisa que aconteça.  Naturalmente, todos os cupins sociais vão roendo nossa confiança em silêncio e incansavelmente, até que ela de repente desaba no pó, sem que os agentes sociais permitissem identificar as suas reais necessidades. Vivemos em tempos cínicos, quando se percebe que a grande vitória é aumentar a pressão pela obediência e, ao mesmo tempo, elevar a consciência dessas obediências. Na exuberância de maldades dos atos políticos  ainda sobram sonhos de uma massa que segue sozinha, amortalhando ilusões e argumentos,  querendo fugir para deixar de ser disfarce, contendo a atrofia e experiência de desejos verdadeiros, sentimentos de paraísos perdidos em buscas de medidas para o distanciamento da inquietude sem fim. Num país com inúmeros partidos políticos, para onde caminha esta massa desassistida?
O pronuncimanto da presidenta Dilma Rousselfdeixou claro que existe uma grande fenda entre o discurso político e os desejos desta massa desassistida.  As exigências não parecem ser muitas. Acabar com a corrupção vergonhosa e acintosa e destinar estes desvios indevidos em educação, saúde e segurança. Em resumo, esta massa desassistida não está exigindo muito, a não ser um mínimo de ética política e garantias de seus direitos humanos, já garantidos pela constituição brasileira. Se os poderes constituídos e os partidos políticos não tiverem condições de levantar esta bandeira, todos igualmente, e oferecer isto a sociedade brasileira, que no momento tem a sua voz ouvida no mundo inteiro, depois de centenas de anos, estaremos diante de tamanha vil torpeza, vivendo nos piores dos mundos, onde o cinismo dos poderes públicos continua disfarçando o seu apodrecimento.
Por João Luiz Fonseca dos Santos, professor da Universidade Federal da Paraíba e José Rodrigues Filho, professor da Universidade Federal da Paraíba.

Os cientistas estão vencendo a guerra contra a diabetes. Já conseguiram até vacina!

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, anunciaram na última semana um passo importante em direção à primeira vacina contra a diabetes. Os cientistas criaram um imunizante que se mostrou eficaz para controlar, em humanos, o tipo 1 da doença, que ocorre porque o sistema imunológico do próprio corpo passa a atacar as células beta, situadas no pâncreas, que fabricam a insulina.
O hormônio permite a entrada, nas células, da glicose circulante na corrente sanguínea. Com menos insulina, há um acúmulo de açúcar no sangue, o que caracteriza a diabetes. O outro tipo, o 2, é resultado de alterações promovidas principalmente pela obesidade.
A vacina impediu o ataque de um tipo de célula CD8 – integrantes do sistema imunológico – às células beta (leia mais no quadro). “Estamos muito excitados com o resultado. Sugere que o sonho de interromper o ataque do sistema imunológico a células específicas pode ser realizado”, afirmou Lawrence Steinman, um dos líderes da pesquisa realizada com 80 pacientes. Os cientistas planejam expandir os experimentos para investigar a eficácia do remédio em mais indivíduos.
Interromper a destruição comandada pelo corpo é um dos objetivos perseguidos por cientistas em todo o mundo. Recentemente, a Diabetes UK, entidade inglesa de combate à doença, anunciou um ambicioso projeto de pesquisa em busca de uma vacina com esse propósito. Por essa razão, o feito dos americanos foi saudado. “Pela primeira vez temos evidência da eficácia de uma vacina em humanos. É um passo significativo em direção a um mundo sem diabete tipo 1”, afirmou Karen Addington, especialista inglesa.
Por Monique Oliveira, da revista Isto É em Chicago (EUA). Para ler mais, acesse o link na Isto É.

