terça-feira, 19 de março de 2013

Cremos na revitalização da Igreja e no exercício pleno da justiça ao punir os maus religiosos


Por Carlos Alberto Rabaça, Sociólogo e professor
A escolha de Francisco como chefe de nossa Igreja vai além de uma promessa: já é um projeto de governo, um programa de uma igreja que tem que estar voltada para o povo de Deus, o humilde, o pobre, o desvalido. Francisco, ‘o Hermano’, chega sob expectativa, mas com a esperança renovada.
Cambaleantes sob o peso das contradições da Igreja, vislumbramos na figura do novo Papa a possibilidade de criar, em nós mesmos, um lugar de simplicidade e luz. Sua figura não é apenas edificante, como também profundamente arrebatadora. Transpira hospitalidade, fraternidade, liberdade e alegria. Inspira confiança.
A expectativa que temos é que o Papa jesuíta possa transformar a Igreja Católica numa Igreja de serviço, buscando novos caminhos e a realização humana através do Evangelho de Jesus. Seus compatriotas retratam a disposição alegre, seu prazer com a beleza da criação, inspirado em São Francisco de Assis. Intelectual, sempre voltou sua atenção para os direitos humanos.
Seu gesto ao pedir orações à multidão, na Praça de São Pedro, e de baixar a cabeça na bênção nascida do povo tocou a todos nós. Por meio de gestos econômicos ou de passos gigantescos, o valor de sua humildade revelada naquele momento ficará gravada em nossos corações. O desafio de Francisco não será o de renunciar ao mundo, mas renunciar à parte ávida de nós que torna o mundo opaco e desprovido de amor.
Cremos na revitalização da Igreja, no exercício pleno da justiça ao punir os maus religiosos, na intenção de modernizá-la sem ferir a tradição e, não menos importante, reformar sua estrutura piramidal e centralizadora. Que o nome escolhido pelo Papa possa ser sinal de um sopro forte de franciscanismo no coração da Igreja. Não devemos deixar de confiar naqueles que, divididos entre os prazeres da terra e o sacrifício da renúncia, escolheram seguir os passos de Jesus Cristo.

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