Empresas de saneamento desperdíçam cerca de 40% da água que é fornecida à população

As empresas de saneamento básico no Brasil desperdiçam cerca de 40% da água que distribuem, um nível quase quatro vezes superior ao de países como Alemanha e Japão. É o que aponta o levantamento Manual sobre Contratos de Performance e Eficiência para Empresas de Saneamento em Brasil, realizado pela GO Associados a pedido da International Finance Corporation (IFC), instituição de desenvolvimento do Banco Mundial voltada ao setor privado, em parceria com o governo da Espanha. O documento foi divulgado nesta quinta-feira 27, em São Paulo.
Esse nível de desperdício tem se mantido praticamente estável nos últimos dez anos, com algumas operadoras de saneamento atingido índices superiores a 80%. O estudo estima que o Brasil precisa reduzir o desperdício em ao menos dez pontos percentuais para chegar aos níveis de perdas semelhantes aos países desenvolvidos.
Segundo o documento, a redução do desperdício de água entre 2009 e 2025 poderia gerar ganhos de até 37,27 bilhões de reais ao final de 17 anos. A estimativa considera uma redução de 50% das perdas, caindo dos atuais 37,4% de desperdício de média nacional para 23,2% – a média da Sabesp para contratos com financiamento internacional. “O investimento anual no saneamento no Brasil fica em 10 bilhões de reais [pelas empresas]. O controle das perdas é o equivalente a três anos de investimentos. É um impacto grande”, diz Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp e sócio da Go Associados.
Se as empresas do setor eliminassem as perdas também na energia, aponta o levantamento, poderia haver ganhos também. No cenário mais otimista da pesquisa, com uma redução de 25% do desperdício, os lucros poderiam chegar a 6,25 bilhões de reais. No mais conservador, com 15%, ficariam em 3,67 bilhões.
Os estados com maior desperdício são Amapá e Acre, com mais de 70% de perdas. Entre os mais eficientes estão o Distrito Federal, Espírito Santo e o Paraná, com menos de 30%. São Paulo e Rio de Janeiro possuem níveis entre 30% e 40%. “A eficiência na distribuição de água não ganhou a atenção da classe política, mas esse é um ponto importante para a sustentabilidade. Ao reduzir o nível de perdas, haverá mais água disponível”, afirma Oliveira.
Segundo o estudo, a Cosama (Amazonas) teve o maior desperdício (80,7%) entre as operadoras estaduais. A SAERB (Rio Branco), com 76,5%, foi a menos eficiente no âmbito municipal. Já a Sanepar (Paraná) foi a mais eficiente nos estados (21,2%) e a Sanasa (Campinas) nos municípios (18,0%). Foram analisadas as 52 maiores empresas brasileiras em termos de população atendida, estaduais e municipais. “Com menos perdas, não é preciso fazer muitos investimentos na ampliação da captação. O investimento para reduzir as perdas pode ser menor que um grande aporte de expansão”, diz Fernando Marcato, um dos responsáveis pelo estudo.
Contratos por desempenho. O estudo defende que as empresas de saneamento tentem reduzir a perda física de água (vazamentos nas ruas, por exemplo), contratando empresas privadas especializadas para identificar a melhor forma de reduzir o desperdício e também executar as soluções, além de repassar a tecnologia utilizada à empresa de saneamento.
Esses contratos seriam por desempenho e não remuneração fixa. A ideia é estimular o agente privado a entregar o serviço e as metas do contrato. O modelo, diz o texto, ajudaria a driblar um dos maiores problemas associados aos baixos índices de investimento no setor de saneamento: a baixa capacidade dos operadores de se financiar. “Essa limitação está relacionada às condições econômico-financeiras ainda precárias dos operadores, que, por sua vez, se justificam em função da baixa eficiência operacional e de gestão. Ou seja, os altos custos dessas empresas e a baixa capacidade de geração de receitas diminuem a capacidade das operadoras de obter recursos financeiros”, aponta o estudo.
Segundo o documento, das 26 empresas estaduais de saneamento, apenas sete possuem condições adequadas para captação de financiamentos. Com os contratos de desempenho, a concessionária reduziria o aporte de recursos para reduzir as perdas, pois a contratada realizaria os investimentos. A empresa seria paga com a receita extra gerada pela economia com as perdas.
O modelo seria, porém, mas difícil de financiar, acredita Rogerio Pilotto, executivo-sênior de investimentos para infraestrura da IFC. “É difícil porque tem um componente técnico, um risco em relação ao serviço ser prestado pela empresa de engenharia. Um banco normal tem dificuldade de avaliar esse risco porque está acostumado a estudar balanços e não o componente de engenharia.”
Em setembro de 2012, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que oito em cada dez casas brasileiras têm água encanada (84,6%), o equivalente a 51,8 milhões do total de domicílios.
Por Gabriel Bonis, da Carta Capital.

A política econômica tem que está sempre pronta a reagir quaisquer mudanças que ocorram no cenário econômico

A expectativa de elevação da taxa de juros nos Estados Unidos está mudando o ­fluxo de capitais internacionais. O Brasil tem um déficit em conta corrente enorme (que deve bater neste ano em 70 bilhões de dólares), de forma que começou a se preparar para um novo cenário de redução no ingresso de dólares. Acontece no mercado brasileiro e nos demais países emergentes. O­ ­ministro Guido Mantega tirou o IOF das operações com derivativos porque o tributo era um impedimento à ­entrada de dólares.
A retirada do imposto poderá contribuir para amenizar a alta da taxa do dólar, mas não vai alterar de forma importante as cotações.  Nem era o objetivo principal da medida. Ela afasta o atrito colocado na engrenagem de modo a permitir que rode um pouco mais livremente. O IOF era um impedimento a mais que agora foi retirado.
O aumento da volatilidade nas transações com as taxas do dólar, nas últimas semanas, foi turbinado por um comunicado do presidente do Federal Reserve, o banco central dos EUA, Ben Bernanke, entendido pelos mercados financeiros como um sinal da iminência do anúncio da redução dos estímulos ao crescimento da economia norte-americana.
Um programa sustentado pela compra do equivalente a 85 bilhões de dólares em títulos públicos e papéis de hipotecas, mês a mês, desde setembro de 2012. A expectativa de que a redução das compras poderia ser anunciada na reunião de junho produziu intensa especulação com a moeda dos EUA e a alta na taxa de juros norte-americana. Ao cabo, o Comitê de Mercado Aberto do Fed, após se reunir na quarta-feira 19, concluiu: o desemprego ainda está alto demais e por esse motivo as compras serão mantidas, até que melhore ­significativamente a perspectiva do mercado de trabalho.
A taxa de desemprego nos Estados Unidos continua a rodar em 7,6% e espera-se que caia um pouco mais (para 7%) no fim do ano, quando então se admite que poderá ter início o declínio gradual no volume das compras de títulos, ao longo de 2014. A posição anterior de Bernanke é de que se deveria esperar um nível de desemprego de 6,5%, mas agora o presidente do Fed admite que a redução do programa de compras poderá começar “no fim do ano”, quando a taxa beirar os 7%.
É difícil antecipar em que medida os mercados vão reagir e como os agentes se comportarão. O fato é que os EUA ­estão em um novo processo de ­desenvolvimento e a continuidade do crescimento da economia depende ­basicamente das expectativas. Em todo o mundo, os sistemas financeiros operam com a perspectiva das mudanças da política americana.
No penúltimo encontro com os membros do Conselho de Governadores e representantes dos bancos centrais regionais, o presidente do Federal Reserve dera um sinal ao mercado com aproximadamente o seguinte significado: “Prestem atenção, porque vovó está se preparando para subir no telhado…” O entendimento dos mercados foi de que a “vovozinha” subiria mesmo no telhado e logo: era o fim do programa de incentivos, o que elevou a taxa de juros nos Estados Unidos.
O movimento de capitais, portanto, está mudando de direção, e o Brasil tem de estar preparado para enfrentar a nova situação. Aqui, quando o ministro da Fazenda retirou o IOF dos derivativos, muitas pessoas entenderam a medida como um instrumento destinado a conter a alta do dólar. E não se deram conta de que não era apenas isso. A grande maioria das críticas às decisões do ministro Guido Mantega tem sido absolutamente injustificada. Diz-se: “Ele não sabe o que quer”, porque introduziu a cobrança do IOF recentemente “e ­agora retira o imposto”.
Há uma grande incompreensão, pois a política econômica precisa estar sempre pronta a reagir se o mundo mudar. Precisa estar antenada à realidade. Então, engana-se quem acusa o ministro de ter errado duas vezes: quando colocou o imposto e também quando o retirou. É algo impossível: ao menos uma vez ele deveria ter acertado.
Das duas, uma: se ele errou quando retirou, então acertou quando colocou. São, obviamente, críticas emocionais de pessoas que não querem admitir que a medida é correta
Por Delfim Netto, economista, ex-ministro e ex-deputado

O que tem por trás dos gastos para a Copa do Mundo de 2014

Desde terça-feira, ZH avalia as principais reivindicações expressas nos cartazes dos manifestantes.
“Quando seu filho ficar doente, interne ele num estádio.” A sugestão consta em um cartaz que virou slogan nas passeatas que convulsionam o país. Mas, apesar dos gritos de contrariedade nas ruas, tudo indica que o Brasil vai mesmo sediar a Copa em 2014. Deixar de realizar a competição a essa altura do campeonato – com o devido perdão do trocadilho – sairia muito caro.
Se a Fifa decidir cancelar o contrato firmado com o Brasil, em decorrência de protestos, o governo federal terá de pagar à entidade que controla o futebol uma multa de US$ 5 bilhões (R$ 11 bilhões). É mais do que o gasto previsto com os 12 estádios (cerca de R$ 7,6 bilhões). Resta aos manifestantes baixar o tom, resignados?
Nem tanto. A pressão sobre autoridades encarregadas de fiscalização pode diminuir os custos. Quem duvida? Na realidade, os gastos já caíram, por força de seguidas iniciativas do Tribunal de contas da União (TCU), órgão que desde as primeiras licitações acompanha as ações governamentais relacionadas ao evento. Isso devido ao “risco a que essas despesas estão sujeitas”, resume o presidente do TCU, o gaúcho Augusto Nardes. Vale lembrar: uma suspeita levantada pelo TCU pode acarretar em investigações pela Polícia Federal e pelo Ministério Público (MP).
A estimativa do tribunal sobre gastos com a Copa é de R$ 25,6 bilhões. São R$ 7,6 bilhões com estádios – o restante irriga obras de mobilidade urbana, aeroportos, segurança pública, portos e telecomunicações. Segundo balanço do Ministério do Esporte, o total já alcança R$ 28,1 bilhões (contando investimento privado em aeroportos).
Há indícios de fraude? Balanço feito em abril pelo próprio TCU afirma que as ações de fiscalização já resultaram em economia em torno de R$ 700 milhões. Ou seja, isso iria pelo ralo, caso o tribunal não apontasse “erros”. Nesse montante constam, por exemplo, a redução de R$ 97 milhões no orçamento da reforma do Maracanã e de R$ 65 milhões na reconstrução da Arena Amazonas. O TCU afirma também ter ajudado a poupar R$ 400 milhões em licitação de aeroportos e portos nas cidades-sede, sem paralisar as obras, apenas com trabalho preventivo. No caso do Maracanã, tudo foi repactuado. Junto com o Congresso Nacional, o TCU alimenta o portal www.copatransparente.gov.br, para estimular o controle externo dos gastos.
Dinheiro dos estádios bancaria 8 mil escolas
A grande gritaria popular nem é contra as obras de infraestrutura viária ou aeroportuária, mais palatáveis. É mesmo contra gastos com espetaculares campos de jogo. Os R$ 7,6 bilhões aplicados nos estádios seriam suficientes para custear 8 mil escolas ou 39 mil ônibus escolares ou 128 mil casas populares, calcula a ONG contas abertas (que investiga gastos públicos).
Em recente pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o dinheiro gasto com as arenas é fruto de financiamento às empresas que exploram os estádios. A presidente ressaltou que “jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a saúde e a educação”.
Será? O economista Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG contas abertas, diz que a presidente não mentiu, mas esqueceu de mencionar que os financiamentos representam 53% da verba prevista para a construção e reforma das 12 arenas. A outra fatia sai de recursos públicos vindos, em sua maioria, dos Estados e municípios.
E os financiamentos são estatais, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com uma linha específica (ProCopa Arenas) que autorizou R$ 3,8 bilhões para investimentos em estádios. Castello Branco ressalta que esses empréstimos foram “em condições muito especiais de prazos e juros”.
Além do BNDES, existem recursos próprios de governos estaduais (R$ 1,5 bilhão), municipais (R$ 14 milhões, em Curitiba) e do Distrito Federal (R$ 1,01 bilhão). De outras fontes provêm R$ 820 milhões. Dos 12 estádios que vão receber os jogos, apenas no Mané Garrincha, em Brasília, não há financiamento, constata Castello Branco. Mas o gasto, superior a R$ 1 bilhão, foi todo bancado pelo governo do Distrito Federal.
O matemático Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, é irônico ao sugerir o que fazer após a Copa em cidades como Manaus e Brasília – sem grandes clubes:
– Acho ótimos esses estádios. Sugiro que neles se plantem orquídeas.
Gil Castello Branco diz que os protestos serão decisivos para minimizar os gastos.
– O grito das ruas é fundamental. O povo deixou de ser figurante e vai fiscalizar.
Por Humberto Trezzi e Marcelo Monteiro.  http://www.franciscocastro.com.br/blog/

A morte de um financista que inventou a proteção aos investimentos financeiros

A morte do financista belga naturalizado americano Marc Rich, na quarta-feira 28, na Suíça, representou o fim de uma era. Nascido como Marcell Reich em 1934, emigrou com a família para os Estados Unidos em 1941, fugindo do nazismo. Seu pai abriu uma joalheria no Kansas e, mais tarde, mudou-se para Nova York, onde iniciou um negócio de importação de juta, atividade que ensinaria a Rich os rudimentos do mercado internacional de commodities. O futuro financista chegou a matricular-se na New York University para estudar economia, mas sua carreira acadêmica encerrou-se antes do fim do primeiro semestre. Rich queria trabalhar e ganhar dinheiro – e rápido. 
Para isso, ele foi trabalhar em uma das principais corretoras de commodities americanas, a Philipp Brothers. Em sua carreira como operador de commodities, Rich foi buscar negócios muito longe de casa, e estabeleceu filiais da Philipp em Cuba, na Bolívia e na Espanha. Sua fortuna de US$ 2,5 bilhões começou a ser construída no início da década de 1970. Devido ao embargo do petróleo dos países árabes que se seguiu à Guerra do Yom Kippur, as empresas americanas não conseguiam importar o produto. Rich comprou vastas quantidades de petróleo do Irã e do Iraque por US$ 12 o barril e, por meio de tradings, revendeu o óleo aos americanos pelo dobro do preço. 
Nos anos 80, Rich resolveu os problemas de dois países em dificuldades. A recém-instalada república islâmica do Irã não conseguia exportar petróleo devido às sanções impostas pelos Estados Unidos. A África do Sul enfrentava um bloqueio global para fazer negócios devido ao apartheid. Rich fechou lucrativos contratos de exportação de petróleo iraniano com o governo de Pretória. “O aiatolá Khomeini respeita os contratos”, afirmou Rich ao ser questionado sobre o fato. Manteve boas relações com ditadores como o líbio Muammar Gaddafi, o chileno Augusto Pinochet e o romeno Nicolae Ceaucescu, além do cubano Fidel Castro, de quem comprava charutos por atacado. “Não sou político, sou comerciante”, dizia Rich.
 Ele deixaria a Philipp no início dos anos 1980 para fundar sua própria empresa. Sua agressividade logo o levaria a burlar a lei. Rich foi processado pelo governo americano por evasão fiscal e por fazer negócios com países inimigos dos EUA. Se tivesse sido condenado em todos os processos, teria de enfrentar mais de 300 anos de prisão. Precavido, emigrou para a Suíça, onde passaria os 30 anos seguintes. Se quisesse, poderia ter voltado para os Estados Unidos no fim da vida, pois recebeu um perdão presidencial de Bill Clinton, poucas horas antes de o presidente americano encerrar seu mandato. A generosidade pode ter tido alguma leve relação com o fato de a ex-mulher de Rich ter doado US$ 1 milhão para a fundação criada por Clinton.
A princípio, sua biografia em nada difere da de qualquer especulador, mas Rich foi o criador de um novo mundo. Quando iniciou sua carreira, as empresas petrolíferas europeias e americanas dependiam de contratos de longo prazo fechados com os países produtores, o que fazia os preços do petróleo oscilarem pouco ao longo do tempo. Rich percebeu que, com o apoio dos bancos, era possível negociar petróleo, metais e grãos, como trigo e milho, da mesma forma que se negociavam ações, driblando as companhias petrolíferas tradicionais. Foi o embrião de um mercado que movimenta US$ 1 trilhão todos os dias, o dos fundos de hedge que especulam com commodities
 Por Cláudio Gradilone, publicado no site da revista Isto É Dinheiro.